Siga nossas redes

Finanças

Dólar fecha em queda e segue abaixo de R$ 5,30; bolsa sobe

Mercado reage ao comunicado do Copom, que subiu a Selic em 0,75 ponto percentual.

dólar

O Ibovespa, principal índice da B3, fechou em alta nesta quinta-feira (06), enquanto o dólar segue perdendo força em relação ao real, com os investidores digerindo a sinalização do Banco Central de que vai promover outro aumento de 0,75 ponto percentual na taxa Selic em junho, depois de ter elevado os juros domésticos em 3,5% ao ano.

O Ibovespa subiu 0,3%, aos 119.921 pontos. O dólar caiu 1,62%, comercializado a R$ 5,2779, após chegar à casa de R$ 5,25 na mínima do dia. Veja mais cotações.

Em comentário a clientes, o BTG Pactual citou que o Ibovespa, do ponto de vista gráfico, passa por um processo de indefinição desde fevereiro, oscilando na faixa entre 117 mil e 121 mil pontos, e por isso tem focado muito em fundamento para capturar os resultados do trimestre que estão por vir.

O dólar e a Selic

Vários analistas apontavam o aumento da Selic como um fator de apoio para o real neste pregão. Depois que a redução da Selic a mínimas históricas consecutivas em 2020 foi apontada como um fator de impulso para a moeda norte-americana, há agora entre os mercados a perspectiva de um cenário mais benigno para o real com o novo ciclo de aperto monetário do Banco Central, que poderia elevar a entrada de fluxos estrangeiros no país ao tornar alguns investimentos domésticos mais atraentes.

Ao mesmo tempo, já há sinais nos mercados globais de que a busca por maior rendimento pode manter a fraqueza mundial do dólar nos próximos meses.

A decisão do BC de quarta-feira marcou a segunda alta consecutiva de 0,75 ponto percentual da taxa básica de juros, movimento que acontece em meio ao aumento persistente da inflação corrente e das expectativas para a inflação de 2022.

Ao elevar os juros em março, o BC anunciou estar dando início a um processo de “normalização parcial” da política monetária, indicando a intenção de ainda manter um estímulo à economia, com os juros abaixo do patamar considerado neutro (6,5%, segundo cenário básico citado pelo BC no mês passado).

Neste novo comunicado, a autoridade monetária fez um ajuste à linguagem, destacando que “no momento” o cenário básico indica a normalização parcial da taxa de juros como apropriada, “com a manutenção de algum estímulo monetário ao longo do processo de recuperação econômica”.

“(O comunicado) alertou que os passos futuros poderão ser ajustados para cumprir a meta de inflação, reduzindo bastante seu compromisso com um ajuste parcial”, disseram analistas do Bradesco em nota. “Aqui está, a nosso ver, a maior novidade na comunicação.”

Destaques da bolsa

AMBEV (ABEV3) subiu 8,88% após a fabricante de bebidas reportar lucro líquido de R$ 2,73 bilhões no primeiro trimestre, mais do que dobro do verificado um ano antes, em desempenho ajudado pela redução de medidas de restrição adotadas por causa da pandemia de covid-19, bem como melhora no resultado financeiro.

BRASKEM (BRKM5) caiu 2,28%, apesar do resultado robusto do primeiro trimestre, com lucro líquido de R$ 2,5 bilhões de janeiro ao fim de março, revertendo prejuízo bilionário de um ano antes, além de queda no nível de endividamento. Até a véspera, as ações acumulavam alta de mais de 120% no ano.

ULTRAPAR (UGPA3) caiu 6,84% após o grupo, cujos ativos incluem a rede de postos Ipiranga e a distribuidora de gás Ultragaz, reportar queda no lucro no primeiro trimestre, para R$ 137,4 milhões, com perdas financeiras com hedge cambial ofuscando a melhora operacional de suas empresas.

SABESP (SBSP3) subiu 4,92%, na esteira da decisão da companhia de saneamento básico do estado de São Paulo de não exercer a opção de compra de fatia na Sociedade de Propósito Específico (SPE) da Iguá que venceu a disputa pelo bloco 2 da empresa de saneamento do Rio de Janeiro (Cedae), na semana passada.

GPA (PCAR3) caiu 4,71%, mesmo após lucro líquido de R$ 127 milhões no primeiro trimestre, ante prejuízo de R$ 119 milhões um ano antes, favorecido por aumento das vendas e redução das despesas. No ano, a ação sobe mais de 285%.

Bolsas globais

O índice Dow Jones encerrou em uma máxima recorde nesta quinta-feira, sustentado por otimismo vindo de dados semanais de pedidos de auxílio-desemprego, enquanto as ações das fabricantes de vacinas caíram depois que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, apoiou planos de quebra de patentes dos imunizantes contra a covid-19.

  • O índice Dow Jones subiu 0,93%, aos 34.548,53 pontos
  • S&P 500 ganhou 0,82%, para 4.201,62 pontos
  • Nasdaq subiu 0,37%, para 13.632,84 pontos

As ações europeias fecharam em queda nesta quinta-feira, com o setor de viagens liderando as baixas devido aos fracos resultados da britânica Trainline, enquanto papéis de empresas do setor de alimentos e bebidas foram à máxima em 14 meses com uma série de fortes balanços.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 0,52%, a 7.076,17 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 0,17%, a 15.196,74 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 0,28%, a 6.357,09 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 0,13%, a 24.495,07 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 0,16%, a 8.982,20 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 0,01%, a 5.091,61 pontos.

As ações da China caíram nesta quinta-feira devido a tensões com o Ocidente e à queda das empresas de saúde após o retorno dos investidores do feriado do Dia do Trabalho.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 1,80%, a 29.331 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 0,77%, a 28.637 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,16%, a 3.441 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 1,22%, a 5.061 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 1,00%, a 3.178 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou alta de 0,90%, a 16.994 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,62%, a 3.173 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 0,48%, a 7.061 pontos.

(*Com Reuters)