O governo central registrou um déficit primário de R$ 20,947 bilhões em maio, rombo inferior ao esperado por analistas e bem abaixo do saldo negativo recorde de R$ 126,636 bilhões computado no mesmo mês do ano passado, quando o governo promovia um amplo conjunto de medidas de enfrentamento à crise gerada pela pandemia da covid-19.
No acumulado do ano, o governo central – composto por Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central – ainda registra um superávit primário, de R$ 19,911 bilhões, melhor resultado para o período desde 2014, mostraram dados divulgados pelo Tesouro Nacional nesta terça-feira (29).
“O resultado primário do mês de maio revela a manutenção na melhora das condições fiscais do Governo Central observada desde o início do ano, ocasionada pelo desempenho bastante robusto da receita, acompanhado de um nível de execução das despesas abaixo do patamar do ano anterior”, disse o Tesouro em nota.
O texto destacou que as receitas têm sido impactadas pela maior atividade e também pelo aumento dos preços, que elevam os valores sobre os quais incide a tributação.
Já nas despesas, o efeito vem da maior focalização das despesas com o combate à pandemia, da postergação da execução de gastos como resultado do atraso na aprovação do Orçamento do ano e do maior controle de despesas obrigatórias, disse o Tesouro.
As receitas líquidas do governo central aumentaram 93,4% em termos reais no mês sobre maio de 2020, para R$ 112,876 bilhões, enquanto as despesas caíram 31,4%, para R$ 133,823 bilhões.
As despesas relacionadas ao combate à covid-19 somaram R$ 16,120 bilhões no mês – dos quais R$ 8,919 bilhões disseram respeito ao pagamento do auxílio emergencial – e R$ 36,598 bilhões no acumulado do ano.
O déficit do mês passado veio um pouco abaixo do esperado por economistas, segundo pesquisa da Reuters que apontava saldo negativo de R$ 23,2 bilhões.
Nos primeiros cinco meses de 2020, o governo central registrou déficit de R$ 222,493 bilhões.
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