Na primeira divulgação do ano para o Boletim Focus, o mercado não alterou suas expectativas para a Selic. Para o fim do atual ciclo de flexibilização, a mediana seguiu em 9,00% ao ano no encerramento de 2024 de uma semana para a outra. Há um mês, a estimativa era de 9,25% ao ano.
Em dezembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central cortou a Selic pela quarta vez consecutiva em 0,50 pp, para 11,75% ao ano. O colegiado manteve a sinalização de que o ritmo de corte de 0,50 ponto porcentual continua sendo o mais apropriado para as próximas reuniões. Posteriormente, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, enfatizou que essa mensagem vale para dois encontros: de janeiro e março de 2024.
No encontro de dezembro, o Copom repetiu que a magnitude total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular daquelas de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.
No Boletim Focus, a projeção para a Selic no fim de 2025 continuou em 8,50% ao ano, patamar em que já se encontrava um mês antes. Para 2026, a projeção também seguiu em 8,50% ao ano pela 22ª semana consecutiva.
Câmbio
O cenário esperado para o câmbio brasileiro apresentou poucas variações no Relatório de Mercado Focus desta semana. A estimativa para o câmbio no fim de 2024 permaneceu em R$ 4,90 de uma semana para outra, ante R$ 5,03 de um mês antes. Para 2025, a mediana passou de R$ 5,05 para R$ 5,03, de R$ 5,10 de quatro semanas antes.
A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020. Com isso, o BC espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.
IPCA
expectativa para a inflação anual ficou praticamente estável no Boletim Focus divulgado nesta terça-feira, 2. A projeção para 2023 seguiu em 4,46%. Um mês antes, a mediana era de 4,54%. Para 2024, foco da política monetária, a projeção mudou levemente, de 3,91% para 3,90%. Há um mês, estava em 3,92.%.
Considerando as 100 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2023 também permaneceu em 4,45%. Para 2024, a projeção de alta seguiu em 3,90%, considerando uma centena de atualizações no período.
PIB
O Boletim Focus manteve a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. A mediana para a alta da atividade em 2023 seguiu em 2,92% ante 2,84% de um mês atrás. Considerando apenas as 65 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2023 também seguiu em 2,92%.
Para 2024, o Relatório Focus trouxe igualmente estagnação das projeções de uma semana para a outra para o PIB, que ficou em 1,52%, ante 1,50% de um mês atrás. Considerando as 65 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB de 2024 passou de 1,52% para 1,50%.
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Previsões fiscais
Após uma semana de piora, o primeiro Boletim Focus de 2024 trouxe uma melhoria nas projeções fiscais de 2023. A estimativa para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 passou de 61,20% para 61,05%, voltando a ficar próxima da taxa de 61,00% exibida um mês atrás.
Já no caso do déficit primário em relação ao PIB neste ano, a mediana passou de 1,40% para 1,50%, contra 1,10% de um mês antes. O Ministério da Fazenda buscava entregar um resultado deficitário de 1,00% do PIB em 2023.
Na semana passada, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, disse que o déficit primário deste ano deve ficar em torno de 1,20% do PIB e que, se o resultado for confirmado, será “muito satisfatório para o exercício”.
Com a autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para o governo quitar um estoque de cerca de R$ 93 bilhões em precatórios ainda em 2023, a estimativa do Focus para o déficit nominal do ano passado seguiu em 8,30% do PIB de uma semana para a outra, ante 7,60% de um mês atrás.
O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após o gasto com juros e outras despesas financeiras.
Dívida
Para o próximo ano, a estimativa para a dívida líquida passou de 64,50% para 64,45% do PIB, ante 63,95% de quatro semanas antes. Já o déficit primário esperado para 2024 seguiu em 0,80% do PIB. O déficit nominal projetado na Focus também se manteve em 6,80% do PIB. Há um mês, os porcentuais já eram os mesmos.
No fim de agosto, o governo apresentou o projeto de lei orçamentária de 2024 ao Congresso. A peça prevê superávit de R$ 2,8 bilhões em 2024 (0% do PIB), mas depende da arrecadação de R$ 168,5 bilhões em medidas extras, entregues ao Parlamento junto com o Orçamento. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já avisou que o governo “dificilmente chegará à meta zero”, até porque o chefe do Executivo “não quer fazer cortes em investimentos e obras”.
Na última semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou um pacote de três medidas que visam a compensar a desoneração da folha de pagamentos e ajudar no cumprimento da meta este ano.
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