Por Fabricio de Castro
SÃO PAULO (Reuters) – O dólar à vista subiu e voltou a tocar nos 5,00 reais nesta quinta-feira, para depois encerrar o dia levemente abaixo deste nível, com as cotações acompanhando o avanço da moeda norte-americana no exterior, após dados do mercado de trabalho reforçarem a perspectiva de corte de juros nos EUA apenas mais à frente.
O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9956 reais na venda, em alta de 0,55%. Em fevereiro, a moeda acumula ganho de 1,16%.
A moeda norte-americana à vista oscilou no território positivo durante todo o dia no Brasil. No início da sessão, os dados da inflação em janeiro foram monitorados, mas não chegaram a influenciar de forma decisiva os preços das moedas, impactando mais diretamente os negócios com juros futuros.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,42% em janeiro, ante alta de 0,56% em dezembro. Apesar da desaceleração na margem, a inflação do mês em janeiro ficou acima das expectativas em pesquisa da Reuters, de alta de 0,34%.
O exterior, por sua vez, exercia maior influência sobre as cotações. A perspectiva de que o Federal Reserve cortará juros apenas em maio ou depois disso foi reforçada por novos números da economia.
Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego estaduais caíram em 9 mil na semana encerrada em 3 de fevereiro, para 218 mil em dado com ajuste sazonal, informou o Departamento do Trabalho dos EUA. Economistas consultados pela Reuters previam 220 mil pedidos para a última semana.
Em reação, os rendimentos dos Treasuries voltaram a subir, assim como o dólar ante boa parte das demais divisas, em meio à leitura de que o mercado de trabalho resiliente dificulta o início do ciclo de cortes de juros pelo Fed.
No Brasil, após marcar a cotação mínima de 4,9721 reais (+0,08%) às 9h15, o dólar à vista registrou a máxima de 5,0025 reais (+0,69%) às 13h52 — já após os dados do mercado de trabalho.
Assim como ocorreu na última segunda-feira, o dólar encontrou certa resistência ao tocar os 5,00 reais e, no segmento à vista, retornou para abaixo deste patamar.
No mercado futuro — o mais líquido no Brasil — a moeda norte-americana para março se mantinha levemente acima dos 5,00 reais neste fim de tarde.
Na B3, às 17:16 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,56%, a 5,0055 reais.
Os negócios no Brasil ocorreram nesta quinta-feira sob um pano de fundo político conturbado, em meio à operação da Polícia Federal que investiga tentativa de golpe de Estado durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Porém, esses desdobramentos tiveram pouco ou nenhum efeito nas negociações.
No exterior, o dólar seguia em alta no fim da tarde.
Às 17:16 (de Brasília), o índice do dólar –que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas– subia 0,11%, a 104,140.
Veja também
- CBA vende participação na Alunorte para a Glencore por R$ 236,8 milhões
- BRF compra fábrica e passa a ser a primeira empresa de proteínas a produzir na China
- Argentina anuncia licitação para privatizar hidrovia Paraguai-Paraná
- Petrobras confirma plano de investir mais de R$ 635 bilhões entre 2025 e 2029
- Enel prepara plano de investimentos para buscar renovação de suas concessões no Brasil