As ações do banco suíço Credit Suisse desabavam mais de 51% na tarde desta segunda-feira (20) após o rival UBS acertar sua compra por 3 bilhões de francos suíços (3,23 bilhões de dólares) em ações, além de concordar em assumir até 5 bilhões de francos em perdas. Já o UBS operava em alta de 5%.
Em relatório, a Guide Investimentos apontou que a oferta foi bem abaixo do valor de mercado do banco registrada no último fechamento. Entretanto, para evitar um stress muito elevado nos mercados, as autoridades monetárias na suíça garantiram que irão fornecer assistência de liquidez ao UBS, que inclui 100 bilhões de francos suíços para os dois bancos.
Além disso, a casa reiterou que uma ação conjunta entre Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos), Banco do Canada, Banco da Inglaterra, Banco do Japão, Banco Central Europeu e o Banco Nacional da Suíça foi anunciada na véspera, com o objetivo de aumentar a liquidez nos acordos de swap de dólares dos EUA para aliviar as tensões no sistema financeiro global, em meio aos problemas enfrentados pelo Credit e a quebra do SVB.
Em relatório, a Levante Investimentos, reiterou que a aquisição pelo UBS foi a melhor solução encontrada para evitar a quebra do Credit Suisse, que tem o dobro do tamanho do Lehman Brothers – instituição que quebrou em 2008 e culminou na maior crise financeira desde o crash da bolsa em 1929.
“Por isso, os suíços, sempre pragmáticos, preferiram salvar o Credit antes que ele falisse, evitando uma (sem trocadilho) avalanche de quebras bancárias”, disse a Levante.
Entretanto, a casa avalia que do ponto de vista ético a operação não é muito correta.
“A explicação resumida é: executivos bancários fazem bobagens, e o dinheiro da sociedade é chamado para socorrer tudo”.
Reunião do Fed
Em relatório, a Guide reiterou que as apostas de que o banco central dos Estados Unidos (Fed) faça uma pausa na subida dos juros na reunião da próxima quarta-feira (22) aumentam “em meio à uma instabilidade que parece estar se alastrando rapidamente entre os mercados”.
Isso porque, segundo especialistas, a subida de juros nos Estados Unidos foi um dos fatores que levou à falência do banco SVB e tem dificultado a atividade de outras instituições.
A Levante acrescenta que a injeção de liquidez vem em um momento no qual os banqueiros centrais vinham se esforçando para contrair a oferta de dinheiro na economia e elevar os juros, de modo a conter a inflação.
“A alta dos juros, porém, gerou um forte impacto sobre os bancos e as empresas que se aproveitaram da abundância de recursos para se alavancar. Por isso a pressão
para que as autoridades monetárias dos dois lados do Atlântico desacelerem suas promessas de aperto monetário (aumento dos juros) para dar tempo para as empresas recobrarem o equilíbrio”, diz.
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