Economia

Dólar em 2021: moeda fecha o ano em alta de 7,47% sobre o real

Já a última sessão do ano foi marcada por queda de mais de 2%, com volume reduzido e formação de Ptax.

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O dólar em 2021 subiu 7,47% sobre o real, encerrando o ano vendido a R$ 5,5748. No pregão desta quinta, a moeda caiu 2,09%. Veja a cotação do dólar hoje.

Na última semana do ano, o dólar recuou 1,49% sobre o real. Em dezembro, caiu 1,11%.

A moeda norte-americana teve um ano de forte volatilidade sobre o real. No dia 9 de março, atingiu a máxima nominal de R$ 5,79. Já o pico de baixa no ano foi em 24 de junho, quando o dólar fechou em R$ 4,90.

Veja abaixo a flutuação do dólar em 2021

Última sessão do ano

O dia é marcado por baixo volume de negócios devido à proximidade das festas de final de ano, o que adiciona mais volatilidade à sessão. Além da liquidez menor, o sobe e desce do dólar é acentuado pela briga pela formação da Ptax de final de ano.

A Ptax é uma taxa de câmbio calculada pelo Banco Central que serve de referência para liquidação de derivativos. Por isso, no fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcioná-la para níveis mais convenientes às suas posições.

“A queda do dólar é hoje muito afetada pela formação da Ptax no último dia útil do ano. A briga entre compradores e vendedores. O institucional nacional e estrangeiro vendendo forte o dólar”, comentou Alexandre Achui, head da mesa private de ações e sócio da BRA.

Cenário

Lá fora, os investidores seguem de olho no noticiário em torno da variante ômicron do coronavírus e dados de auxílio-desemprego dos Estados Unidos abaixo do esperado. Enquanto isso, no Brasil, os agentes repercutem dados fiscais melhores do que o esperado.

O setor público consolidado brasileiro registrou um superávit primário de R$ 15 bilhões em novembro, informou o Banco Central mais cedo, enquanto a dívida líquida do país ficou em 57% do Produto Interno Bruto (PIB). Em pesquisa Reuters, a expectativa era de superávit primário de R$ 4,775 bilhões no mês e relação dívida/PIB de 57,8%.

O que deve mexer com o dólar em 2022?

“No Brasil, os resultados fiscais correntes continuam melhores do que o esperado, mas projetamos uma deterioração no ano que vem com a economia perdendo força (o que afeta a arrecadação) e as despesas públicas acelerando no ano eleitoral”, disse a XP em nota matinal.

Há entre investidores a percepção de que a pressão de servidores por reajustes salariais poderia levar a mais gastos da União em 2022, o que deterioraria ainda mais a confiança de investidores estrangeiros sobre os esforços do Brasil para reordenar as contas públicas.

Depois de auditores da Receita Federal e fiscais agropecuários já terem iniciado mobilizações por salários mais altos, servidores das carreiras típicas de Estado decidiram na quarta-feira promover dias de paralisação das atividades em janeiro e avaliar a realização de uma greve geral em fevereiro.

A pressão dessas categorias vem depois de o governo já ter conseguido, por meio da PEC dos precatórios, abrir espaço fiscal para gastar mais com ajuda financeira à população.

O fator ‘taxas de juros’

Além disso, o mercado segue acompanhando os desdobramentos da política monetária nos Estados Unidos, com olhos voltados ao Federal Reserve (Fed, o banco central do país). A expectativa em torno da elevação da taxa de juros norte-americanos antes do esperado pode ser uma pressão de alta para o dólar, já que os EUA se tornariam mais atraentes para os investidores, elevando a demanda pela moeda.

No entanto, os juros no Brasil também têm subido com força. A taxa Selic terminou 2021 em 9,25% ao ano, com o Banco Central sinalizando mais aumentos. Com juros mais altos, o país pode atrair investidores em busca de maior rentabilidade, aumentando a busca por reais e amortecendo, portanto, eventuais pressões de alta do dólar por causa das perspectivas sobre o Fed.

( * com informações da Reuters)

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