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Finanças

Bolsa fecha nos 111 mil pontos com otimismo por vacinas e estímulos nos EUA

Mercado enxerga o Ibovespa nos 130 mil pontos em 2021, vacina contribuiu mas risco fiscal está no radar

bolsa de valores

O Ibovespa conseguiu resistir a tentação de realizar lucros nesta quarta-feira (2). O índice da B3 fechou em alta de 0,43% aos 111.878,53 pontos.

O dia começou bastante animado com a notícia de que o Reino Unido autorizou o uso emergencial da vacina desenvolvida pela Pfizer e BioNtech, se tornando o primeiro país ocidental a dar esse passo. Segundo Murilo Breder, analista da Easynvest, a possibilidade de inicio de uma vacinação em massa permitirá avançar rapidamente na prevenção da doença quanto no aprendizado da resposta imunológica.

A novidade deixou os mercados eufóricos. As ações da BioNtech dispararam em Frankfurt e as ações da Pfizer reforçaram ganhos em Wall Street. Na Europa, a bolsa de Londres foi a que mais subiu nesta quarta-feira, premiando o pioneirismo no uso da vacina. O FTSE 100 fechou em alta de 1,17%, aos 6.463,39 pontos.

O mercado também atualizou as suas projeções para o índice em 2021, o Bank of America (BofA) enxerga o Ibovespa em 130 mil pontos no próximo ano, mas alerta sobre o risco fiscal nas diversas economias. O BB Investimentos também elevou ontem sua projeção para o índice nos 130 mil.

Nos Estados Unidos, pesou mais a declaração do presidente do Tesouro, Steven Mnuchin, de que o atual presidente Donald Trump vai assinar a proposta de pacote fiscal do senador republicano Mitch McConnell.

Além disso, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell reforçou que manterá os juros baixos e o suporte à economia americana até que o perigo da pandemia acabe.

As bolsas americanas fecharam mistas: Dow Jones e o S&P 500 tiveram ambos valorização de 0,20%, enquanto Nasdaq fechou em leve queda de 0,05%.

No cenário doméstico foi um dia de muitas emoções. O Ibovespa acompanhou o otimismo no exterior, mas durante o pregão foi puxado para a queda pela Vale (VALE3), o papel caiu enquanto o mercado digeria o guidance para 2021. A ação fechou em baixa de 1,74%.

Segundo Breder, a virada da Petrobras (PETR4) também foi importante para o Ibovespa sustentar os ganhos. As ações da estatal acompanharam o desempenho do petróleo no mercado internacional em meio às expectativas por um acordo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+) para a produção. O papel fechou em alta de 1,21%.

No cenário político, as falas de Bolsonaro de que o auxílio emergencial não será prorrogado e o anúncio da votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) no dia 16 de dezembro animaram os investidores. “O CDS brasileiro, que é uma espécie de seguro contra o calote da dívida pública, caiu”, acrescenta Breder.

Após o tombo da véspera, quando chegou a mínima em quatro meses, o dólar teve um dia de ajustes nesta quarta-feira. O dólar comercial fechou em alta de 0,268%, cotado a R$ 5,241. Na máxima do dia, a moeda americana chegou a R$ 5,2547.

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Destaques da Bolsa

Entre as maiores altas do dia subiram Cia Hering (HGTX3) que avançou 6,13%, seguida da Gol (GOLL4) e B3 (B3SA3) que valorizaram 5,36% e 4,97%, respectivamente.

Subiu também a Intermédica (GNDI3) que fechou em alta de 4,38%. A companhia anunciou que seu follow-on foi precificado apenas 0,8% abaixo do preço de fechamento da véspera. As ações foram fixadas em R$ 69,50. No entanto, Breder aponta que a companhia não embolsou os valores em vista que a oferta foi secundária e houve a venda da participação parcial de 20% da gestora de fundos Alkes II, do grupo Bain & Company.

No lado oposto do Ibovespa recuaram a Suzano (SUZB3) com baixa de 5,01%, após cinco pregões seguidos de alta.

Caiu também a Braskem (BRKM5) que desvalorizou 4,87%. Após um novo escândalo de corrupção, a sua controlada no México a Braskem Idesa interrompeu as atividades operacionais no país. O agência do governo Mexicano Cenagas afirmou que deve parar o serviço de transporte de gás natural e não renovará contrato com a companhia brasileira.

Outro destaque negativo foi a Petrorio (PRIO3) que fechou em queda de 4,79%.

Bolsas americanas

 O índice S&P 500 avançou para uma máxima recorde de fechamento nesta quarta-feira, enquanto o Nasdaq recuou, à medida que investidores avaliaram o noticiário otimista sobre as vacinas e um potencial pacote de alívio fiscal contra o coronavírus num contexto de dados mais fracos de emprego privado nos Estados Unidos.

No Congresso, republicanos e democratas continuaram incapazes de chegar a um acordo sobre um novo alívio para a economia norte-americana, atingida pela pandemia, embora alguns investidores tenham expressado que as más notícias econômicas podem estimular parlamentares a pressionar mais por um acordo.

O Dow Jones avançou 0,20%, aos 29.884,78 pontos, o S&P 500 avançou 0,20%, aos 3.668,99 pontos, e o Nasdaq recuou 0,05%, aos 12.349,37 pontos.

Bolsas na Europa

As bolsas da Europa fecharam majoritariamente em alta nesta quarta-feira (2), em meio ao avanço dos planos de vacinação contra a covid-19 no continente. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em ligeira queda de 0,05%, aos 391,69 pontos.

O FTSE 100, da bolsa de Londres, foi o que mais subiu nesta quarta entre os principais mercados, ao avançar 1,17%, aos 6.463,39 pontos. O otimismo de investidores se justifica em especial pelo anúncio de que o Reino Unido autorizou o uso emergencial da vacina contra a covid-19 da Pfizer e BioNTech, e deve começar a vacinar a população já na semana que vem. Um plano similar projetado pela Rússia reforçou a expectativa de recuperação econômica em 2021 em todo o mundo.

Diante deste cenário, investidores apenas monitoraram a fala do negociador-chefe da União Europeia para o Brexit, Michel Barnier, que afirmou que o acordo comercial com o Reino Unido pode não sair.

Na Alemanha, pesou sobre as ações a informação de que líderes estaduais e federais estudam expandir as medidas restritivas para frear o aumento de infecções pelo novo coronavírus. O DAX, da bolsa de Frankfurt, fechou em queda de 0,52%, aos 13.313,24, acima apenas do FTSE MIB da bolsa de Milão, que recuou 0,56%, aos 21.972,20. O setor financeiro esteve entre os destaques negativos desta quarta-feira na Itália, com os bancos Generali (-3,21%) e Mediolanum (-2,66%) e a holding de serviços financeiros Unipol (-3,08%) entre as maiores quedas do dia.

Também pesou sobre os mercados da zona do euro a sinalização de diplomatas da União Europeia de que os impasses com Hungria e Polônia acerca do fundo de recuperação da pandemia se intensificaram. O CAC 40 de Paris subiu 0,02%, a 5.583,01 pontos.

Na Espanha, o Ibex 35 de Madri avançou 0,90%, aos 8.220,80 pontos, com alta sustentada principalmente por ativos de bancos, como o Sabadell (+5,08%), Santander (+4,75%) e CaixaBank (+3,32%). Já em Portugal, a notícia de que a EDP Portugal concluiu a venda do seu portfólio de ativos térmicos e clientes à francesa Total SE movimentou o PSI 20, de Lisboa, que hoje fechou em alta de 0,81%, aos 4.624,57 pontos.

*Com Reuters e Agência Estado

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