A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia revisou sua expectativa para o crescimento da economia brasileira em 2020. A nova projeção é de uma alta de 2,1% no Produto Interno Bruto (PIB) este ano. Antes, a estimativa era de avanço de 2,4%.
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A nova previsão foi anunciada em um momento de incerteza sobre o desempenho da atividade econômica diante do avanço do novo coronavírus.
O dado faz parte da nova grade de parâmetros que a equipe econômica utilizará para reestimar receitas e despesas do Orçamento. Essa revisão será anunciada até 22 de março.
A arrecadação federal foi projetada com base em uma expectativa de crescimento de 2,32% em 2020. O secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, admitiu na terça-feira que a retomada mais lenta deve comprometer as receitas e levar a um bloqueio de despesas no Orçamento para evitar o descumprimento da meta fiscal, que permite déficit de até R$ 124,1 bilhões.
Outro parâmetro que deve influenciar a queda nas receitas é o choque nos preços do petróleo no mercado internacional. A lei orçamentária foi formulada com base em uma expectativa de cotação média de US$ 58,96 por barril de petróleo Brent, mas a commodity encerrou o pregão de ontem a US$ 37,22. O governo não trouxe projeções sobre o petróleo no relatório.
O governo também deve retirar da conta os R$ 16,2 bilhões esperados com a privatização da Eletrobras, cujo projeto ainda não avançou no Congresso.
Demais projeções
O governo ainda revisou sua projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) em 2020, de 3,73% para 3,28%.
O indicador serve de referência para a correção do salário mínimo, que por sua vez afeta o valor de dois terços dos benefícios pagos pelo INSS, além de gastos com abono salarial e assistência social. O resultado do INPC de 2020 será aplicado na correção do salário mínimo, hoje em R$ 1.045, no ano de 2021.
As projeções da SPE também indicam alta de 3,12% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, indicador oficial de inflação no País), ante uma expectativa de avanço de 3,62%.
Em relação ao Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que capta a movimentação de preços no atacado, a previsão de alta passou de 4,32% para 3,66%.