O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, ficou em 0,04% em junho, segundo divulgação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (27). O dado mostra uma desaceleração em relação a maio, quando o índice ficou em 0,51%.
A prévia da inflação ficou acima do esperado pelo mercado. Pesquisa da Reuters com economistas estimava queda de 0,01% para o período.
Nos últimos 12 meses, a variação do IPCA-15 foi de 3,40%, abaixo dos 4,07% observados nos 12 meses anteriores. Em junho de 2022, a taxa foi de 0,69%.
“A prévia da inflação ficou levemente acima do que o mercado estava esperando, que era uma deflação de 0,2%. O que gerou essa inflação baixa foi uma deflação no grupo de alimentação e bebidas e também deflação no grupo de transportes, que são dois grupos relevantes na cesta de consumo do brasileiro. Também é importante olhar para o comportamento do preço dos automóveis que caíram 0,84% na leitura deste mês.”
economista Fabricio Silvestre
Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, também disse que a prévia do IPCA oficial veio ligeiramente acima do esperado.
“Dos destaques positivos, tivemos uma boa desaceleração nos combustíveis, principalmente a gasolina que teve uma variação negativa de -3,4%, que já era esperado pelo mercado. A surpresa negativa foi transporte público, no caso passagens áreas que teve uma variação de +10,7% influenciado pelos preços do querosene de aviação, que não teve queda.”
Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital
Redução preço da gasolina
De acordo com o IBGE, a desaceleração do IPCA-15 de junho teve contribuição do grupo transportes (-0,55%), diante da queda do preço dos combustíveis, principalmente da gasolina (-3,40%), que foi o subitem com o maior impacto individual (-0,17 p.p.).
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, seis tiveram alta em junho. E além dos transportes, outros dois grupos registraram queda: alimentação e bebidas (-0,51%) e artigos de residência (-0,01%).
Já a maior variação (0,96%) e o maior impacto (0,14 ponto percentual) vieram do grupo habitação, com destaque para a alta da taxa de água e esgoto (3,64% e 0,06 p.p.).
O resultado do grupo saúde e cuidados pessoais (0,19%) foi influenciado pela alta nos preços dos planos de saúde (0,38%).
E em despesas pessoais (0,52%), destaca-se a alta de 6,19% nos jogos de azar, após reajuste médio de 15% no valor das apostas. Cinema, teatro e Concertos (1,29%) e pacotes turísticos (1,07%) também registraram alta no mês.
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