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Finanças

Bolsa ‘apanhou’ da renda fixa desde o Plano Real. Mas o jogo virou

De 3 anos para cá, Ibovespa vem superando os retornos anuais do CDI, indexador que acompanha a taxa básica de juros; entenda.

Ações ibovespa
Crédito: Shutterstock

A bolsa brasileira apanhou feio da renda fixa nas últimas décadas, mas isso já é coisa do passado. Desde que a taxa Selic começou a cair, em 2016, o Ibovespa vem superando os retornos anuais do CDI (Certificado de Depósito Interbancário), índice que acompanha a taxa Selic e é usado como referência em vários tipos de investimento.

Em outras palavras, já foi o tempo em que era mais vantajoso investir em renda fixa do que no mercado de ações. Desde o início do Plano Real (1º de julho de 1994), quem deixou seu dinheiro em uma aplicação que rende 100% do CDI teve maiores retornos do que se tivesse investido no Ibovespa, o principal índice de ações no Brasil, segundo cálculo do economista Samy Dana.

LEIA MAIS: Entre touros e ursos: por que “bull” e “bear” market?

O CDI é um indexador que tem como lastro investimentos de renda fixa como CDBs (Certificados de Depósito Bancário), LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio).

Nos últimos 25 anos, quem investiu por um período de 10 anos teve 70% de chance de se dar melhor aplicando no CDI em vez da bolsa brasileira, segundo o levantamento de Samy. Quando esse período sobe para 20 anos, a probabilidade salta para 99%. Isso aconteceu em um período no qual a taxa básica de juros prevalecia a maior parte do tempo em um patamar muito elevado.

Bolsa x CDI


Para se ter uma ideia, a Selic chegou a alcançar 45% ao ano em 1999, quando o país ainda tentava superar os fantasmas da hiperinflação com sua nova moeda. A equipe econômica passou a adotar o câmbio flutuante, metas fiscais e uma meta para a inflação. 

O “reinado” da renda fixa só vem ruindo de três anos para cá, quando o Banco Central iniciou um novo ciclo de cortes de juros. Mas foi apenas em 2019, quando a Selic caiu para 4,5% ao ano, que se pode dizer que o Brasil deixou de ser o país do CDI – pelo menos até agora.

Bolsa vem levando a melhor desde 2016

Entre janeiro e dezembro de 2019, quem investiu R$ 1 mil em uma aplicação que rende 100% do CDI viu seu dinheiro aumentar R$ 58,57 (sem considerar as taxas e impostos que consomem parte do rendimento). Já quem colocou este mesmo valor no BOVA11, um fundo de índice que reflete o desempenho do Ibovespa, obteve um retorno de R$ 315,84 reais no mesmo período.

O “bull market” das ações brasileiras

O Ibovespa vem ganhando do CDI desde 2016 não só porque o Banco Central começou a cortar a taxa Selic, de 14,25% ao ano para os atuais 4,5%, mas também porque o mercado de ações passa por um virtuoso ciclo de alta, o chamado “bull market” (mercado do touro, em tradução livre). Conheça a origem do termo aqui.

Tanto que a bolsa brasileira já superou os tombos que levou em anos anteriores e vem quebrando patamares recordes. Em 2019, ela subiu 31,58% e alcançou a casa dos 115 mil pontos, após ter subido 15% em 2018 e 26,9% em 2017. Só não se sabe até quando essa boa fase vai durar.

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