O bitcoin atingiu uma cotação recorde de mais de US$ 87 mil nesta segunda-feira (11), uma recuperação vertiginosa em meio à expectativa de que as criptomoedas prosperarão em um ambiente regulatório mais permissivo, após a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos e de candidatos pró-criptoativos para o Congresso.
Maior e mais conhecida criptomoeda do mundo, o bitcoin mais do que dobrou em relação à baixa deste ano, de US$ 38,5 mil (R$ 221,6 mil), e estava em US$ 87,1 mil dólares (R$ 501,1 mil), um aumento de quase 9% em relação ao fim do último domingo, tendo anteriormente atingido um recorde de 87.460 dólares.
Ações de empresas ligadas a criptomoedas listadas nos EUA também subiram, com a bolsa Coinbase Global saltando 22% e a iShares Bitcoin Trust avançando 13%.
A mineradora de cripto Riot Platforms subiu 19%, enquanto a MicroStrategy, uma das maiores apoiadoras corporativas do bitcoin, ganhou quase 24%.
Trump abraçou os ativos digitais durante sua campanha, prometendo tornar os Estados Unidos a “capital mundial da criptomoeda” e acumular um estoque nacional de bitcoin.
“O resultado da eleição de 2024 nos EUA é um momento de renascimento para a indústria da criptomoeda”, disse Jeff Dorman, diretor de investimentos e cofundador da gestora de ativos Arca, em uma nota de pesquisa.
“Eventos em cripto com esse nível de significância são raros. Quando acontecem, eles expandem imediatamente a perspectiva coletiva do mundo sobre o potencial do movimento das criptomoedas e para onde essa tecnologia levará o mundo daqui para frente.”
Os vendedores a descoberto de ações relacionadas a criptomoedas e blockchain sofreram grandes perdas desde 6 de novembro, após o bitcoin atingir níveis recordes. As perdas combinadas de vendas a descoberto na Coinbase, nas mineradoras de criptomoedas Riot Platforms, na MARA Holdings e na operadora de fazendas de blockchain Bitfarms foram de cerca de 1,2 bilhão de dólares no fechamento de 8 de novembro.
Fim do escrutínio da criptomoeda
Os investidores esperam o fim do escrutínio maior sobre as criptomoedas do presidente da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA, Gary Gensler, que Trump disse que substituirá.
O setor de criptomoedas gastou mais de US$ 119 milhões para apoiar candidatos pró-cripto no Congresso, muitos dos quais venceram suas disputas.
Em Ohio, um dos maiores inimigos do setor no Congresso — o presidente do Comitê Bancário do Senado, Sherrod Brown — foi deposto, enquanto candidatos pró-cripto dos partidos Democrata e Republicano venceram em Michigan, Virgínia Ocidental, Indiana, Alabama e Carolina do Norte.
(Reportagem de Samuel Indyk em Londres, Gertrude Chavez-Dreyfuss em Nova York, Ankur Banerjee e Tom Westbrook em Cingapura; reportagem adicional de Shashwat Chauhan)
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