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Finanças

Bolsa fecha em queda de 1,7% com novos casos de coronavírus no mundo; dólar sobe

Em sete dias, novas infecções pela Covid-19 dispararam 30%

bolsa de valores

Novamente o coronavírus ataca os mercados, e desta vez parece não ser apenas rumores de uma segunda onda. Um levantamento feito pela Universidade Johns Hopkins revelou um aumento de 30% na média de sete dias para novas infecções por Covid-19. Só na segunda-feira (22), os EUA teve 31 mil novos casos de coronavírus.

Ainda nesta quarta-feira (24) foram registrados novos surtos no Japão e na Alemanha, alguns países na América do Sul já retomam os padrões de isolamento rígido.

O medo global é que estes novos casos atrapalhem a recuperação da economia. Por este motivo, nesta quarta-feira (24) as bolsas americanas caíram. O Ibovespa, principal índice da B3, também fechou em queda de 1,66% aos 94,377 pontos.

Impactou também no desempenho dos mercados a notícia de que EUA estuda a imposição de novas tarifas a US$ 3,1 bilhões em exportações da União Europeia (UE) e do Reino Unido.

Neste cenário de instabilidade, o dólar voltou a subir. O dólar comercial fechou em alta de 3,33%, cotado a R$ 5,325. Na máxima do dia, a moeda americana chegou a R$5,325.

Entre as ações mais negociadas do dia caíram: a Petrobras (PETR4), que recuou 3%. A companhia seguiu a queda nos preços do petróleo com o aumento dos estoques nos EUA e aversão aos casos de Covid-19 em Alemanha e Japão.

Ainda entre as mais negociadas os bancos tiveram forte queda: Bradesco (BBDC4) e Itaú (ITUB4) caíram 3,25% e 3,80%, em meio à aversão ao risco do mercado. Recuaram também Vale (VALE3) e Via Varejo (VVAR3), com queda de 0,36% e 2,99%, respectivamente.

Destaques da Bolsa

Entre os destaques positivos estavam: as ações da B2W (BTOW3) que fecharam em alta de 2,88%. Subiram também os frigoríficos Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3), que avançaram 3,28% e 1,62%. Além de ser beneficiados pela alta do dólar, nesta quarta-feira os frigoríficos assinaram declarações solicitadas pela China garantindo que as suas exportações estavam livres de coronavírus.

Subiu também a Sabesp (SBSP3), com alta de 2,33%, em dia de votação do marco de saneamento. E a Klabin (KLBN11), que avançou 2,55%, após ter sua recomendação elevada para compra pelo UBS, com preço-alvo de R$ 24 por unit. O destaque negativo foi da Cielo (CIEL3) , que despencou 12,96%. As ações da companhia caíram depois que o Banco Central proibiu os pagamentos via Whatsapp. As empresas aéreas também ajudam na queda do Ibovespa, com a expectativa de um prolongamento das medidas de restrição. As ações da Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) recuaram 6,22% e 8,34%, respectivamente.

Dólar

O dólar teve a maior alta em três meses, em meio ao noticiário negativo no exterior, que potencializou um movimento de realização de lucros após três dias seguidos de quedas. Renovadas preocupações com o crescimento de casos de coronavírus nos Estados Unidos, após a Flórida anunciar recorde de infecções, aumento da tensão comercial, agora entre a Casa Branca e a Europa, e a piora das projeções de crescimento mundial pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) provocaram um movimento internacional de fuga de ativos de risco e busca de proteção na moeda americana.

O real teve nesta quarta-feira, 24, o pior desempenho mundial ante o dólar em uma cesta de 34 divisas mais líquidas. A moeda dos EUA subiu 1,58% no México e 1% na África do Sul. Perante divisas fortes, avançou 0,50%.

No mercado à vista, o dólar subiu 3,33%, e fechou em R$ 5,3231. Foi a maior alta porcentual desde 18 de março, quando subiu 3,74%, dia de forte nervosismo no mercado por conta dos temores com a pandemia de coronavírus, obrigando o Banco Central a fazer quatro leilões. Hoje o BC não fez leilão extraordinários, mantendo apenas as rolagens.

Hoje o FMI reduziu a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da economia mundial para 4,9%. O Brasil deve ter desempenho bem pior, com contração de 9,1%.

Bolsas de Nova York

O aumento de novos casos de covid-19 nos Estados Unidos começou a preocupar o mercado e levou as bolsas de Nova York a fechar o pregão desta quarta-feira, 24, em baixa. Sinais de tensão comercial entre Washington e a União Europeia e uma revisão para baixo nas projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI) para a atividade econômica global deste ano também geraram cautela e afastaram os investidores das ações.

O índice Dow Jones recuou 2,72%, em 25.445,94 pontos, o S&P 500 cedeu 2,59%, a 3.050,33 pontos, e o Nasdaq caiu 2,19%, a 9.909,17 pontos, depois de ter renovado a máxima histórica de fechamento por dois dias consecutivos.

“As últimas notícias sobre o coronavírus não são positivas para o mercado de ações, que apostava que o pior da recessão causada pela pandemia teria ficado para trás”, avalia o economista Chris Hupkey, do MUFG Bank Union. Hoje, os EUA registraram o maior número diário de novas infecções por covid-19 desde o dia 23 de abril. “As estatísticas da covid-19 revelam casos em aceleração nos pontos de foco conhecidos do Texas, Flórida, Arizona e Califórnia – que contribuíram para o crescimento da aversão ao risco”, diz o analista Ian Lyngen, do BMO Capital Markets.

A preocupação com a retomada da economia aumentou após o FMI cortar as projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) global em 2020. A estimativa da entidade passou de uma retração de 3% para um encolhimento de 4,9%.

Nesse quadro, a ação da Boeing fechou em queda de 5,96%, pressionando o Dow Jones. Entre os bancos, Bank of America caiu 3,95%, Citigroup cedeu 4,04% e Goldman Sachs, 3,30%. No setor de tecnologia, Apple fechou em baixa de 1,77% e Microsoft, de 2,02%. Facebook caiu 3,39%, Alphabet cedeu 2,14% e Amazon, 1,09%.

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