Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) – O Ibovespa mostrava um acréscimo modesto nesta quarta-feira, capitaneado por Braskem, enquanto agentes financeiros aguardam novos sinais sobre os próximos passos do banco central norte-americano ao término da sua reunião de política monetária.
Após o fechamento do mercado local, o BC brasileiro anuncia sua decisão em relação à Selic, atualmente em 11,25% ao ano.
Às 10:46, o Ibovespa subia 0,14 %, a 127.711,64 pontos. O volume financeiro somava 2,3 bilhões de reais.
O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve divulga às 15h (horário de Brasília) o desfecho da sua reunião de dois dias em comunicado que será acompanhado também por projeções econômicas.
Na sequência, às 15h30, o chair do Fed, Jerome Powell, faz coletiva à imprensa sobre as conclusões da autoridade monetária da maior economia do mundo.
Economistas do Bradesco afirmaram que o BC norte-americano deve a taxa de juros no intervalo atual, entre 5,25% e 5,50% (em linha com a previsão do mercado), preservando o tom de cautela na comunicação.
Eles citam que os dados de atividade e mercado de trabalho não indicam desaceleração intensa e a evolução robusta do consumo no curto-prazo tem sido um fator adicional de cautela do ponto de vista dos riscos para a inflação.
“Diante dessas circunstâncias, esperamos que o Fed mantenha o tom de cautela, sinalizando que ainda prevê cortes de juros neste ano, mas sem dar sinais explícitos sobre quando esse processo terá início”, disse a equipe chefiada por Fernando Honorato, que espera o começo de cortes em junho.
Em Nova York, o S&P 500 cedia 0,08%, enquanto o rendimento do título de 10 anos do Tesouro dos Estados Unidos marcava 4,2946%, de 4,296% na véspera.
Ainda no exterior, em uma semana repleta de decisões de política monetária, a China manteve as taxas primárias de empréstimos de um ano em 3,45% e de cinco anos em 3,95%, conforme as previsões no mercado.
O resultado do encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC no Brasil será conhecido após o fechamento da B3, e o foco também estará voltado para os movimentos futuros dado o consenso de que a Selic cairá a 10,75%.
DESTAQUES
– BRASKEM PNA avançava 7,74%, a 24,92 reais, tendo como pano de fundo relatório do Santander elevando a recomendação das ações para “outperform”, com preço-alvo de 27 reais (versus 22,50 reais anteriormente). Investidores também continuam monitorando noticiário sobre uma esperada venda da participação da Novonor na petroquímica.
– MINERVA ON subia 1,84%, a 7,19 reais, após a companhia informar no final da segunda-feira que duas de suas plantas produtivas na Colômbia, Bucaramanga e Ciénaga de Oro, receberam habilitação para exportar carne bovina colombiana para a China.
– VALE ON caía 0,36%, a 61,18 reais, mesmo com os futuros do minério de ferro ampliando a alta na China, em meio a crescentes expectativas de uma retomada da produção entre as siderúrgicas naquele país. O contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou o dia com alta de 1,23%.
– PETROBRAS PN recuava 0,14%, a 36,02 reais, em dia de queda dos preços do petróleo no exterior, onde o contrato do barril de Brent, usado como referência pela companhia, cedia 1,17%, a 86,36 dólares. A companhia paga nesta sessão a segunda parcela dos dividendos referentes ao balanço de 30 de setembro do ano passado. No setor, PETRORECONCAVO ON perdia 2,39%, PRIO ON apurava declínio de 2,58% e 3R PETROLEUM ON caía 1,1%.
– ITAÚ UNIBANCO PN cedia 0,14%, a 34,68 reais, enquanto BRADESCO PN subia 0,35%, a 14,17 reais.
Veja também
- Construtora Rossi protocola oferta pública de aquisição de ações
- Lei do combustível do futuro pode destravar R$ 260 bilhões em investimentos
- Azul faz acordo de R$ 3 bilhões com mais de 90% de credores
- FTX vai reembolsar clientes em US$ 16 bilhões após aprovação judicial
- Infracommerce elege novo CEO após reestruturar dívida