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Finanças

As 5 ações que mais subiram e caíram na semana

Com quarentena prolongada em alguns estados, companhias pouco resilientes sentem novamente os efeitos do Covid-19

bolsa de valores

Com forte alta nesta sexta-feira (8), o Ibovespa zerou as perdas da semana, que teve uma queda acumulada de apenas 0,3%. A bolsa de valores fechou hoje aos 80.263 pontos, com alta de 2,75%.

O volume negociado no pregão da sexta-feira foi de 22,86 bilhões, fortemente influenciado pelas duas maiores economias do mundo EUA e China abafando rumores de um novo conflito comercial. Já o dólar comercial operou em baixa e encerrou o dia com queda de 1,71%, cotado a R$ 5,740. 

Entre os destaques positivos da semana estão o setor de papel e celulose, aço, frigoríficos e comércio eletrônio. Já os destaques negativos, apresentam ainda setores afetados pela pandemia como o setor aéreo, educação, shoppings e construção civil.

O InvestNews conversou com especialistas de mercado financeiro da Ikedo Investimentos, para entender o movimento das 5 ações que mais subiram e caíram na semana.

O destaque positivo da semana ficou com o setor de papel e celulose. A maior alta foi da Klabin (KLBN4), que subiu no acumulado 20,66%, seguida pela Suzano (SUZB3) que avançou 20,15%.

Para Luciana Ikedo, sócio-fundadora da Ikedo Investimentos o setor de papel e celulose é extremamente favorecido pela valorização cambial, o aumento das exportações e o incremento de consumo de produtos como papel higiênico e embalagens. Desta forma, Suzano e Klabin teriam perspectivas positivas especialmente pelos investidores as classificarem como empresas defensivas. “Neste momento de desvalorização cambial, são empresas que tem forte volatilidade, mas no câmbio pressionado são positivas. Há uma questão de risco que é o pós-pandemia, onde a produção das companhias pode diminuir postergando os preços do papel e celulose”, explica.

A terceira maior alta da semana é da B2W (BTOW3), que teve um ganho acumulado de 19,45%, fundamentada no comércio online que tem se favorecido no período de isolamento social. Com a quarentena sendo prolongada em alguns estados, a empresa focada no e-commerce e também conhecida como resiliente. “Esta semana a B2W fechou parcerias com a rede de conveniências BR Mania, que inclusive deve ter lockers nas lojas. Isso facilita a vida do consumidor que pode retirar os produtos nestes pontos, e é uma estratégia de reposição rápida”, avalia Luciana. Além das novas parcerias, a B2W conseguiu cortar custos e despesas, e foi beneficiada pelas pessoas se familiarizando com o e-commerce. A empresa também tem um caixa reforçado que deve auxiliar no período de isolamento e na retomada econômica.

Contudo, a empresa de varejo digital fechou o primeiro trimestre de 2020 com prejuízo líquido de R$ 108 milhões. E uma receita líquida de vendas e serviços que cresceu 32%, chegando a R$ 1,696 bilhão.

A Gerdau (GGBR4) ocupa a 4ª posição, com uma alta de 13,20% no acumulado semanal. Para Luciana Ikedo, os ganhos da companhia se sustentam em três fatores: 1) Apesar da pandemia, houve um forte crescimento do setor imobiliário e construção civil em 2019, onde a demanda de aços longos aumentou. Os ganhos ajudam a compensar os efeitos negativos da crise do Covid-19. 2) Mesmo na crise os negócios da companhia na América do Norte permanecem fortes, oferecendo um ambiente favorável para ações especiais. 3) A companhia reduziu seu guidance de capex para o triênio de R$ 7 bilhões para R$ 6 bilhões, reduzindo assim o desembolso em 2020. “Apesar da companhia ter sido impactada pela pandemia, é notório que há uma retomada gradual na América do Sul. Enquanto a produção da América do Norte foi a menos afetada”, aponta.

