Os fundos imobiliários que investem em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), foram os que mais acumularam perdas no 1º trimestre de 2023. E o desempenho negativo tem relação com a atual crise de crédito pela qual passa o país, segundo especialistas. Nesse contexto negativo, alguns FIIs ainda conseguem oferecer retorno com dividendos atrativo.
A inadimplência no pagamento de dívidas dos CRIs impactou a distribuição mensal de dividendos de fundos imobiliários como Hectare CE (HCTR11), Versalhes RI (VSLH11) e Devant Recebíveis (DEVA11), que anunciaram na última semana que devem distribuir valores inferiores aos praticados nos últimos meses, enquanto o Tordesilhas EI (TORD11) suspendeu o pagamento de proventos para seus cotistas a fim de preservar caixa.
Logo, investidores que apostam no setor dos FIIs como forma de obter renda passiva vêm sendo impactados pela inadimplência.
FIIs que devem manter dividendos atrativos
Para aqueles que buscam fundos que não devem mudar sua política de distribuição de rendimentos e que ainda ofereçam uma boa relação entre dividend yield (DY) e preço da cota, pelo menos cinco fundos imobiliários atendem a estes quesitos, segundo levantamento da plataforma TRIX — aplicativo de investimento em FIIs gerido pela TRX Investimentos.
Veja abaixo:
Código | Segmento | Último dividendo | Preço fechamento | DY anualizado |
KNCR11 | Recebíveis | R$ 1,22 | R$ 97,04 | 15,09% |
HGCR11 | Recebíveis | R$ 1,20 | R$ 102,15 | 14,10% |
KNIP11 | Recebíveis | R$ 1,05 | R$ 90,64 | 13,9% |
BTLG11 | Logística | R$ 0,74 | R$ 95,00 | 9,35% |
HGRU11 | Varejo | R$ 0,85 | R$ 115,99 | 8,79% |
“Embora alguns fundos imobiliários tenham passado por momentos de aperto, se obrigando a rever momentaneamente as políticas de distribuição de dividendos, essa não é uma realidade para todo o mercado, que tem apresentado diversas opções de ativos em bom preço e com dividend yield atrativo”.
Gabriel Barbosa, gestor da plataforma TRIX.
Ainda segundo o gestor no levantamento, os fundos de recebíveis apontados no levantamento têm carteiras defensivas e grande diversificação nos seus portfólios, “o que demonstra capacidade financeira sobre eventuais alavancagens, enquanto os de tijolo possuem contratos de longo prazo com empresas que não demonstram dificuldades financeiras, além de estarem com a alavancagem controlada”.
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