As ações da operadora de telecomunicações Oi (OIBR3) disparavam mais de 10% na manhã desta segunda-feira (20) na bolsa brasilera, após a notícia de que as concorrentes TIM (TIMP3), Vivo (VIVT4) e Claro fizeram uma proposta conjunta pela unidade móvel da companhia. O papel era negociado no valor recorde de R$ 1,34, por volta das 11h20.
A entrada da Claro na oferta foi a grande surpresa para o mercado, já que TIM e Vivo haviam sinalizado o interesse em adquirir a operação móvel da Oi. Com a nova pretendente, os analistas viram o risco de a disputa pela Oi Móvel ficar menos competitiva, já que a Claro poderia fazer uma oferta separada pelo negócio. Segundo a Oi, a operação móvel é avaliada em pelo menos R$ 15 bilhões.
Pela manhã, as ações da TIM negociadas na B3 também operavam em forte alta de quase 9%, negociadas perto de R$ 17,20, enquanto os papéis da Telefonica Brasil (VIVT4), dona da Vivo, subiam 6,6%.
Algar Telecom entra na disputa
Além da proposta, a operadora mineira Algar Telecom também enviou uma oferta pelo negócio móvel da Oi, acirrando ainda mais a disputa. A oferta foi feita em conjunto com o fundo soberano de Cingapura, que detém 25% da empresa desde 2018.
Segundo documentos entregues à CVM, as três operadoras pediram à Oi o direito de cobrir potenciais propostas que a empresa brasileira possa ter recebido pelos ativos.
De acordo com o Banco Credit Suisse, a TIM deve ficar com a maior fatia do negócio móvel da operadora (54%), enquanto a Vivo deve abocanhar 24% da operação e a Claro, 22%.
Oferta pela UPI Torres
A operadora carioca também recebeu uma oferta vinculante pela unidade produtiva isolada (UPI) Torres, que reúne atividades de sites de telecomunicação outdoor e indoor de transmissão de radiofrequência da companhia e suas subsidiárias. A oferta foi feita pela Highline do Brasil por R$ 1,076 bilhão.
“Isso além de uma oferta de R$ 325 milhões recebida pelos data centers. Tudo inserido, e assumindo um preço de R$ 15 bilhões pela divisão móvel, a Oi estaria prestes a levantar R$ 16,4 bilhões em vendas de ativos, sem incluir a venda de uma fatia na Oi Infra (a empresa espera captar R$ 6,5 bilhões vendendo 25,5% da Oi Infra)”, concluíram analistas do BTG Pactual em relatório.
Com uma dívida de mais de R$ 50 bilhões, a Oi tenta negociar um plano de recuperação com os credores desde 2016 e prevê fatiar seus ativos em quatro unidades para facilitar a venda a eventuais interessados.