*ARTIGO

Recentemente, o Brasil bateu novo recorde mundial. Desta vez, o marco histórico veio em transações feitas com o bitcoin (BTC) por meio da rede Lightning Network, que aconteceu durante experimento chamado Praia Bitcoin, na escola Municipal Nossa Senhora da Consolação, em Jericoacoara (CE).

A Lightning Network é uma rede paralela que funciona como uma camada sobre a blockchain do bitcoin. Ela é capaz de processar muito mais transações por segundo do que a rede principal de modo instantâneo e praticamente gratuito.

Por conta da sua tecnologia, no experimento foram feitas 71 transações em apenas 3 minutos e 33 segundos, superando o recorde anterior de 60 transações em 4 minutos e 10 segundos, realizado na Alemanha em dezembro de 2022.

Pode parecer pouca coisa, mas esse recorde é uma prova do potencial do bitcoin e da Lightning Network, mostrando, por exemplo, que a criptomoeda pode ser uma ferramenta importante para promover a inclusão financeira em locais sem acesso aos serviços bancários tradicionais. Afinal, além de rápidas e seguras, as transações são feitas sem a necessidade de intermediários.

Quais são os desafios do sistema?

Apesar do sucesso do experimento Praia Bitcoin, não é segredo que ainda há muitos desafios para que o uso do bitcoin se torne mais difundido no Brasil, sendo eles:

• Falta de regulamentação específica: a carência de normas para o setor de criptos no Brasil ainda gera incertezas jurídicas e fiscais para estabelecimentos e alguns usuários;
• Baixa adoção e penetração atuais: a difusão da Lightning Network entre os comerciantes e consumidores brasileiros ainda é pouca, limitando as opções de uso e a liquidez da rede.
• Necessidade de educação financeira e tecnológica: para as transações rápidas com bitcoin, os potenciais usuários devem entender como funciona a rede paralela do BTC, quais são os riscos e benefícios envolvidos.
• Concorrência com outras soluções: outros meios de pagamento digital, como o PIX, o cartão de crédito e as carteiras digitais, já estão estabelecidas amplamente difundidas no mercado brasileiro. 

Porém, esses problemas podem ser minimizados com o avanço da tecnologia e da adoção da rede pelos usuários.

Apesar dos desafios…

O recorde brasileiro mostra que o bitcoin está se tornando cada vez mais acessível e popular no país do futebol, especialmente entre as camadas mais carentes da população.

Por exemplo, a escola onde ocorreu o experimento atende alunos de baixa renda, e as doações em BTC recebidas serão usadas para melhorar sua infraestrutura. Além disso, os participantes do evento receberam carteiras digitais (wallets) com saldo em bitcoin para fazer compras nas lojas locais que aceitavam a criptomoeda.

Sem contar que Lightning Network pode estimular a inovação e a criatividade dos desenvolvedores brasileiros, pois podem criar novos aplicativos e serviços baseados na rede, contribuindo para democratizar o acesso às criptos, especialmente para as pessoas que não têm conta bancária ou cartão de crédito.

Como cereja do bolo, o bitcoin também pode ser uma forma de proteção contra a inflação e a desvalorização do real. Visto que sua natureza é limitada e escassa, ele tem um poder de compra maior e mais estável no longo prazo.

Brasil reforça potencial

Como grande protagonista da América Latina na Nova Economia Digital, os números alcançados no evento representam um sinal positivo para o futuro do bitcoin no Brasil e no mundo, pois ele mostra que há um interesse crescente pela criptomoeda como forma alternativa — ou complementar — ao sistema financeiro tradicional.

Cada dia mais os brasileiros estão percebendo que o BTC permite enviar e receber pagamentos sem depender de intermediários ou burocracias, ao mesmo tempo em que podem se proteger da inflação e da desvalorização da moeda nacional.

Diante desses fatos, o Brasil tem um grande potencial no mercado de criptomoedas e o desfecho da Lightning Network no país é só o começo para as perspectivas futuras, podendo se tornar uma referência mundial em inovação e desenvolvimento nesse setor.

*As informações, análises e opiniões contidas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews.