Apesar de dizer que não seria “prudente” comentar a atuação do Conselho Monetário Nacional (CMN) em dia de reunião decisiva do colegiado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou nesta quinta-feira (29) a meta de inflação brasileira, chamada por ele de “rígida”.
![](https://investnews.com.br/wp-content/uploads/2023/06/2023-06-22T110939Z_1_LYNXMPEJ5L0D2_RTROPTP_4_MACRO-LULA-RCN-CONTRA-1024x683.jpg)
“Não sei qual a decisão do Conselho Monetário Nacional. Como cidadão brasileiro, acho que o Brasil não precisa de meta de inflação tão rígida sem alcançar. Temos que ter uma meta que a gente alcance. Alcançou, a gente pode reduzir”, afirmou o presidente em entrevista à Rádio Gaúcha. “A política monetária tem que ser móvel. Não pode ser fixa e eterna”, acrescentou.
A reunião do CMN de hoje vai debater a meta de inflação de 2026 e a possibilidade de trocar o sistema atual de metas de ano-calendário para meta contínua. O colegiado é formado pelos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento), e pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
“Não quero influenciar na decisão do Conselho Monetário Nacional. Eles sabem o que fazer, sabem o que têm que decidir”
Presidente lula
Lula lembrou que, em 2005, houve um movimento para reduzir a meta de inflação à 3% – meta do ano que vem e 2025 – e ele discordou. “Espero que Haddad e Simone tenham toda a maturidade para tomar a decisão que acharem que devem”.
Na entrevista, o presidente ainda voltou a criticar a atual taxa de juros e Campos Neto. “O Senado, quando aprovou a autonomia do BC, estabeleceu critérios para ser autônomo. Um dos critérios é cuidar da inflação, outro é cuidar do emprego e do crescimento. Ele (Campos Neto) até agora tem cuidado pouco porque estabeleceu meta que, pelo fato de não atingir, aumentou juro de forma exagerada”, disparou. “É preciso reduzir a taxa de juros para que ela fique compatível com a inflação”.
Lula também argumentou que o para o dinheiro circular, o juro tem que ser baixo. “Mais importante que política monetária são os 213 milhões de brasileiros”, disse o presidente. “O dinheiro tem que circular na mão dos brasileiros para a economia crescer”.
Veja também
- Ainda não tenho nome para presidir BC, vou escolher na hora certa, diz Lula
- O velho manual de Lula falha em conquistar o agro
- ‘Cumpra o arcabouço fiscal’, diz Lula a Haddad, autorizando cortes de gastos
- Lula diz que novo presidente do BC olhará Brasil como país é, não como o mercado fala
- Campos Neto: Críticas de Lula atrapalham o Banco Central