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Finanças

Como investir em dólar: 5 maneiras de aplicar na moeda dos EUA

Existem diversas opções para o investidor pessoa física investir em dólar, como fundos e BDRs, por exemplo. Confira como é possível investir em dólar.

dólar

O sobe e desce do dólar pode despertar o interesse de muitos investidores que desejam incluir a moeda norte-americana em seu portfólio. Mas como o brasileiro pode ter acesso a investimentos e como investir em dólar?

Apesar de o dólar ser considerado a “moeda forte” e sempre ser buscado pelo mercado em momentos de incerteza, é preciso ter em mente que atrelar a rentabilidade à variação cambial significa tomar risco. Isso porque uma desvalorização do real pode beneficiar quem dolarizou a carteira, da mesma maneira que o cenário oposto pode jogar os ganhos para baixo.

Veja abaixo 5 opções de como investir em dólar sendo investidor pessoa física. Para elaborar a lista, o InvestNews ouviu Enrico Cozzolino, analista da Levante Ideias de Investimento, e Alkeos Saroglou, sócio da Alta Vista Investimentos. 

Afinal, como investir em dólar?

1 – Fundos cambiais

Uma das maneiras de investir em dólar é aplicar o dinheiro em um fundo cambial. Esse tipo de fundo de investimento aloca pelo menos 80% de seu patrimônio em ativos que têm como principal fator de risco a variação cambial. Dessa forma, a variação da rentabilidade do investimento acompanha, claro, o movimento da taxa de câmbio.

Cozzolino aponta que essa é a forma “mais fácil” de investir em dólar. A vantagem é que o investidor conta com um profissional, o gestor do fundo, para traçar as estratégias do investimento, enquanto a desvantagem é não ter “autonomia para escolher o momento de maior ou menor exposição”, segundo o especialista. 

Saroglou acrescenta como outra desvantagem estar exposto somente ao dólar. “Não é a opção mais eficiente. É melhor ter o dólar e mais ‘alguma coisa’, como um fundo de renda fixa que vai me dar a variação do dólar mais 5%, por exemplo”.

2- BDRs

BDR é a sigla do inglês para Brazilian Depositary Receipts. São títulos listados no Brasil por uma instituição brasileira (no caso, a B3), mas que têm lastro em ações de empresas negociadas no exterior

Assim, o BDR é uma forma de o brasileiro investir em companhias estrangeiras sem precisar necessariamente comprar a ação lá fora. É como se fosse, por exemplo, a ação da Apple negociada na B3 (AAPL34), porém em forma de recibo. 

Nessa opção, além de ficar exposto à flutuação da cotação de ações no exterior, o investidor de BDR também tem a rentabilidade afetada pela variação cambial

“Além da valorização da ação e, obviamente, a desvalorização, você também ganha com a valorização do dólar frente ao real. E você também vai perder se o dólar desvalorizar frente ao real. Então, é uma forma indireta de acessar o mercado de ações e estar exposto em dólar”, resume Cozzolino. 

O especialista descreve o cenário em que investir em BDR pode ser vantajoso.

“Num cenário em que a economia brasileira desande e a economia americana vá muito bem, é interessante você estar exposto em ações americanas via BDR porque, além das empresas nesse cenário hipotético performarem melhor, a gente imagina também que o cenário macroeconômico vai ser mais favorável nos Estados Unidos. Então é uma forma também de se expor ao dólar”, diz o especialista, reforçando porém que esse é considerado um investimento de risco elevado

Tela de smartphone com gráfico de ações em cima de cédulas de cem dólares em uma mesa azul.
É necessário saber as vantagens e desvantagens de cada opção para definir a melhor maneira de como investir em dólar.

3 – Contratos futuros e mini-contratos

Essa modalidade de investimento permite que o investidor especule sobre a taxa de câmbio, e pode ser usada como forma de proteção.

Como funcionam contratos futuros de dólar?

