A carteira de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) deve crescer 0,7% em outubro na comparação com setembro, de acordo com a Pesquisa Especial de Crédito da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Em relação a outubro do ano passado, a alta deve ficar em 15,7%, desacelerando na comparação com o crescimento anual do mês anterior, de 16,8%.
Segundo a entidade, os programas de crédito públicos para empresas, como o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) e o FGI-Peac, devem dar impulso às originações de crédito direcionado, ajudando a expandir a carteira como um todo. Em recursos livres, o crescimento deve ser menor no mês, de 0,2%.
Em um reflexo desse movimento, a carteira direcionada tende a acelerar a alta anual, passando de 13,5% para 14%, na contramão do movimento do saldo total. No mês, a expansão dessa carteira deve ser de 1,5%, de acordo com a pesquisa.
“A pesquisa mostra que a alta de outubro deve ser liderada pelo crédito às empresas, com avanço de 2,2%, que segue apresentado um volume robusto de operações nos programas de crédito para as micro, pequenas e médias empresas, como o Pronampe e o Peac-FGI”, diz Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban.
Ainda assim, a carteira de crédito PJ deve recuar 0,3% no mês, graças à queda de 1,6% no saldo de operações com recursos livres. A expectativa de baixa se deve à sazonalidade negativa de linhas voltadas ao controle do fluxo de caixa, típica do início do semestre.
No crédito para pessoas físicas, a expectativa é de alta de 1,4% no mês, puxada pelo crescimento da carteira de recursos livres (+1,6%), diante da melhoria do mercado de trabalho e também do efeito das concessões do consignado do Auxílio Brasil. Nos direcionados, a expectativa é de alta de 1,1%, diante da nova rodada do Plano Safra.
Concessões
Nas concessões, a expectativa dos bancos é de queda de 6,3% em outubro na comparação com setembro. Ajustada por dias úteis, a baixa deve ser de 1,6%. Em relação a outubro do ano passado, as concessões devem ser 23% maiores, e segundo a Febraban, continuarão em patamar historicamente alto, de cerca de R$ 500 bilhões ao mês.
O resultado anual deve apresentar desaceleração em relação a setembro, mês em que a alta foi de 23,6%. Os bancos têm reduzido as concessões de crédito em determinadas linhas, diante do aumento da taxa Selic e da alta da inadimplência.
No comparativo mensal, a maior queda (-16,5%) deve vir de linhas direcionadas, refletindo a acomodação dos programas públicos após os picos de concessão de cada um deles. Em recursos livres, a expectativa é de queda de 4,7% nas concessões. Com relação ao público, as concessões para pessoas físicas devem subir 0,4%, e as para pessoas jurídicas, cair 14,2%.
A Pesquisa da Febraban é divulgada todos os meses como uma prévia da Nota de Crédito do Banco Central. São levados em consideração os dados dos principais bancos do País, que representam de 37% a 88% do saldo total de crédito do SFN, a depender da linha, e variáveis macroeconômicas que impactam o mercado de crédito.
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