Economia

PIB: ranking mostra quais países estão crescendo mais que o Brasil

Brasil está na 19ª posição em uma lista de 50 países, considerando o resultado do PIB no 1º trimestre.

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O crescimento de 1,2% da economia no primeiro trimestre de 2021 coloca o Brasil na 19ª posição em um ranking com o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) de 50 países no período. O Brasil ficou abaixo de países como Turquia e Chile, mas à frente de emergentes como México e China. 

O ranking do PIB foi feito pela Austin Rating com os dados já divulgados por diversos países até esta terça-feira (1º). Segundo o levantamento, o desempenho da economia brasileira manteve o país na 13ª posição na lista das 15 maiores economias do mundo. Entre esses países, o resultado do PIB brasileiro foi o 4º melhor no primeiro trimestre – atrás de Estados Unidos e Coreia do Sul (cada um com 1,6% de alta) e Canadá (1,4%). 

Quais são as maiores economias do mundo?

PaísPosição na lista das maiores maiores economiasPIB no 1º trimestre de 2021 (em %)
Estados Unidos11,6
Coreia101,6
Canadá91,4
Brasil131,2
China20,6
Itália80,1
Índia60
Rússia110
Austrália120
França7-0,1
Espanha14-0,5
Indonésia15-1
Japão3-1,3
Reino Unido5-1,5
Alemanha4-1,8

Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, acredita que o Brasil tinha condições para estar melhor posicionado na lista, mas cita alguns fatores que travam o crescimento. “Tem a questão óbvia fiscal: outros países tinham uma condição melhor que a do Brasil, que sofre nesse campo desde 2014, e por isso estavam melhores para enfrentar a pandemia”, compara.

O economista cita ainda o processo de vacinação mais lento que o esperado. Com as aplicações iniciadas em janeiro, o Brasil tem até agora cerca de 13% da população imunizada com a segunda dose da vacina contra a covid-19. Segundo dados da Agência CNN divulgados pela CNN Brasil, o país segue como o 64º no ranking global de aplicação de doses da vacina, considerando a relação a cada 100 habitantes.

Outra justificativa apontada por Agostini para a posição do Brasil no ranking é o fim do auxílio emergencial ao término de 2020 – com retomada, em menor dimensão, apenas em abril. Aliado ao desemprego recorde, esse fator derrubou o consumo das famílias no começo de 2021. 

Do lado positivo, Agostini comenta que o Brasil “surfou na onda de commodities”, registrando alta do agronegócio e da indústria extrativa. No entanto, ele afirma que esse cenário configura “um certo descompasso entre o que a gente vive na economia do dia a dia e o que o país vive no mercado externo”. 

Também comentando o aumento das commodities, Ricardo Jacomassi, sócio e economista-chefe da TCP Partners, aponta que o Brasil tinha condições para apresentar em 2021 uma expansão perto de 7% do PIB, e não perto de 4% como apontam projeções. 

“Poderíamos estar em uma posição bem melhor. No ano passado, a queda de 4,1% foi inferior ao que 90% dos agentes projetavam. Para um país em desenvolvimento, com as commodities que agora estão em alta, deveríamos ter uma expansão perto de 7% em 2021. Só que não teremos.”

O economista cita 4 fatores que impedem que isso aconteça: vacinação lenta, atraso das reformas econômicas, aumento dos juros e dificuldades do setor de construção. 

A situação de outros países

Mulheres buscam crianças em escola de Wuhan, na China 15/01/2021 REUTERS/Thomas Peter

Entre os países que ficaram abaixo do Brasil na lista, a China apresentou crescimento de 0,6% do PIB na comparação com o último trimestre de 2020 – número distante das fortes expansões que o país costuma registrar. Na comparação anual, no entanto, a alta foi de 18%. 

Agostini comenta que o país “está passando por um momento de ajuste” em meio à recuperação da crise. “Estão preocupados com o aumento de preços de commodities e inflação. Mas, para mim, isso não é preocupante ainda.

Já na Europa, a situação é avaliada com mais pessimismo. Países como Espanha, Itália, Alemanha e Reino Unido figuram na lista de economias em queda no começo de 2021. A média da zona do euro foi de recuo de 0,6% do PIB no primeiro trimestre, contra alta de 0,4% da média geral do levantamento da Austin Rating. “A Europa já vem tendo um baixo crescimento há muito tempo”, comenta Agostini.

“São países com a questão do crescimento que não acontece há muito tempo, como Portugal, que tenta se reiventar”, diz o economista. “O Reino Unido é um caso ainda pior: saiu do Brexit e veio a pandemia. Aceleraram o processo de vacinação, mas ainda não conseguiram se ajustar.”

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