A BlackRock, maior gestora de ativos do mundo, anunciou nesta quinta-feira (29) seu primeiro BDR de bitcoin (BTC) no Brasil, em parceria com a B3. O produto é o iShares Bitcoin Trust (IBIT39), que busca acompanhar o desempenho do preço do bitcoin.
Inicialmente, os papéis estariam restritos aos investidores qualificados (ou seja, aqueles que possuem mais de R$ 1 milhão investidos). Mas, já a partir desta sexta-feira (1º), estará disponível também para o varejo.
O lançamento acontece em meio ao forte avanço da cotação da principal criptomoeda do mercado, em um movimento atribuído por especialistas ao próprio interesse da gestora nessa classe de ativos, entre outros fatores. O fundo de bitcoin à vista negociado em bolsa (ETF) da BlackRock atingiu US$ 1 bilhão em ativos nos primeiros quatro dias de negociação.
Mas a BlackRock afirma que seu interesse é pelo mercado, o que não significa uma avaliação sobre o momento de compra. “O que nós estamos validando é o tamanho do mercado e o interesse dos investidores por essa classe de ativos”, disse Karina Saade, presidente da gestora no Brasil, em coletiva de imprensa.
“Mas não é uma validação de que é um bom momento para investir.”
Karina Saade, presidente da BlackRock no Brasil
Ela afirma então que a BlackRock não tem posicionamento sobre o bitcoin. “É uma classe de ativos relevante hoje em dia, portanto temos que dar acesso ao investidor”, reforça.
Novidade no mercado brasileiro
Felipe Gonçalves, superintendente de produtos de juros e moedas da B3, afirma que o novo papel “é uma oportunidade para os investidores interessados na exposição a criptomoedas”, mas sem a necessidade de investir no exterior (BDRs são recibos de ativos estrangeiros negociados diretamente no mercado brasisleiro, em reais).
“A demanda por produtos no mercado de capitais com criptoativos existe e a gente está atento a isso”
Felipe Gonçalves, superintendente de produtos de juros e moedas da B3
Atualmente, a B3 oferece 13 ETFs com exposição a criptoativos, com um patrimônio de R$ 2,5 bilhões, segundo dados de dezembro. Mas o iShares Bitcoin Trust será o primeiro BDR de cripto. Ele terá uma taxa de administração de 0,25% com uma isenção de um ano reduzindo a taxa para 0,12% sobre os primeiros US$ 5 bilhões ativos sob gestão.
Além do interesse dos investidores brasileiros pelo bitcoin, o lançamento também acontece em meio à expectativa de que o mercado de BDRs de ETFs ganhe força. “Definitivamente o interesse vai crescer”, acredita Nicolas Gomez, head de produtos iShares e clientes institucionais para América Latina da BlackRock. “É um mercado muito novo. A gente está numa fase inicial ainda de crescimento”, complementa Saad.
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