As ações da Cia. Hering (HGTX3) não são mais negociadas na B3 desde o dia 20 de setembro. A mudança ocorreu em meio ao processo de combinação da empresa com o Grupo Soma (SOMA3), dono das marcas de vestuário Farm e Animale, que tem participação de 65,6% no novo negócio, enquanto a Hering é dona de 34,4%.
A operação foi aprovada em assembleia de acionistas das duas companhias em setembro e, em julho, pela Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Com a nova estrutura, os investidores que estavam posicionados em ações da Hering até o dia 17 de setembro receberam ao todo R$ 33 por ação. A quantia foi dividida da seguinte forma: para cada papel que detém da Hering, o acionista recebeu 1,62 em ação do Grupo Soma (ao valor unitário de R$ 14,38), além de uma quantia em dinheiro de R$ 9,54 por ação.
Entenda a operação
Em abril, o Grupo Soma fechou um acordo de fusão com a Hering que foi avaliada em R$ 5,14 bilhões. Do total, R$ 3,64 bilhões foram pagos em ações do Grupo e R$ 1,5 bilhão em dinheiro.
Com o objetivo de levantar capital para adquirir a empresa, o Grupo Soma anunciou uma oferta primária de ações precificada a R$ 19,20 por papel. Na ocasião, a companhia arrecadou R$ 883,4 milhões.
Avaliação do mercado
As casas de investimentos avaliaram como positiva a combinação de negócios entre as varejistas. Em relatório sobre o anúncio da fusão entre as empresas, Danniela Eiger, analista da XP, afirmou que a Hering adiciona a categoria de roupas confortáveis e casuais ao portfólio do Grupo Soma, que, por sua vez, pode alavancar e revitalizar o portfólio da Hering por meio de collabs com suas marcas, principalmente a Farm.
Além disso, a fusão pode acrescentar até R$ 6,7 por ação da companhia, com premissas conservadoras, na avalição da XP. Na ocasião, a casa de investimentos reiterou recomendação de compra para as ações do Grupo Soma e preço-alvo para o fim de 2021 em R$ 22.
Dentre os pontos de atenção, a analista apontou riscos de execução, já que a Hering está passando por um processo de reestruturação há bastante tempo, e também que o modelo de franquias se torna um canal mais relevante com a aquisição – já que a Hering é uma franqueadora -, o que não é algo que o Grupo Soma domina.
Eduardo Perez, analista de investimentos da Nu invest, pondera que é necessário entenderá como o segmento varejista de comportará daqui em diante. “O retorno dessa combinação deve ser refletida no médio e longo prazo a medida que os resultados forem sendo divulgados, em especial após a recuperação da pandemia, quando os consumidores devem ter mais confiança para gastos no setor”, explica.
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