Pelos contratos futuros de dólar, negociados na B3 com o código DOL, o investidor compra a moeda pela cotação atual, mas recebe somente em uma data futura pré-estabelecida. Se no recebimento o dólar tiver subido, o investidor pode vender a um preço mais alto do que pagou e lucrar com isso.

Por exemplo: Alguém compra dólares no mercado futuro com a cotação daquele momento, de R$ 5 por dólar, para dali a um ano. Quando essa pessoa for receber os dólares, a cotação pode estar em R$ 6. Se esse for o caso, o investidor pode vender seus dólares logo que resgatá-los, e assim irá lucrar. Da mesma forma, se o dólar tiver caído no período, o investidor terá desvantagem.

“É bastante conhecida essa modalidade. Às vezes ela é mal utilizada, expondo muito a risco porque permite alavancar. Isso é uma vantagem, mas que se for mal utilizada de fato corrói o patrimônio do investidor”, comenta Cozzolino. 

Esse tipo de investimento, no entanto, nem sempre é acessível a pequenos investidores. Segundo dados da B3, apenas 4% dos investidores de contratos futuros de dólar são pessoas físicas.

E como funcionam mini-contratos

Outra possibilidade são os mini-contratos de dólar, que têm o código WDO e funcionam de maneira semelhante ao contrato padrão de dólar, porém com um custo menor. Tanto que a participação de pessoas físicas nessa modalidade é mais significativa: 31% dos investidores, segundo a B3. 

“Eles acabam sendo mais baratos para investimento. E também acabam sendo bastante líquidos. Tem negociação o tempo inteiro, minuto a minuto. Tem liquidez”, comenta Cozzolino. 

“A forma de se investir nisso é similar à forma de comprar uma ação. Então você digita o código do dólar futuro e o vencimento, como WDOX21 (código do contrato para vencimento em novembro de 2021). A valorização desse contrato se dá via pontos. Então, cada ponto do dólar vale 20 centavos. Por exemplo: se a gente tem a cotação aproximada de 5.508 pontos. Então, se os 5.508 pontos forem para 5.518 pontos, você ganhou 10 pontos nessa valorização e em cada ponto, 20 centavos. Então, se você está negociando esse contrato nesse exemplo nosso, você ganhou R$ 2”, explica o especialista. 

Um ponto de atenção é a alta volatilidade. “Você, com poucos reais, consegue investir nisso. Só que é bastante volátil. Eu dei o exemplo de 10 pontos, que parece muita coisa. Mas, na verdade, a oscilação é muito maior”, comenta Cozzolino. 

4 – Fundos que aplicam no exterior

Existem fundos de investimentos que aplicam seus recursos no exterior, fazendo com que a rentabilidade esteja também atrelada ao dólar, conforme explica Saroglou, acrescentando que “para um fundo ser considerado disponível para o investidor em geral, ele pode alocar até 20% do seu patrimônio no exterior”.

“Pode aplicar num fundo de renda fixa, por exemplo. Está dolarizando seu patrimônio e ganhando um pouco mais. Ou fundos multimercados. Existem diversas categorias e estratégias”, diz Saroglou .

No entanto, ele chama atenção para os riscos, já que a queda do dólar, naturalmente, pode prejudicar os ganhos do investidor. “Se um fundo tiver 7% de retorno com os investimentos lá fora, você vai ter 7% e o dólar, para o bem e para o mal”, diz ele. 

5 – REITs 

O investidor brasileiro pode ter acesso indireto aos Real Estate Investment Trust (REITs), que são uma espécie de fundos imobiliários (FIIs) norte-americanos, por meio de fundos de investimento ou BDRs. Dessa forma, eles ficam sujeitos ao retorno desses FIIs mais a variação cambial. 

“O investidor pode comprar BDRs de REITs, mas se quiser pode comprar também cotas de um fundo que compre os BDRs ou REITs, pode também”, diz Saroglou sobre as opções disponíveis. “Assim, você pode expor o seu patrimônio em dólar, lastreado em imóveis”.

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Este conteúdo é de cunho jornalístico e informativo e não deve ser considerado como oferta, recomendação ou orientação de compra ou venda de ativos.

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