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Finanças

Com bancos ofuscando alta das varejistas, Ibovespa fecha em baixa; dólar cai

Moeda americana segue cautela dos investidores com EUA e China e otimismo com nova vacina

bolsa de valores

O Ibovespa, principal índice da B3, fechou em leve queda de 0,23% aos 85.468 pontos, nesta terça-feira (26). A bolsa de valores teve seu desempenho impactado pela queda das ações dos bancos. O Bradesco (BBDC4) recuou 4,13%, enquanto o Itaú Unibanco (ITUB4) e o Banco do Brasil (BBAS3) caíram 3,96% e 2,25%, respectivamente. As instituições financeiras responderiam por 16% da carteira teórica do Ibovespa.

A queda dos bancos ofuscou a alta das varejistas como Magazine Luiza (MGLU3) que teve alta de 6,75% após divulgação do resultado do primeiro trimestre. Além do Magalu, avança também a B2W (BTOW3) com alta de 9,18%.

No cenário externo, apesar da cautela com os impasses entre EUA e China, a notícia de que a nova vacina experimental, desenvolvida pela Novavax, que já teve seu primeiro estudo em humanos iniciado, animou os mercados. Com isso o dólar recua ante o real. O dólar comercial fechou em queda de 1,80%, cotado a R$ 5,360. Na máxima do dia, a moeda americana chegou a R$ 5,394.

Na B3 em alta, os investidores ficaram atentos à queda dos juros futuros, na esteira da deflação de 0,59% do IPCA-15 de maio, no menor nível desde a implantação do Plano Real.

Destaques da bolsa

Entre os destaques positivos do dia estava o setor varejo com B2W (BTOW3) que subiu 9,18%, cotada a R$ 95,40 e Magazine Luiza (MGLU3), que avançou 6,75%, negociada a R$ 64,48. A companhia teve forte alta após a divulgação do seu balanço do primeiro trimestre de 2020, onde teve lucro líquido de R$ 30,8 milhões, mas um desempenho menor em 76,7% ao mesmo período em 2019.

Apesar do resultado desapontara alguns analistas de mercado, muitos investidores enxergam potencial de forte recuperação puxada pelas vendas online no segundo trimestre. O que fez a ação disparar 11% com o resultado.

Outro fator que estaria motivando as varejistas é a retomada gradual da economia em alguns estados que promete melhorias para o mês de junho.

Ainda entre as maiores altas do dia estava a Hypera (HYPE3) que fechou em alta de 7,02%. A companhia informou em fato relevante que seriam pagos à empresa R$ 110,6 milhões como indenização por pagamentos indevidos realizados na gestão de João Alves de Queiroz Filho.

Entre os destaques negativos caíram: as lojas Renner (LREN3), a IRB Brasil (IRBR3) e o banco Bradesco (BBDC3), que recuaram 5,50%, 5,26% e 4,52%.

Juros

 Os juros futuros fecharam o dia com viés de alta nos vencimentos curtos e em baixa nos longos, nesta terça-feira, 26, marcada pela divulgação do IPCA-15 mais baixo da história do Plano Real. Pela manhã, as taxas caíam com mais força em reação à deflação de 0,59% mostrada pelo índice, que elevou as apostas num novo corte de 0,75 ponto porcentual da Selic no Copom de junho, em meio ainda ao tombo do dólar e ao exterior positivo. No começo da tarde, passado o leilão de NTN-B, o ímpeto de fechamento das taxas esfriou, com a ponta curta já operando levemente acima dos ajustes de ontem e as taxas longas bem distantes das mínimas.

Fatores relacionados ao leilão, que foi significativamente maior do que o das últimas semanas, e uma certa cautela com o cenário político acabaram por puxar uma realização de lucros, considerando ainda que as taxas já haviam caído ontem com força. A realização de lucros só não avançou mais em função do dólar, que no fechamento da etapa regular derretia mais de 2%, abaixo dos R$ 5,35.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 encerrou em 2,385%, de 2,382% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2022 subiu de 3,20% para 3,24%. O DI para janeiro de 2025 terminou a sessão regular com taxa de 6,01%, de 6,10% ontem, e a do DI para janeiro de 2027 recuou de 7,06% para 6,98%.

Outro efeito do IPCA-15 foi sobre a precificação da curva em relação às apostas para a Selic, com avanço da expectativa de queda de 0,75 ponto na atual taxa de 3,00% na reunião de junho, o que deixa, assim, o mercado dividido.

IPCA-15

A deflação de 0,59% registrada em maio pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) foi o menor resultado do indicador desde o início do Plano Real, de 1994. No mês de maio de 2019, o IPCA-15 tinha subido 0,35% segundo os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Como consequência, a taxa acumulada em 12 meses passou de 2,92% em abril para 1,96% em maio, o resultado mais baixo desde fevereiro de 1999, quando a taxa havia sido de 1,80%.

Em meio à pandemia do novo coronavírus, as famílias voltaram a gastar mais com alimentação e bebidas, segundo dados do IPCA-15. O grupo Alimentação e bebidas passou de um avanço de 2,46% em abril para um aumento de 0,46% em maio, uma contribuição de 0,09 ponto porcentual no IPCA-15 deste mês.

Já o gasto das famílias com Transportes recuou 3,15% em maio, após uma queda de 1,47% em abril. O grupo deu a maior contribuição negativa para a taxa de -0,59% do IPCA-15, o equivalente a -0,63 ponto porcentual.

O destaque foi o recuo de 8,54% nos preços dos combustíveis. A gasolina encolheu 8,51%, o item de maior impacto negativo na inflação do mês, -0,41 ponto porcentual. O etanol ficou 10,40% mais barato, enquanto o óleo diesel diminuiu 5,50% e o preço do gás veicular encolheu 1,21%.

Vacina em teste

A empresa americana de biotecnologia Novavax anunciou ontem que vai começar o primeiro estudo em humanos de sua vacina experimental contra a covid-19. A vacina é uma de pelo menos dez que estão atualmente sendo testadas ao redor do mundo.

A esperança de uma cura vem num momento em que a covid-19 já infectou mais de 5,4 milhões de pessoas globalmente, causando ao menos 344 mil mortes, segundo dados compilados pela Universidade Johns Hopkins.

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