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Finanças

Bolsa fecha em alta de 2,16%, com fala de Guedes e corte da Selic; dólar sobe

Banco Central corta taxa Selic para 2,25% ao ano. Esta foi a quarta redução da taxa em 2020

bolsa de valores

Dia de fortes emoções para a Bolsa de valores, por sorte parece ser notícia boa. O Ibovespa, principal índice da B3, fechou em alta de 2,16%, aos 95.547 pontos nesta quarta-feira (17). Os investidores estavam atentos a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que fez um corte da taxa de juros de 0.75 pp. Com isso a nova taxa Selic é de 2,25%.

Com juros menores, o investidor deve olhar mais para a renda variável. Contudo, os economistas advertem que é importante analisar o relatório do Copom para entender se deve ter outro corte na Selic até o final de 2020.

Ainda no cenário macroeconômico, animou a fala de Paulo Guedes, ministro da Economia sobre a importância de voltar a debater reformas no país. Ele garantiu que nas próximas semanas, após concluir as medidas emergenciais, o debate da pauta econômica volta à tona.

No cenário externo, os EUA mostram alguns sinais de recuperação econômica. O Federal Reserve (Fed) decidiu deixar de lado os ETFs para comprar títulos de dívida das empresas, auxiliando assim na liquidez do mercado atual. Há expectativa de que o governo Trump possibilite enormes gastos em infraestrutura, como forma de superar a crise do coronavírus.

Em meio a estas notícias, o dólar fechou em alta de 0,54%, cotado a R$ 5,261. Na máxima do dia, a moeda americana chegou a R$ 5,266.

Entre as ações mais negociadas do dia as varejistas tiveram fortes ganhos com a expectativa de corte da Selic. Magazine Luiza (MGLU3) fechou em alta de 1,80%. Enquanto Via Varejo (VVAR3), com alta volatilidade, recuou 0,07%.

Subiram também os papéis da Vale (VALE3) e do Bradesco (BBDC4), com alta de 1,46% e 1,59%, respectivamente. Ainda entre as mais negociadas, as preferenciais da Petrobras (PETR4) avançaram 0,33%. A petroleira deu mais um passo o processo de “teaser”, divulgação de oportunidade, para vender toda a sua participação no conjunto de sete concessões de campos de terra e águas rasas em Alagoas.

Destaques da Bolsa

O destaque positivo do dia foi da Eletrobras (ELET3) que disparou 9,99%. A companhia teve forte alta hoje após Paulo Guedes anunciar a privatização da companhia. A decisão ocorreu na reunião do Conselho do Programa de Parcerias de Investimento (PPI) e também deve incluir os Correios.

Subiram também as ações da Cyrela (CYRE3), com alta de 6,73%. Ainda entre os destaques positivos, outro setor com forte alta foi educação. A autorização do Ministério da Educação (MEC) para que as instituições de ensino superior mantenham as aulas à distância até o final do ano fez a Yduqs (YDUQ3) fechar em alta de 7,12%. Enquanto a Cogna (COGN3) avançava 4,55%.

Entre os destaques negativos caíram: os frigoríficos Minerva (BEEF3) e Marfrig (MRFG3), que recuaram 3,66% e 0,76%, respectivamente. A Gol (GOLL4) também recuou 1,41%.

Contexto interno

A queda de 11,7% do volume de serviços prestado no País em abril ante março, acima da mediana das projeções do mercado (-10,60%), apoia as apostas em um corte adicional do juro básico em agosto, após a redução de 0,75 ponto da Selic, para 2,25% ao ano. Essa possibilidade limita o recuo do dólar ante o real, uma vez que tenderia a desestimular ainda mais o fluxo de capitais estrangeiros para o País, segundo um operador de câmbio.

Esta foi a quarta redução da taxa em 2020, a terceira desde o início da pandemia da Covid-19 e o sétimo corte seguido pelo BC. O último aconteceu no dia 6 de maio, quando o Copom (Comitê de Política Monetária) promoveu um corte de 0,75 ponto percentual como parte da estratégia para tentar frear os estragos trazidos pelo distanciamento social na economia. A expectativa de que a economia deve se deteriorar forçou o mercado a revisar suas previsões para baixo.

Bolsas de Nova York

Após três altas consecutivas, as bolsas de Nova York fecharam sem direção única, em um pregão marcado pela volatilidade. Os investidores acompanharam declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, e ponderaram riscos geopolíticos e relacionados a uma possível segunda onda de infecções por covid-19.

O índice Dow Jones registrou perdas de 0,65%, a 26.119,61 pontos, o S&P 500 recuou 0,36%, a 3.113,49 pontos, e o Nasdaq subiu 0,15%, a 9.910,53 pontos.

O mercado acionário dos Estados Unidos chegou a acelerar a alta em meio à fala de Powell no Congresso americano, mas retrocedeu nos minutos finais de negociação. O banqueiro central disse que ainda levará um tempo para que a instituição comece a reduziu seu balanço, expandido para gerar liquidez em meio à crise da covid-19, e voltou a se comprometer com os juros baixos. Ontem, comentários cautelosos do dirigente sobre o ritmo da retomada econômica haviam reduzido os ganhos nas bolsas.

“Novos casos de coronavírus estão aumentando em todo o mundo, mas os investidores estão encorajados por relatos de que a dexametasona pode ser usada para reduzir mortes em pacientes com covid-19 gravemente enfermos”, comenta a analista Kathy Lien, da BK Asset Management. Hoje, o Reino Unido passou a usar o medicamento para tratar pacientes com coronavírus.

Para a Capital Economics, embora as preocupações com uma segunda onda de coronavírus possam persistir nos próximos meses, isso não deve pesar ações por muito tempo.

Analistas do banco americano Brown Brothers Harriman (BBH) ressaltam que o risco geopolítico “está de volta” e também pode impactar o mercado. Ontem, a Coreia do Norte explodiu um escritório que coordenava as relações com a Coreia do Sul e a Índia informou que 20 soldados de seu exército foram mortos em um confronto com a China.

No S&P 500, os setores que mais recuaram foram o de energia, o financeiro e o imobiliário, com perdas de 3,28%, 1,37% e 1,13%, respectivamente.

Entre as ações de empresas importantes negociadas em Nova York, Wells Fargo recuou 3,75%, Chevron cedeu 2,65%, mas Amazon avançou 0,98%.

A negociação dos papéis da Hertz, por sua vez, foi paralisada durante o pregão, após a Securities and Exchange Comission (SEC) dos EUA expressar preocupações com as vendas de papéis da empresa, que protocolou pedido de recuperação judicial no âmbito do Capítulo 11 do Código de Falências americano.

*Com Estadão Conteúdo

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