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Bolsa fecha em alta de 0,65% puxada por Petrobras, Vale e estímulos nos EUA

Apesar de conflitos sino-americanos, iniciativa de Trump para acelerar pacote de estímulos econômicos agradou os investidores

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O Ibovespa, principal índice da B3, começou a semana em queda mas mudou de direção no final da tarde graças ao bom desempenho da Petrobras e Vale. O índice brasileiro fechou em alta de 0,65% aos 103.444 pontos. Em agosto, a bolsa de valores já acumula ganhos de 0,52%.

Os barris de petróleo Brent subiram 1,32%, ficando no preço de US$ 44,99 por barril para outubro. Com isso as ações preferencias da Petrobras (PETR4) valorizaram 2,90% enquanto as ordinárias (PETR3) fecharam o dia com alta de 3,39%.

Já as ações da Vale (VALE3) tiveram alta de 2,89%. Os papéis da mineradora avançaram acompanhando a alta do preço do minério de ferro na China, que subiu 2,44%. Outra notícia que impactou os papéis foi o anúncio de que o governo federal pretende se desfazer de 100% da sua participação na Vale. Por isso o BNDES teria levantado R$ 8,1 bilhões com a venda de uma parte das ações da mineradora.

Outro setor que puxou os ganhos do índice foram os bancos. As ações do Itaú Unibanco (ITUB4) estavam entre as mais negociadas do dia e fecharam em alta de 1,30%. Já os papéis do Bradesco (BBDC4), Santander (SANB11) e Banco do Brasil (BBAS3) valorizaram 0,87%, 3,73% e 0,94%, respectivamente.

No cenário externo reinou o otimismo com Donald Trump tentando acelerar o acordo do pacote de estímulos econômicos de US$ 1 trilhão, após dificuldade ocorridas entre as lideranças no Congresso. Ele assinou algumas ordens executivas para estender os estímulos econômicos, entre estas, dar benefícios aos desempregados. A medida foi avaliada como uma pressão do presidente americano para acelerar as negociações.

Com isso as bolsas americanas subiram, o índice Dow Jones fechou em alta de 1,30%, e o S&P 500 avançou. Já o Nasdaq caiu 0,39%.

O dólar também reagiu bem as novidades emendando sua quarta alta. O dólar comercial subiu 0,97% e fechou cotado a R$ 5,4649. Na máxima do dia, a moeda americana chegou a R$ 5,4642.

O dólar se fortaleceu em meio ao recrudescimento das tensões entre Estados Unidos e China e às repercussões da assinatura do presidente americano, Donald Trump, de quatro decretos executivos com medidas de estímulos fiscais. Mas, a moeda americana também respondeu a números do mercado de trabalho americano.

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Ainda no cenário externo, as tensões sino-americanas tiveram um novo capítulo. O vice-presidente Mike Pence e o secretário de Estado, Mike Pompeo, criticaram a prisão do Jammy Lai, editor do jornal Apple Daily, de Hong Kong. Ele foi acusado com base na lei de segurança nacional imposta pela China, já que a publicação segue linha editorial de oposição a Pequim.

Destaques da Bolsa

Entre os destaques positivos subiu a Braskem (BRKM5), maior alta do Ibovespa que avançou 9,32%. Os papéis da companhia dispararam com notícia de que a Odebretch iniciou o processo de venda da sua participação na petroquímica.

Esta foi seguida da CSN (CSNA3) que fechou em alta de 7,88%. A companhia subiu após recomendação da JP Morgan que elevou a ação para neutra. O otimismo com o preço do minério de ferro e a recuperação econômica da China favoreceram o desempenho das siderúrgicas.

Subiu também a Embraer (EMBR3) que avançou 5,73%.

No lado negativo, estavam a Totvs (TOTS3) que caiu 7,40%. Seguida da Hering (HGTX) e Magazine Luiza (MGLU3) que recuaram 5,11% e 4,34%, respectivamente.

Ainda no radar do mercado estavam as companhias de telecomunicações, após Telefônica Brasil, TIM e Claro anunciar exclusividade ao acordo com a Oi para negociar a aquisição da Oi Móvel.

