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Economia

4 fatos sobre combustíveis que movimentaram a semana

Sanção à Rússia, aumento da Petrobras e aprovação de projetos para minimizar alta ao consumidor são destaques.

icms sobre combustíveis

A alta dos combustíveis anunciada pela Petrobras (PETR4 e PETR3) na última quinta-feira (10) foi um dos principais destaques do noticiário da semana, com impactos no mercado financeiro e nas projeções para a inflação no Brasil. Mas desde o dia 24 de fevereiro, quando a Rússia invadiu a Ucrânia, os indícios de reajustes já haviam se tornado eminentes.

Isso porque a Petrobras define os preços com base no preço do barril da commodity no mercado internacional. Desde o início do conflito, o barril do Brent acumula um avanço de mais de 13%.

“A Rússia é um dos maiores produtores de petróleo do mundo, o país está entre os top 3, junto com os Estados Unidos e a Arábia Saudita. Consequentemente, com essa disrupção vai faltar mais petróleo para ser distribuído. O aumento no preço ocorre simplesmente por um desequilíbrio na relação entre oferta e demanda”, explica Andrey Nousi, CFA e fundador da Nousi Finance.

Além disso, no dia 8 de março, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou a proibição às importações de petróleo da Rússia em retaliação pela invasão da Ucrânia, levando a mais um aumento nas cotações. Nos dias seguintes, no entanto, sinalizações de aumento da produção pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) chegaram a trazer algum alívio para a pressão sobre os preços do petróeleo.

De qualquer forma, o especialista da Nousi Finance lembra que o preço petróleo já vinha em uma ascensão antes mesmo do início da guerra, “impactado por uma forte aceleração econômica no pós-covid”, com demandas vindas de vários lados, porém sem aumento de produção por parte de produtores e exportadores.

Para entender melhor todo esse imbróglio envolvendo o preço do petróleo, o Investnews separou 4 fatos sobre acontecimentos mais recentes que envolvem a commodity. Veja abaixo:

Biden proíbe importação do petróleo

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou na terça-feira (8) a proibição às importações de petróleo e outras fontes de energia da Rússia. O objetivo é retaliar economicamente o país pela invasão à Ucrânia. A decisão representa uma fonte a menos para venda da commodity no mercado, o que leva ao aumento dos preços.

Segundo informações da Agência Reuters, a partir de dados da Administração de Informação de Energia (AIE) dos Estados Unidos, o país importou da Rússia mais de 20,4 milhões de barris de produtos brutos e refinados por mês, em média, em 2021, cerca de 8% das importações de combustíveis líquidos dos EUA.

Aumento nas refinarias

A Petrobras (PETR3 e PETR4) anunciou na quinta-feira (10) um aumento de 18,56% nos preços da gasolina nas refinarias24,9% do diesel 16,06% do gás de cozinha. O reajuste ocorre em meio ao forte aumento da cotação do petróleo no exterior.

Cálculos feitos pelo economista-chefe da Necton, André Perfeito, com base na formação de preço dos combustíveis da Petrobras e as alíquotas dos impostos, o consumidor deve sentir na ponta final um aumento de 11,6% no preço da gasolina e de 18,34% no do diesel.

Desde 2016, a Petrobras adota a chamada Política de Preços de Paridade de Importação (PPI). Ou seja, o preço do petróleo é atrelado ao mercado internacional e tem como referência a cotação do barril tipo Brent, que é em dólar. A metodologia, portanto, explica o peso dessa turbulência no bolso dos brasileiros.

Em comunicado, a estatal disse que, apesar da disparada dos preços do petróleo e seus derivados em todo o mundo nas últimas semanas como decorrência da guerra entre Rússia e Ucrânia, tinha decidido não repassar a volatilidade do mercado de imediato, “realizando um monitoramento diário dos preços de petróleo”.

Estabilização dos preços e auxílio-gasolina

O Plenário do Senado aprovou na quinta-feira (10) o projeto de lei PL 1472/2021. Segundo informações da Agência Senado, o projeto cria um sistema de bandas de preços dos combustíveis, para limitar as variações, e uma conta federal para financiar essa ferramenta.

Pelo sistema, o Executivo definirá limites mínimo e máximo para os preços dos derivados de petróleo. Quando os preços de mercado estiverem abaixo do limite inferior da banda, os recursos correspondentes à diferença serão acumulados na conta. Quando estiverem acima do limite superior, a conta servirá para manter o preço real dentro da margem regulamentar.

O projeto também cria o Auxílio Combustível Brasileiro (ACB), valor mensal que será pago pelo governo federal para taxistas, motoristas de aplicativo, motociclistas e condutores de pequenas embarcações.

ICMS único

A Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei que prevê uma alíquota única e fixa de ICMS sobre combustíveis, inclusive importados, em todo o país. Atualmente, o tributo varia de estado para estado e é calculado em toda a cadeia de distribuição e sobre um preço médio na bomba.

O texto aprovado também concede isenção do PIS/Pasep e da Cofins em 2022 sobre os combustíveis. A proposta será enviada à sanção presidencial.

Este conteúdo é de cunho jornalístico e informativo e não deve ser considerado como oferta, recomendação ou orientação de compra ou venda de ativos.

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