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Finanças

Bolsa se afasta dos 100 mil pontos, com queda dos bancos e Bolsonaro infectado

Presidente confirmou em coletiva de imprensa que testou positivo para Covid-19; dólar sobe

ações

A Bolsa estava cada vez mais perto dos 100 mil pontos. Nesta segunda-feira (6) o índice encostou nos 99 mil pontos, pela primeira vez desde 5 de março. Mas, não deu tempo de comemorar a vitória, o Brasil já tinha reservada a surpresa do show, e acordamos na terça-feira (7) com Bolsonaro testando positivo para a Covid-19. Não fosse o suficiente, o Senado decidiu colocar em pauta até agosto, o projeto que limite os juros do cartão de crédito e o cheque especial, e os bancos não gostaram.

As instituições financeiras puxaram a queda do pregão. E o Ibovespa, principal índice da B3, fechou em queda de 1,19% aos 97.761 pontos nesta terça-feira. Os investidores também precificaram sinais de que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto avalia fazer um novo corte na taxa Selic.

Em meio a cautela, o dólar retomou ritmo de alta. O dólar comercial subiu 0,63% e fechou cotado a R$ 5,386. Na máxima do dia, a moeda americana chegou a R$ 5,388.

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Entre as ações mais negociadas do dia os bancos despencaram. Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3) recuaram 4,90%, 4,15% e 4,01%, respectivamente. As instituições financeiras reagiram indigestas a livre de Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados que defendeu o fim das taxas de juros do cartão de crédito e cheque especial. E alertou que o mais prejudicado sempre é o cidadão. Até agosto, esta pauta deve entrar novamente na agenda do Senado.

Caíram também as preferenciais da Petrobras (PETR4), com queda de 1,24%. E subiram apenas neste grupo os papéis da Magazine Luiza (MGLU3), que avançaram 3,79%.

Destaques da Bolsa

Os frigoríficos foram destaque positivo nesta terça-feira (7), registrando os melhores desempenhos. A JBS (JBSS3) fechou em alta de 2,82%, A companhia se fortaleceu com relatório do Credit Suisse, que reforçou sua visão positiva da JBS e apontou que o 2º trimestre de 2020 será o melhor na história da companhia.

Medidas preventivas propostas pelos exportadores brasileiros nos embarques de carne de frango e suína à China, entre estas testagem dos produtos, também foram vistas com bons olhos pelo mercado. Com isso, subiram também Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3), que avançaram 7,92% e 2,85%.

Além dos bancos, entre os destaques negativos do dia estava a CVC (CVCB3) que recuou 6,93%. O cenário adverso continua afetando as companhias aéreas e o setor turismo. A companhia ainda não apresentou o balanço do ano 2019 e nem do 1º trimestre de 2020, alegando erros contábeis.

E falando de aéreas, a Azul (AZUL4) demitiu hoje quase 1000 funcionários, 7% do quadro da empresa, para se adaptar ao novo cenário da pandemia. Os papéis da companhia fecharam em queda de 2,49%.

Cenário doméstico

Saiu o resultado positivo do exame de covid-19 do presidente que, nos últimos 14 dias encontrou-se com autoridades estrangeiras, como o embaixador dos Estados Unidos no Brasil no último sábado, e com vários ministros. Somente com o ministro da Economia, Paulo Guedes, Bolsonaro – que não costuma manter o uso de máscara nem em eventos públicos – esteve reunido ao menos sete vezes nesse período.

Em entrevista à “Record News” na segunda-feira à noite, Campos Neto afirmou acreditar na política monetária e enfatizou que “nas comunicações recentes do BC existe algum espaço para um corte residual da Selic, apesar de pequeno, para flexibilizá-la”. Mesmo assim, Campos Neto mostrou otimismo ao dizer que a autarquia vê a recuperação econômica da crise do coronavírus em formato mais acelerado do que o visto anteriormente.

Mais cedo, a FGV divulgou uma melhora marginal na expectativa sobre o mercado de trabalho. O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) subiu 14 pontos na passagem de maio para abril, para 56,7 pontos. A alta é, contudo, insuficiente para recuperar as perdas recentes, provocadas pela crise da covid-19. A elevação acumulada em maio e junho recuperou apenas 33% das perdas registradas em março e abril.

Bolsas americanas

As bolsas de Nova York fecharam em baixa nesta terça-feira, 7, com piora no quadro mais para o fim do pregão. O Nasdaq chegou a destoar e renovar máxima histórica intraday pela manhã, com ações de tecnologia em alta, mas depois sucumbiu ao mau humor geral, em um quadro de realização de lucros após ganhos recentes, de notícias sobre a continuidade da disseminação da covid-19 por Estados americanos e também de certa cautela sobre o quadro econômico.

O índice Dow Jones caiu 1,51%, a 25.890,18 pontos, o S&P 500 recuou 1,08%, a 3.145,32 pontos, e o Nasdaq registrou queda de 0,86%, a 10.343,89 pontos.

Pela manhã, o Nasdaq ainda encontrou espaço para subir mais, apoiado por companhias de tecnologia e serviços comunicação. Facebook chegou a avançar com mais impulso, porém terminou o dia em alta de 0,24%. Já Apple inverteu o sinal de mais cedo e fechou em baixa de 0,31%, Alphabet cedeu 0,70% e Amazon, 1,86%. Intel caiu 2,07% e Microsoft, 1,16%.

Entre outras ações em foco, American Airlines fechou em baixa de 6,95%, na mínima do dia. Boeing recuou 4,81% e, entre os bancos, Citigroup registrou queda de 3,17% e Goldman Sachs, de 3,86%.

O NatWest afirma em relatório que o pregão foi “calmo”, sem indicadores americanos influenciando nos dados. Para o banco, pesou sobre o mercado o avanço dos casos da covid-19 nos EUA e uma série de discursos do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), alguns deles sugerindo que a recuperação econômica pode demorar mais do que o esperado.

Diretor do Fed, Randal Quarles lembrou que o evento provocado pela covid-19 “ainda não está superado” e disse que o BC não tem nada “no forno” neste momento, em novas medidas contra a crise. Já a presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, previu que a recuperação no mercado de trabalho não deve ser total.

*Com Estadão Conteúdo

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