Por último, o frigorífico Minerva (BEEF3), quinta maior alta da semana, subiu 12,56% no acumulado. Segundo a especialista, a empresa se favoreceu pelo aumento do preço da proteína animal, a desvalorização do real frente ao dólar e as exportações que foram beneficiadas com a redução de rebanho suíno na China. “No mercado interno a companhia ainda sofre, pelo fechamento de bares e restaurantes durante o isolamento, mas é uma companhia com resultados muito positivos”, conclui Luciana.

Confira as ações que mais subiram no acumulado da semana:

AçãoAlta
KLABIN  (KLBN4) 20.66%
Suzano  (SUZB3) 20.15%
B2W  (BTOW3) 19.45%
GERDAU  (GGBR4) 13.20%
MINERVA (BEEF3) 12.56%

Todo cuidado é pouco

Entre os destaques negativos da semana estão empresas que ainda sentem à flor de pele os impactos do isolamento social. É o caso da Azul (AZUL4) maior queda da semana, que acumulou perdas de 21,84%. Para o assessor de investimentos da Ikedo, André Nascimento Filho a queda da empresa é reflexo da pandemia e a restrição da mobilização das pessoas. O setor aéreo, que vive uma situação cada vez mais complicada, representa um grande risco para os investidores. “Apesar do papel estar em preço mínimo, o que pode representar um investimento de longo prazo, para pessoas que estão fugindo da oscilação nossa recomendação é ter cautela, não é o momento de tomar grandes posições com as ações da companhia”, aconselha.

O mesmo cuidado é recomendado para a segunda e terceira posição nas quedas da semana. É o caso da BR Malls (BRML3), empresa que administra shoppings centers, que caiu 18,53% no acumulado semanal. E a Hering (HGTX3) que recuou 16,78% na semana. Para Nascimento ambas as empresas são impactadas pelas semanas de isolamento social, com estados prolongando a quarentena, o que se traduz em lojas e shoppings fechados. Para o analista, as perspectivas a curto prazo também são negativas. A Hering também sofre os efeitos do Covid-19, com seu modelo de negócio focado em lojas físicas, com as ações em queda. “Hoje o papel fechou cotado a R$ 12,45, um patamar de queda muito próximo ao dos circuit breakers”, explica o analista e recomenda ficar de olho nas operações destas ações a curto prazo.

A quarta maior queda da semana foi da Cogna (COGN3), que perdeu 14,62% no acumulado. Segundo Nascimento, a empresa que está muito familiarizada com o ensino à distancia (EAD) teve três dias de forte alta e nesta semana realizou os ganhos voltando ao patamar inicial. A companhia que tem bons fundamentos, é recomendada por diversos analistas do mercado, mas é importante ficar atento. “Na pandemia o EAD entrou em evidência, por isso a Cogna se beneficia a curto prazo, mas o ideal é esperar a retomada do mercado, onde as ações da empresa vão subir novamente, lembrando que o papel hoje esta custando R$ 4,73, com upside de R$ 9,85%”, recomenda.

Já a Cyrela (CYRE3), foi a quinta maior baixa da semana, com queda acumulada de 14,52%. A empresa de construção civil e empreendimentos imobiliários, estaria sofrendo com a pandemia por ter um modelo de negócios com forte participação dos stand de vendas. “Na pandemia as pessoas não conseguem conhecer os imóveis nem há novas compras, o que impacta as ações do setor que fecharam esta semana na casa dos R$13,60”, explica o analista. Apesar da queda, para ele a Cyrela é uma empresa com bons fundamentos o que se traduz nos seus resultados. E deve recuperar seu patamar inicial rapidamente com o fim da quarentena. “É bom ficar de olho, acompanhar os efeitos do Covid-19. Para quem pensa no longo prazo, a Cyrela oferece preços atrativos, mas não invista tudo de uma vez, comece com lotes pequenos”, conclui Nascimento.

Confira as maiores quedas desta semana:

AçõesPerda
Azul  (AZUL4) -21.84%
BR MALLS  (BRML3) -18.53%
CIA HERING  (HGTX3) -16.78%
Cogna  (COGN3) -14.62%
Cyrela (CYRE3) -14.52%

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