O dólar fechou em baixa ante o real pela segunda sessão consecutiva nesta quarta-feira (11), com investidores digerindo um noticiário positivo para mercados emergentes no exterior e realizando ajustes diante dos patamares historicamente altos da moeda norte-americana.
O dólar à vista encerrou o dia em queda de 1,47%, cotado a R$ 5,959. Esta foi a primeira vez que a moeda norte-americana fechou abaixo de R$ 6,00 neste mês.
Na B3, às 17h04, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 1,40%, a R$ 5,972 na venda.
No fim da manhã o Banco Central vendeu todos os 15.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão para rolagem do vencimento de 2 de janeiro de 2025.
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Expectativa de corte de juros
O governo norte-americano informou mais cedo que o índice de preços ao consumidor do país registrou alta de 0,3% na base mensal em novembro, acima do avanço de 0,2% do mês anterior, mas exatamente em linha com o esperado por economistas consultados pela Reuters. O ganho anual foi de 2,7%.
No caso do núcleo, a alta também foi de 0,3% no mês, como projetado por analistas, marcando um avanço de 3,3% na base anual.
Apesar de o resultado demonstrar uma estagnação no processo de desinflação dos EUA na direção da meta de 2%, a falta de surpresas forneceu maior certeza aos mercados de que o Fed deve reduzir os juros novamente na reunião da próxima semana.
Melhora do cenário de risco
As taxas dos DIs recuaram nesta quarta-feira (11) para o médio e longo prazos, com o mercado fazendo ajustes e mostrando otimismo com a tramitação do pacote fiscal no Congresso, enquanto os juros para vencimentos de curto prazo subiram devido à percepção de que o Copom vai acelerar o ritmo de aperto da Selic.
No fim da tarde a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2025 estava em 12,009%, ante 11,96% no ajuste anterior. Já a taxa do contrato para janeiro de 2027 marcava 14,47%, ante o ajuste anterior de 14,685%.
“Tem um movimento de arrefecimento das taxas. Passamos muitas sessões com todas as taxas acima de 14%, o que é muita coisa. Então tem uma reversão técnica”, disse Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research.
Em movimento semelhante ao da sessão anterior, os agentes financeiros também demonstravam maior otimismo quanto à possibilidade de aprovação das medidas de contenção de gastos do governo no Congresso ainda neste ano.
O governo publicou na terça (10) uma portaria detalhando procedimentos e prazos para a liberação de emendas parlamentares, instrumento no centro do mal-estar entre o Executivo e o Legislativo.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse que vai trabalhar por um consenso para que as medidas do pacote fiscal possam ser votadas ainda nesta semana.
“Isso ajuda, porque sempre existiu a possibilidade de o Congresso não apoiar o pacote ou desidratá-lo. Então, à medida que avança essa discussão, isso ajuda nessa correção”, afirmou Quaresma.
*Com informações da Reuters
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