O bitcoin (BTC) subiu acima de US$ 30 mil pela primeira vez desde junho de 2022, e o desempenho das criptomoedas continua a superar o de outras classes de ativos, em meio a expectativas de que os principais bancos centrais irão interromper o aumento de juros.
O principal token digital já acumula alta de 82% no ano, superando com folga os 19% de ganho do Nasdaq 100, focado no setor de tecnologia. O ouro, outro favorito dos investidores este ano, também fica bem atrás, com alta de 9,6%.
Mas apesar da forte recuperação das ondas de choque que abalaram o setor de moedas digitais a partir de meados do ano passado, o bitcoin permanece mais de 50% abaixo de sua máxima histórica de novembro de 2021.
A liquidez do mercado cripto também continua baixa, o que, segundo os pessimistas, distorce preços e pode desencadear uma rápida reversão caso os bancos centrais se mantenham firmes no combate à inflação
“30.000 é muito significativo por razões técnicas e fundamentos”, disse Mati Greenspan, CEO da Quantum Economics.
“A resistência vinha crescendo há três semanas seguidas e agora finalmente foi rompida.”
Bandas de Bollinger
A disparada do Bitcoin acima da forte resistência do patamar de US$ 30 mil ocorre após o chamado aperto das bandas de Bollinger, com queda da volatilidade histórica e convergência das bandas superior, central e inferior desta análise gráfica muito utilisada no mercado financeiro.
A compressão das bandas em janeiro resultou em uma forte tendência de alta, e a quebra de patamar desta terça-feira se assemelha a ela. Os traders que seguem padrões técnicos agora devem ficar de olho nos patamares de US$ 30.800 e US$ 31.200.
Ultrapassar esses níveis levaria o bitcoin para perto de outro limite psicologicamente importante: apagar todas as perdas desde o colapso da stablecoin TerraUSD no início de maio do ano passado. Esse evento preparou o terreno para uma profunda turbulência, com o desaparecimento de alguns dos nomes mais conhecidos do setor de criptomoedas, como 3AC, Celsius Network e FTX.
O setor ainda enfrenta contratempos como o aperto regulatório nos EUA.
Mas, mesmo assim, o rali do Bitcoin ganhou força no mês passado após o colapso de três bancos nos EUA, que deu vida nova à narrativa de que o Bitcoin oferece uma alternativa mais atraente às finanças tradicionais.
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