As vendas no varejo brasileiro avançaram 1,4% em maio na comparação com o mês anterior, na série com ajuste sazonal, informou nesta quarta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio menor do que a mediana de 2,50% nas estimativas na pesquisa feita pelo Projeções Broadcast, cujo intervalo de previsões ia de 0,60% a 4,40%, e tiveram alta de 16,0% sobre um ano antes, segundo o IBGE.
Segundo os dados, o mês de maio teve alta disseminada entre as atividades pesquisadas, com apenas uma registrando perdas.
A maior variação foi registrada em tecidos, vestuário e calçados, de 16,8%, seguida de combustíveis e lubrificantes (6,9%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (6,7%).
Livros, jornais, revistas e papelaria (1,4%), equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (3,3%), hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,0%) e móveis e eletrodomésticos (0,6%) foram as outras atividades que apresentaram aumento das vendas em maio.
“Esses setores vêm de trajetórias diferentes. A atividade de tecidos, vestuário e calçados, que teve a maior variação, já havia crescido 6,2% (em abril), mas ainda está muito abaixo do que estava antes da pandemia”, explicou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos, lembrando que houve queda em março.
“Então é uma recuperação, mas em cima de uma base de comparação muito baixa”, afirma o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.
A única atividade a ter queda no volume de vendas em maio foi a de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, de 1,4%.
“Tanto essa atividade quanto a de hiper e supermercados foram atingidas de forma diferente pelos efeitos da pandemia. Ambas foram consideradas atividades essenciais e não tiveram suas lojas físicas fechadas. Isso dá um caráter distinto em relação aos outros setores”, completou Santos.
A expectativa em pesquisa da Reuters era de avanços de 2,4% na comparação mensal e de 16,5% sobre um ano antes.
Na comparação com maio de 2020, sem ajuste sazonal, as vendas do varejo tiveram alta de 16% em maio de 2021. Também neste caso, o resultado ficou menor do que a mediana das expectativas, que era de 17,95% (previsões de 10,30% a 21,10%).
As vendas do varejo restrito acumularam crescimento de 6,8% no ano e alta de 5,4% em 12 meses. Quanto ao varejo ampliado, que inclui as atividades de material de construção e de veículos, as vendas subiram 3,8% em maio ante abril, na série com ajuste sazonal. O resultado ficou menor do que a mediana das estimativas (4,60%), cujo intervalo ia de 0,80% a 8,90%.
Na comparação com maio de 2020, sem ajuste, as vendas do varejo ampliado tiveram alta de 26,2% em maio de 2021. Nesse confronto, as projeções variavam de uma elevação de 20,40% a 33,50%, com mediana positiva de 27,25%.
As vendas do comércio varejista ampliado acumularam alta de 12,4% no ano e aumento de 6,8% em 12 meses.
O IBGE revisou o resultado das vendas no varejo em abril ante março, de uma alta de 1,8% para 4,9%. No varejo ampliado, a taxa de abril ante março foi revisada de um avanço de 3,8% para 5,4%. Segundo Cristiano Santos, analista da pesquisa do IBGE, a revisão acentuada é decorrente do próprio modelo de ajuste sazonal.
Média móvel trimestral
O índice de média móvel trimestral das vendas do comércio varejista restrito teve alta de 1,1% em maio. No varejo ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, o índice de média móvel trimestral das vendas registrou redução de 0,2% em maio.
(* Com informações da Reuters e Estadão Conteúdo)
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