Com isso as ações da OI (OIBR4; OIBR3) fecharem em alta de 0,41% e 0,64%. Enquanto os papéis da Telefônica (VIVT4) valorizaram 2,43% e os da Tim (TIMP3) subiram 2,46%.

Focus

Os economistas do mercado financeiro alteraram suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2020. Conforme o Relatório de Mercado Focus, a expectativa para a economia este ano passou de retração 5,66% para queda de 5,62%. Há quatro semanas, a estimativa era de baixa de 6,10%.

A mediana das expectativas para o câmbio no fim do ano seguiu em R$ 5,20, igual a um mês atrás. As previsões para a Selic neste ano seguiram em 2,00% ao ano. Do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) espera-se alta de 1,63%.

Indicadores

Depois de desacelerar no fechamento de julho, o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) voltou a ganhar força e subiu 0,54% na primeira quadrissemana de agosto, informou nesta segunda-feira (10) a Fundação Getulio Vargas (FGV). O resultado ficou 0,05 ponto porcentual acima da divulgação anterior, quando o índice havia marcado inflação de 0,49%.

A aceleração do IPC-S foi puxada por quatro das oito classes de despesas que compõem o índice. A maior contribuição partiu do grupo Alimentação (0,13% para 0,36%), pressionado pela aceleração das hortaliças e legumes (-11,9% para -10,29%).

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) subiu 1,46% na primeira prévia de agosto, após ter aumentado 1,18% na primeira prévia de julho. Com o resultado, o índice acumulou elevação de 8,27% no ano de 2020 e alta de 11,61% em 12 meses.

Bolsas americanas

As bolsas de Nova York fecharam sem direção única após o presidente americano, Donald Trump, assinar decretos executivos com algumas medidas de estímulos fiscais. O otimismo, contudo, foi contido pelo recrudescimento das tensões entre Estados Unidos e China.

O índice Dow Jones encerrou com ganho de 1,30%, a 27.791,44 pontos e o S&P 500 se elevou 0,27%, a 3.360,47 pontos.

Já o Nasdaq recuou 0,39%, a 10.968,36 pontos, em meio ao desempenho negativo das ações de tecnologia. O papel da Microsoft caiu 1,99%, com incertezas a respeito das negociações para a compra do TikTok, que pertence à chinesa ByteDance. O do Twitter avançou 0,81%, depois que surgiram especulações de que a empresa também estaria interessada no aplicativo.

A empresas ligadas à aviação contribuíram para manter o Dow Jones e o S&P 500 no positivo. A Administração de Segurança de Transporte (TSA, na sigla em inglês) dos EUA informou que 831.789 pessoas passaram por aeroportos ontem, nível diário mais alto desde o início da pandemia.

A informação ajudou a alimentar as perspectivas para a retomada do setor, severamente atingido pela covid-19. Com isso, a ação da Boeing saltou 5,52%, da American Airlines avançou 7,44%, da Delta ganhou 7,95% e da United Airlines disparou 9,35%.

Nas mesas de operações, repercutiu também a decisão de Trump de agir unilateralmente para implementar alívio econômico em meio à crise, após o colapso das negociações com lideranças democratas no Congresso. Entre as medidas previstas nos textos estão a extensão da moratória para inquilinos que não possam pagar aluguel e do benefício adicional para desempregados. O valor do auxílio, contudo, foi reduzido de US$ 600 para US$ 400 por semana, dos quais US$ 400 terão que ser cobertos por recursos estaduais.

Pelo lado negativo, pesou sobre os ativos hoje a escalada mais recente das tensões sino-americanas. Autoridades dos EUA, entre eles o vice-presidente Mike Pence e o secretário de Estado, Mike Pompeo, criticaram a prisão do Jammy Lai, editor do jornal Apple Daily, de Hong Kong. Ele foi acusado com base na lei de segurança nacional imposta pela China, já que a publicação segue linha editorial de oposição a Pequim.

*Com Estadão Conteúdo

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