Com a indicação do Banco Central (BC) de que deve manter a taxa Selic em 13,75% por ainda mais tempo, as expectativas para os juros básicos no fim de 2023 e 2024 ficaram maiores. No Boletim Focus, a mediana para o fim de 2023 passou de 12,50% para 12,75% ao ano, enquanto para o término 2024 avançou de 9,75% para 10%. Há quatro semanas, as estimativas eram de 12,50% e 9,25%, nessa ordem.
Considerando apenas as 81 respostas dos últimos cinco dias úteis, a mediana para o fim de 2023 seguiu em 12,75%. Para o fim de 2024, passou de 9,75% para 10,00%, com 80 atualizações na última semana.
No primeiro Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do governo Lula, o colegiado afirmou que a incerteza fiscal e a desancoragem de expectativas inflacionárias em prazos mais longos aumentam o custo da desinflação. O BC manteve pela quarta reunião consecutiva a taxa Selic em 13,75% ao ano.
“O Comitê segue vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período mais prolongado do que no cenário de referência será capaz de assegurar a convergência da inflação”, destacou o BC.
O cenário de referência considera as estimativas da Focus para a Selic. Portanto, o BC indicou que provavelmente será necessário manter o juro em 13,75% para além de setembro, horizonte para o qual o mercado financeiro esperava o primeiro corte quando o Copom se reuniu.
Na Focus divulgado nesta segunda-feira, a projeção para a Selic no fim de 2025 continuou em 9,00%, contra 8,25% de quatro semanas antes. O boletim ainda trouxe a projeção para a Selic no fim de 2026, que se manteve em 8,50%, de 8,00% há um mês.
Câmbio
O cenário da moeda norte-americana em 2023 e 2024 ficou estável nesta semana. A estimativa para o câmbio neste ano continuou em R$ 5,25. Há um mês, a mediana era de R$ 5,28.
Para 2024, a mediana continuou em R$ 5,30, mesmo valor de quatro semanas antes. A projeção anual de câmbio publicada no Relatório Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020. Com isso, o Banco Central espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.
IPCA e PIB
Segundo o boletim, a expectativa para a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para este ano subiu de 5,78% para 5,79%, sendo esta a nona alta seguida.
A projeção do indicador para 2024 também aumentou, de 3,93% para 4%, e para 2025 subiu de 3,50% para 3,60%.
Já para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2023, a expectativa caiu de 0,79% para 0,76%, enquanto a de 2024 foi mantida em 1,50%, Para 2025 teve recuou de 1,89% para 1,85%.
Com Estadão
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