O setor de serviços do Brasil cresceu mais do que o esperado em abril, mas iniciou o segundo trimestre ainda abaixo do patamar pré-pandemia diante da intensificação das medidas de contenção ao coronavírus no país.
O volume de serviços teve em abril alta de 0,7%, em um momento de piora da situação sanitária no Brasil, de acordo com os dados divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“O setor teve crescimento mais moderado e está 1,5% abaixo do período pré-pandemia. Só em fevereiro ficou acima”, disse o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, explicando que serviços precisam crescer 1,5% em maio para voltar ao patamar positivo pré-pandemia.
“O setor vem sendo afetado por uma nova onda de medidas de restrição impostas por cidades e estados que afeta o consumo e a demanda presencial.”
Em relação a abril do ano passado, o volume de serviços aumentou 19,8% e também ficou acima da expectativa, de crescimento de 18,2%, registrando o ganho mais forte da série histórica, iniciada em janeiro de 2012. O resultado, no entanto, deve-se principalmente à base baixa de comparação.
Com medidas de restrição mais rigorosas no país diante de novo pico da pandemia no Brasil, o setor de serviços, altamente dependente da presença física, enfrenta ainda o desemprego elevado.
Entre as atividades pesquisadas em abril, apenas duas tiveram resultados positivos.
Os serviços de informação e comunicação avançaram 2,5% no mês, impulsionados pelos segmentos de tecnologia da informação e telecomunicações.
Já o volume de serviços prestados às famílias aumentou 9,3% em abril, liderado principalmente pelos restaurantes. Mas Lobo ressaltou que esse resultado deve ser relativizado, uma vez que em março os serviços prestados à família despencaram 28%.
“Isso fez o consumo reduzir significativamente naquele mês, então em abril houve um crescimento maior por conta da base de comparação muito baixa”, explicou.
Entre as outras atividades, os serviços profissionais, administrativos e complementares recuaram 0,6%; enquanto outros serviços tiveram queda de 0,9%; e transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio ficou estável.
Já o índice de atividades turísticas recuou 0,6% em abril frente ao mês anterior, depois de despencar 23,1% em março. O segmento de turismo ainda precisa crescer 81,9% para retornar ao patamar de fevereiro do ano passado.
“Há efeitos negativos para empresas de transporte aéreo, turismo, operação de aeroportos, que ainda têm perda importantes”, completou Lobo.
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