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Finanças

Bolsa fecha em alta de 0,6%, puxada por Itaú e Petrobras; dólar sobe

Ibovespa foi na contramão das bolsas americanas

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Apesar da turbulência com a prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor do filho do presidente Jair Bolsonaro, nada impediu a Bolsa fechar em alta nesta quinta-feira (18). O Ibovespa, principal índice da B3, encerrou o dia com alta 0,60% aos 96.125 pontos.

A bolsa foi puxada pelo desempenho das ações do Itaú e da Petrobras, duas blue chips que juntas representam 16,7% da composição da carteira teórica do Ibovespa.

As ações da Petrobras (PETR4) tiveram um bom desempenho com a alta do petróleo no mercado internacional. Os estoques da commoditie aumentaram para 1,2 milhão de barris nos EUA. O barril Brent teve alta de 1,92%, enquanto o barril WTI avançou 2,42%. As ações preferenciais da petroleira fecharam em alta de 0,75%.

O dólar comercial valorizou 2,1%, cotado a R$ 5,371. Na máxima do dia, a moeda americana chegou a R$ 5,382. A busca por segurança deu o tom para as negociações no mercado cambial, o dólar se fortaleceu em relação a divisas fortes e emergentes. Ainda há, entre os investidores, certo otimismo com uma perspectiva de retomada rápida das economias, mas o crescente aumento de novos casos de covid-19 na China e em estados americanos reforça a cautela.

No fim da tarde em Nova York, o dólar registrava baixa a 106,86 ienes, enquanto o euro recuava a US$ 1,1213e a libra cedia a US$ 1,2425. O índice DXY, que mede a variação da moeda americana em relação a seis rivais fortes, avançou 0,27%, a 97,421 pontos.

Ante moedas emergentes e ligadas a commodities, o dólar também se fortaleceu. No final da tarde em Nova York, a moeda americana subia a 22,8077 pesos mexicanos, a 69,7578 pesos argentinos e a 17,4946 rands sul-africanos.

O mercado ainda reflete os impacto do novo corte da Selic, na quarta-feira (17). A taxa de juros teve um corte de 0.75 p.p, caindo para 2,25% ao ano. Os investidores estariam de olho também na sinalização de Paulo Guedes, ministro da economia sobre a importância de retomar o debate das reformas econômicas.

Ainda nos dados macroeconômicos, entrou no radar os pedidos de auxílio-desemprego dos Estados Unidos. Estes somaram 1,508 milhão na semana passada, encerrada em 13 de junho, mais do que os 1,3 milhões esperados.

Entre as ações mais negociadas do dia subiram: os papéis do Itaú (ITUB4) que avançaram 3,92% puxando a alta do Ibovespa. Todos os bancos tiveram alta no dia, mas apenas o Itaú segurou os ganhos. Enquanto o Bradesco (BBDC4) caiu 0,36%.

Subiram também as ações da Magazine Luiza (MGLU3), que avançaram 3,74%. O varejo precificou o corte da taxa Selic e a sinalização de um novo ajuste na taxa de juros até o final de 2020. No entanto, a volátil Via Varejo (VVAR3) teve queda de 0,07%.

Ainda entre as mais negociadas, caiu a Vale (VALE3) que recuou 0,05%. A mineradora recebeu autorização para retomar suas operações no Complexo de Itabira, após paralisação por risco de contaminação com coronavírus.

Destaques da Bolsa

O destaque positivo do dia foi da Cielo (CIEL3) , que fechou em alta de 8,69%. Na semana, a ação já acumula alta superior a 30%. As ações da companhia ainda precificam a notícia da parceria com o Facebook para pagamentos via Whatsapp. Durante o dia, a Cielo chegou a subir 9,27%.

Entre as maiores altas também subiram os papéis do Banco BTG (BPAC11) e da Sul América (SULA11), que avançaram 9,12% e 4,54%, respectivamente.

Entre os destaques negativos caíram as ações da Multiplan (MULT3), com queda de 3,45%. Recuaram também os papéis da Companhia Energética de Minas Gerais (CMIG4) e do Grupo Energisa (ENGI11), com queda de 3,07% e 3,06%, respectivamente.

Cenário interno

Com o corte de 0,75 ponto da Selic na quarta-feira, o juro real brasileiro já é negativo em -0,78%, de acordo com cálculos do site MoneYou e da Infinity Asset Management, e desestimula ingresso de capitais estrangeiros no Pais, segundo operadores. Cautela política e aversão a risco nos mercados internacionais pesam também no ajuste de alta, pela nona sessão seguida por enquanto.

O trader Luis Felipe Laudisio dos Santos, da Renascença DTVM, diz em comentário à imprensa que a prisão de Fabrício Queiroz provoca reflexos negativos nos ativos brasileiros. A operação da Polícia Civil e do Ministério Público que prendeu Queiroz nesta manhã também teve como alvo uma atual assessora do senador Flávio Bolsonaro. Trata-se de Alessandra Esteves Marins, que exerce um cargo de confiança no gabinete do parlamentar, com salário de R$ 8.996,28.

Bolsas de Nova York

As bolsas de Nova York não registraram sinal único nesta quinta, 18, em sessão volátil. O risco de uma segunda onda de casos da covid-19 impôs certa cautela, com investidores também avaliando um dado modesto do mercado de trabalho americano, mas também os compromissos de manter estímulos de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e da presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi.

O índice Dow Jones fechou em baixa de 0,15%, em 26.080,10 pontos, o Nasdaq subiu 0,33%, a 9.943,05 pontos, e o S&P 500 teve ganho de 0,06%, a 3.115,34 pontos.

O BMO Capital destacou em relatório pela manhã que na China autoridades falaram que o surto recente de novos casos da covid-19 já estava controlado, comparando que os Estados nos EUA “têm sido bem menos agressivos” na resposta a um aumento nos casos da doença, o que poderia explicar certo tom de cautela nos mercados.

Na política monetária, a presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester, afirmou que a política do BC americano precisará continuar a ser acomodatícia “por um bom tempo” para apoiar a recuperação. Já o presidente do Fed de Dallas, Robert Kaplan, disse que a retomada depende da política fiscal, da monetária e do quadro na saúde.

Na agenda de indicadores, os novos pedidos de auxílio-desemprego recuaram 58 mil na semana, a 1,508 milhão, quando analistas previam queda maior, a 1,3 milhão. O MUFG destacou em relatório o fato de que os desempregados nos EUA são quase o dobro da última recessão, mas o mercado ainda não teria se dado conta da gravidade do impacto disso na economia real.

Entre ações importantes, Boeing recuou 0,13%, Bank of America subiu 0,16%, Citigroup avançou 0,08%, Caterpillar caiu 0,50% e Goldman Sachs perdeu 1,14%. Apple ficou praticamente estável, em alta de 0,04%, Facebook subiu 0,17% e Microsoft, 1,07%, apoiando o índice Nasdaq.

*Com Estadão Conteúdo

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