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Economia

Em 26 anos, inflação tirou 84% do poder de compra e nota de R$ 100 vale só R$ 16

Com uma inflação acumulada de 524,88% desde o início do Plano Real, seu dinheiro compra bem menos coisas do que no passado

dinheiro

Provavelmente você já teve a sensação de ir ao mercado e perceber que seus R$ 100 não compram o mesmo número de produtos que em anos anteriores. É uma sensação ruim, mas não é culpa do comerciante. Na verdade, o real perdeu 84% do seu poder de compra nos últimos 26 anos, desde o início do Plano Real.

Um levantamento feito pelo matemático financeiro José Dutra Vieira Sobrinho com exclusividade para o InvestNews mostra que uma cédula de R$ 100 compra hoje o equivalente a 16% do que comprava no dia do seu lançamento. Ou seja: com uma nota de R$ 100, você adquire hoje um bem ou serviço que adquiria por R$ 16 em julho de 1994.

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Tudo isso ocorre graças ao aumento da inflação, a perda do poder de compra do dinheiro ao longo do tempo. A inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) acumulada no período, a partir de 1º de julho de 1994 até 1º de setembro de 2020, foi de 524,88%.

E se você quisesse encher o carrinho do supermercado hoje com o que uma cédula de R$ 100 compraria em 1994, você precisaria desembolsar o equivalente a R$ 624,88 ou, arrendondando as contas, R$ 625.

Com o poder de compra do brasileiro encolhendo ao longo dos anos em decorrência da inflação, outras cédulas do real também tiveram seu poder aquisitivo reduzido

Por exemplo, o poder de compra de uma nota de R$ 50 hoje é de R$ 8:

Enquanto isso, uma cédula de R$ 20 tem na verdade um poder aquisitivo de R$ 3,20, aplicando a inflação do período:

Até as “nanicas “desvalorizaram, chegando a comprar menos do que R$ 5. Uma nota de R$ 10 por exemplo tem atualmente um poder aquisitivo de R$ 1,60. Enquanto uma cédula de R$ 5 compra R$ 0,80. E uma nota de R$ 2 compra apenas R$ 0,32.

E se fosse com a gasolina?

Dutra explica que apesar do valor do dinheiro continuar o mesmo que está escrito nas cédulas, todo ano a inflação faz seu valor aquisitivo ficar cada vez menor. Por exemplo, em 1994, o matemático financeiro lembra que o litro de gasolina custava em média R$ 0,50. Com uma nota de R$ 100, ele colocaria 200 litros de combustível no carro.

Em setembro de 2020, o preço médio de um litro de gasolina segundo a média da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) é de R$ 4,268 por litro. Ou seja, com os mesmos R$ 100, Dutra conseguiria colocar apenas 23,43 litros de combustível em seu automóvel.

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