Aportes mensais são considerados uma ótima forma de acumular capital no longo prazo, mesmo com pouco dinheiro. A ideia é que, com essa estratégia, o investidor consiga reduzir riscos e fazer os juros compostos agirem a seu favor.
Veja abaixo perguntas e respostas para entender melhor a estratégia:
O que é aporte mensal?
Aporte mensal é o valor que o investidor aplica em sua carteira de investimentos todos os meses. Trata-se de uma estratégia para manter a regularidade nas aplicações e acumular mais patrimônio no longo prazo.
Podemos dizer que é como se fosse uma “conta”. A pessoa retira uma parcela da sua renda mensalmente para pagá-la — contudo, nesse caso, a dívida é consigo mesmo.
O valor do aporte mensal varia conforme a renda. A característica fundamental mesmo é a constância nas aplicações.
Por que fazer aportes mensais?
Segundo especialistas, fazer aportes mensais nos investimentos é considerada a maneira mais acessível e prática para construir patrimônio no longo prazo. Além de acumular a quantia reservada mensalmente, o investidor ainda ganha com a ação dos juros compostos.
Para entender a real importância dessa estratégia, é importante compreender como funcionam os juros compostos.
Basicamente, os juros compostos são juros sobre juros. Se alguém investe R$ 300 a uma taxa de 10% ao ano, terá R$ 330,00 em 12 meses (ou seja, ganhos de R$ 30). Em dois anos, a taxa incidirá não mais sobre R$ 300 e sim sobre os R$ 330, o que totaliza ganhos de R$ 63.
Agora, vamos avaliar quanto a mesma teria se continuasse investindo R$ 300 mensalmente durante os seguintes períodos:
Valor investido | Total em juros | Valor total final | |
5 anos | R$ 18.300,00 | R$ 5.151,52 | R$ 23.451,52 |
10 anos | R$ 36.300,00 | R$ 24.437,28 | R$ 60.737,28 |
20 anos | R$ 72.300,00 | R$ 145.195,96 | R$ 217.496,02 |
Há uma grande diferença entre o total de juros com 5 e 20 anos. Por isso, manter a constância nos aportes mensais é considerado tão importante para quem quer acumular capital. Nesse exemplo, R$ 300 mensais podem virar R$ 217.496,02 em 20 anos, sem considerar possíveis taxas e impostos.
Além da rentabilidade, algumas vantagens dessa estratégia são:
- Desenvolver o hábito de guardar uma parcela do dinheiro;
- Ser mais imune à volatilidade do mercado;
- Manter o controle da carteira de investimentos.
Em quais investimentos posso fazer aportes mensais?
As principais características de investimentos para fazer aportes mensais são:
- Disponibilidade de aplicar o dinheiro com frequência: precisa ser uma aplicação que seja possível aportar todo mês;
- Previsibilidade: deve ser um investimento com previsão de retorno — embora não seja possível prever a rentabilidade da renda variável, o investidor tem uma expectativa de valorização do ativo com o tempo.
Desse modo, há diversas opções de investimentos:
- Títulos públicos;
- Ações;
- BDRs;
- Fundos Imobiliários;
- CDBs;
- LCIs e LCAs;
- ETFs.
A escolha dos investimentos depende diretamente do perfil de investidor e objetivo, sempre tendo em mente que, assim como a rentabilidade, há níveis de risco diferentes para cada investimento.
Como fazer aportes mensais em cada tipo de investimento?
Cada investimento tem uma forma de fazer aportes mensais. No caso do Tesouro Direto, o investidor compra mais títulos. Dos fundos imobiliários, mais cotas. Das ações, frações ou lotes e assim por diante.
Em algumas corretoras, é possível, inclusive, programar os investimentos. Por exemplo, alguém quer investir R$ 300 mensalmente em Tesouro Selic, então programa o aporte da conta bancária para a corretora e, quando o dinheiro cair na conta, a plataforma compra automaticamente.
Veja algumas dicas que especialistas costumam repeti sobre como fazer aportes mensais:
Ter objetivos específicos
Por que o investidor quer acumular capital? Para conquistar a liberdade financeira, comprar uma casa à vista no futuro ou fazer uma viagem internacional? Saber exatamente seu objetivo ajuda a planejar melhor seus aportes.
No anterior, com R$ 300 por mês e uma taxa de 10% ao ano, a pessoa conseguiria comprar um imóvel de cerca de R$ 217 mil à vista em 20 anos (considerando as condições atuais do mercado). No entanto, talvez, não fosse o suficiente para conquistar a liberdade financeira.
Encontrar os melhores tipos de aplicações
Para descobrir onde aportar o dinheiro, é essencial saber o perfil de investidor. O perfil mais conservador pode preferir títulos de renda fixa, enquanto o moderado acrescentaria alguns fundos imobiliários na carteira e o arrojado teria um volume maior de ações e BDRs. Portanto, tudo dependerá da preferência.
- Simulador de renda fixa: veja a diferença entre vários investimentos disponíveis no mercado
Fazer rebalanceamento da carteira
Conforme for apostando mensalmente, é interessante o investidor balancear as aplicações e evitar “colocar todos os ovos na mesma cesta”. Assim, ele consegue tornar a carteira mais diversificada, evitar riscos e comprar ativos com rentabilidades maiores.
Pagar a sua conta primeiro
Por fim, o essencial: a disciplina. É necessário manter os aportes.
Na prática, isso não é tão simples e, por isso, a estratégia de pagar a conta primeiro é separar o dinheiro do investimento antes de tudo. Alguns investidores separam 50% da sua renda, outros 30% ou 10%. O importante mesmo é manter a constância.
- Descubra como calcular juros compostos de forma rápida
Calculando juros compostos com aportes mensais
Analisando a fórmula de juros compostos com aportes mensais, temos a equação a seguir:
M = C.(1+i)t
Há três componentes que influenciam diretamente no valor dos juros compostos:
- C: capital investido
- i: taxa de juros
- t: tempo
Cada uma interfere na rentabilidade.
Capital
Quanto maior o valor do seu aporte mensal, maior é o valor dos juros compostos. Veja abaixo, considerando o montante com R$ 300, R$ 500 e R$ 1 mil com uma taxa média de 10% ao ano durante 20 anos:
Valor investido | Total em juros | Valor total final | |
R$ 300 | R$ 72.300,00 | R$ 145.196,02 | R$ 217.496,02 |
R$ 500 | R$ 120.500,00 | R$ 241.993,36 | R$ 362.493,36 |
R$ 1 mil | R$ 241.000,00 | R$ 483.986,73 | R$ 724.986,73 |
Juros
Quanto maior a taxa, maior é o seu retorno com os aportes mensais no final. Confira a seguir, considerando taxas médias de 10% e 12% ao ano, com aportes de R$ 500 durante 20 anos:
Valor investido | Total em juros | Valor total final | |
10% | R$ 120.500,00 | R$ 241.993,36 | R$ 362.493,36 |
12% | R$ 120.500,00 | R$ 339.928,68 | R$ 460.428,68 |
Tempo
Veja a diferença com R$ 500 a uma rentabilidade média de 12% ano:
Valor investido | Total em juros | Valor total final | |
5 anos | R$ 30.500,00 | R$ 10.551,81 | R$ 41.051,81 |
10 anos | R$ 60.500,00 | R$ 52.017,94 | R$ 112.517,94 |
20 anos | R$ 120.500,00 | R$ 339.928,68 | R$ 460.428,68 |
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