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Economia

Dólar volta a subir após declarações de Lula

Na manhã desta quinta-feira (20), a moeda caía em reflexo a decisão do Copom em manter a taxa Selic em 10,5% ao ano

Após chegar a cair quase 1% no início da sessão, o dólar à vista zerou as perdas no início desta tarde e passou a subir ante o real, na esteira do avanço firme da moeda norte-americana no exterior e em paralelo a declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a reunião do Copom na véspera.

Às 12h32, o dólar à vista subia 0,08%, a R$ 5,4449 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha alta de 0,43%, a R$ 5,4455 na venda.

No início do dia, o dólar cedeu ante o real em reação à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que decidiu de forma unânime manter a taxa básica Selic em 10,50% ao ano, como demandado pelo mercado.

Ao longo da manhã, no entanto, ficou claro que o alívio nas cotações seria limitado. Profissionais ouvidos pela Reuters pontuaram que a alta da moeda norte-americana no exterior e as preocupações persistentes sobre o equilíbrio fiscal brasileiro seguravam a queda do dólar.

A moeda norte-americana virou para o positivo pouco depois das 12h, enquanto Lula dava entrevista a uma rádio do Ceará. Nela, ele voltou a questionar a autonomia do Banco Central e disse que a decisão de quarta-feira do Copom, interrompendo o ciclo de cortes da Selic, “foi uma pena” para o povo brasileiro.

A virada do dólar ante o real coincidiu com a desaceleração do Ibovespa, em especial entre as ações sensíveis à curva de juros brasileira, e com a redução da queda dos DIs (Depósitos Interfinanceiros).

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Repercussão pós Copom

Nesta manhã, os investidores nacionais começavam a repercutir a decisão dos membros do BC na quarta-feira, de manter o patamar atual da taxa de básica de juros, o que já era amplamente esperado pelo mercado.

A escolha pelo fim do ciclo de afrouxamento monetário veio na esteira do que a autarquia classificou como “cenário global incerto e o cenário doméstico marcado por resiliência na atividade, elevação das projeções de inflação e expectativas”.

O foco central da decisão, no entanto, estava no placar. A unanimidade demonstrada pelas autoridades afastou temores de que a divisão da reunião anterior, entre diretores indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os remanescentes da gestão de Jair Bolsonaro, pudesse se repetir.

A incerteza sobre o placar ainda havia sido fomentada durante a semana depois que Lula atacou a atuação de Campos Neto no cargo, dizendo que o chefe do BC trabalha para “prejudicar” o país, e antecipou suas críticas à possibilidade de o Copom manter os juros inalterados.

A percepção é de que a união dos diretores em torno da manutenção da Selic reforça o compromisso da autoridade monetária com a meta de inflação, o que vinha sendo enfatizado pelos membros do BC em aparições públicas recentes.

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“Amanhecemos nesse pós-Copom com certo alívio no mercado, dado que a decisão veio exatamente em linha com o esperado”, disse Matheus Massote, especialista em câmbio da One Investimentos.

“A volatilidade trazida pela última decisão foi tratada com cautela e o comunicado trouxe um parecer técnico, indicando que a equipe pretende ter maiscautela com a redução de juros, mesmo sobre críticas do Executivo”, acrescentou.

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Na véspera, o dólar à vista encerrou o dia cotado a 5,4407 reais na venda, em leve alta de 0,13%, atingindo a maior cotação de fechamento desde 4 de janeiro de 2023.

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