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Economia

Juros futuros caem após divulgação do IPCA abaixo do esperado

Resultado da inflação do mês de março movimentou a curva de juros, segundo especialistas.

As taxas dos juros futuros caíam nesta terça-feira (11), após o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgar que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,71% em março. O resultado veio abaixo dos 0,84% registrados no mês anterior. No ano, a inflação acumula alta de 2,09% e, nos últimos 12 meses, de 4,65%.

Os números dispararam um movimento de queda nas taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) em toda a curva a termo, sendo que os vencimentos a partir de janeiro de 2025 passaram por cortes superiores a 20 pontos-base.

No fim da tarde, a taxa do DI para outubro de 2023 estava em 13,435%, ante 13,5% do ajuste anterior. Já a taxa para janeiro de 2024 estava em 13,125%, ante 13,229% do ajuste anterior. A taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 11,765%, ante 11,996%. Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2027 estava em 11,735%, ante 11,982% do ajuste anterior.

Perto do fechamento, a curva a termo precificava apenas 6% de chances de o BC reduzir a Selic em 0,25 ponto porcentual no encontro de política monetária de maio e 94% de probabilidade de ele manter a taxa em 13,75% ao ano.

Curva de juros em 11 de abril de 2023 (Imagem: Reprodução/Valor Pro)
Curva de juros em 11 de abril de 2023 (Imagem: Reprodução/Valor Pro)

Segundo André Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, a leitura do IPCA de março foi positiva e puxou na queda da curva de juros.

“Verificamos uma redução tanto na variação mensal quanto na anual, que foi destaque, saindo de uma alta acumulada de 5,60% em fevereiro para 4,65% em março. Isso reflete positivamente no índice Ibovespa, e as curvas de juros, principalmente o meio da curva, caindo”

André Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital

Segundo Fernandes, o resultado tende a provocar um discurso mais leve na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), apesar do consenso do mercado ser de manutenção para a taxa básica de juros, a Selic. “O discurso com os novos dados do IPCA deve aliviar as tensões com o governo”.

Outros analistas do mercado também acreditam que a leitura do IPCA de hoje deve deixar mais próximo o corte da Selic por parte do Banco Central.

Para Leandro Petrokas, diretor de research e sócio da Quantzed, o IPCA veio abaixo das expectativa mostrando arrefecimento da inflação e queda nos juros. Logo, a leitura do mercado é que o resultado para a inflação “sugere que o corte de juros pode ser mais próximo”.

Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, também apontou que o dado deve impulsionar um afrouxamento da política monetária.

“Esse dado pode ajudar positivamente o cenário do Banco Central e, caso os dados continuem nessa tendência até a próxima reunião do Copom, a autoridade monetária poderá começar a discutir um afrouxamento da política monetária”

Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research

Com Reuters

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