Dia otimista para o mercado financeiro, marcado pela alta generalizada das bolsas pelo mundo. O Ibovespa conseguiu finalmente reverter as perdas da crise e fechou em alta de 1,34% aos 116.148 pontos nesta terça-feira (15). Em 2019, o Ibovespa finalizou aos 116.533 pontos.
No final da tarde, o índice da B3 foi puxado principalmente pelas blue chips como Vale (VALE3) que avançou 1,14% refletindo a alta do minério de ferro, Petrobras (PETR4) que fechou em alta de 0,83% acompanhando os preços do petróleo internacional. E os bancos Itaú (ITUB4) e Bradesco (BBDC4).
Em Wall Street, foi um dia de forte valorização para as bolsas americanas. Os principais drivers foram o avanço das vacinas contra o coronavírus. O FDA (Food and Drug Administration) deve aprovar o uso emergencial da vacina da Moderna nos Estados Unidos ainda esta semana. Os investidores também estão de olho em um possível acordo para o pacote de estímulos americano, a última reunião do Federal Reserve em 2020 ocorre amanhã.
Repercutindo esse otimismo, os índices americanos fecharam perto de níveis recordes. Dow Jones teve alta de 1,13%, o S&P 500 valorizou 1,28% e Nasdaq subiu 1,25%.
Os mercados globais também foram impulsionados pela recuperação da China. O país asiático teve um crescimento de 7% na produção industrial e 5% no varejo, dado que também beneficiou as siderúrgicas brasileiras.
Na Europa também foi um dia de alta, com exceção da bolsa de Londres que fechou em queda de 0,28%, aos 6.513,32 pontos. A falta de definição para o Brexit afetou o índice que também teve um movimento de realização de lucros.
O dólar recuou com entrada de fluxo estrangeiro na bolsa, apesar das incertezas sobre a situação fiscal brasileira. A moeda americana enfraqueceu frente a seus pares emergentes, entre estes o real.
O dólar comercial fechou em queda de 0,66%, cotado a R$ 5,089. Na máxima do dia, a moeda americana chegou a R$ 5,1239.
Destaques da Bolsa
A maior alta do dia foi das Lojas Americanas (LAME4) com valorização de 7,49%, a companhia reverteu as perdas da semana passada após relatório do Morgan Stanley apontando a ação como uma das suas preferidas em 2021 na América Latina, junto ao Mercado Livre que é negociado em Nova York.
Subiu também Cosan (CSAN3) que saltou 6,15%, após cair mais de 10% em dezembro com ruídos na sua reestruturação societária, o Bank of America (BofA) elevou o preço alvo da companhia para R$ 94 e manteve a sua recomendação de compra.
Outro destaque positivo foi da Hypera (HYPE3) que fechou em alta de 5,59%.
Entre os destaques negativos recuaram: a Cogna (COGN3) que fechou em baixa de 2,79%. Segundo Murilo Breder, analista da Easynvest, o mercado se frustrou com o Investor Day realizado pela companhia na véspera. Apesar de ter reforçado a visão de uma companhia mais enxuta e digital no futuro, a diretoria não foi capaz de diminuir os temores de pressão dos resultados no curto prazo.
Caiu também a Fleury (FLRY3) que desvalorizou 1,75%. E a Tim (TIMS3) que recuou 1,51%. A companhia entrou no fluxo de queda das operadoras, um dia após o grupo formado pela Telefônica e Claro vencer o leilão para comprar as operações de redes móveis da Oi.
Breder destaca que as ações da Oi (OIBR3, OIBR4) voltaram a subir com força, valorizando 6,82% e 5,05%, respectivamente. “Isso sinaliza que a queda da segunda-feira (14) após a venda dos ativos móveis se tratava apenas de uma realização”, diz.
Bolsas americanas
Wall Street teve um salto nesta terça-feira, com seus principais índices fechando perto de níveis recordes, ajudados pelo otimismo sobre um potencial estímulo do governo e apostas em mais sinais de política monetária estimulativa quando acabar a última reunião do Federal Reserve em 2020.
A Apple Inc foi o principal impulso para os três principais índices acionários de Nova York, atingindo seu nível mais alto desde setembro, após notícia de que a empresa planeja aumentar a produção do iPhone em 30% no primeiro semestre de 2021.
O índice Russell 2000 de empresas menores atingiu uma máxima recorde.
Dow Jones subiu 1,13%, aos 30.201,68 pontos, enquanto o S&P 500 ganhou 1,28% para 3.694,77 pontos.
O Nasdaq Composite avançou 1,25% para 12.595,06 pontos.
Bolsas na Europa
As bolsas europeias encerraram o dia sem direção única, confirmando a tendência de abertura. A falta de definição para o Brexit e o avanço da covid-19 acabaram pesando sobre o otimismo vindo de Nova York, de olho na possibilidade de um novo pacote fiscal sair do papel. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou o dia em alta de 0,40%, aos 393,42 pontos.
Segundo informou a Reuters, o primeiro-ministro britânico Boris Johnson disse a auxiliares ser “clara” a possibilidade de não haver um acordo entre Reino Unido e União Europeia. Por outro lado, o bloco afirma que os próximos dias de negociação serão cruciais.
O avanço da covid-19 no Velho Continente também impôs cautela aos negócios, diante de medidas de restrição para conter a propagação do novo coronavírus em várias nações.
O ritmo dos negócios também reduziu após a União Europeia divulgar novas regras para serviços digitais que podem impactar grandes empresas de tecnologia.
Em Londres, o índice FTSE 100 fechou em queda de 0,28%, aos 6.513,32 pontos. As farmacêuticas Glaxo SmithKline e Hikma Pharma tiveram queda de 2,50% e 2,78% respectivamente.
Na França, o CAC 40 subiu 0,04% no dia, aos 5.530,31 pontos. Por lá, as ações da siderúrgica Arcelor Mittal fecharam com salto de 7,27%.
Já o índice DAX, de Frankfurt, encerrou o pregão em alta de 1,06%, aos 13.362,87 pontos. Tiveram destaque positivo as ações da montadora Volkswagen (+7,65%) e da fabricante de pneus Continental (+2,77%). Já as imobiliárias Vonovia (-0,52%) e Deustche Wohnen (-0,30%) contiveram os ganhos do índice.
Na bolsa de Lisboa, o PSI 20 terminou o dia com baixa de 0,09%, aos 4.775,92 pontos.
Em Madri, o Ibex 35 teve alta de 0,14% aos 8.152,40 pontos.
Em Milão, o FTSE MIB teve avanço de 0,81% aos 21.935,05 pontos.
*Com Reuters e Agência Estado