Finanças
Como investir no metaverso? Veja 4 formas de faturar com o ambiente virtual
Relatório da Gartner aponta que, em até 2026, 25% das pessoas deverão gastar pelo menos uma hora por dia em algum ambiente metaverso.
O aumento da popularidade do metaverso tem chamado atenção de investidores à procura de alternativas de aplicações no ambiente virtual. O fato é que essa indústria, que atualmente movimenta milhões, já conta com diversos produtos financeiros, seja mesmo entre os investimentos digitais ou até entre os tradicionais.
Além do mais, conforme aponta um recente relatório divulgado pela Gartner, até 2026, 25% das pessoas deverão gastar pelo menos uma hora por dia em algum ambiente metaverso, seja para trabalho, compras, educação, atividades sociais ou entretenimento. Então, para os investidores, seria essa uma oportunidade de faturar?
Confira em detalhes como funciona o metaverso e quais são algumas das alternativas de investimento, continue a leitura.
O que é metaverso?
O conceito do metaverso é que ele é um ambiente virtual imersivo. Isto quer dizer que, de certa forma, é uma realidade paralela que as pessoas podem acessar por meio de aparelhos tecnológicos (como óculos de realidade virtual, fones de ouvido e sensores) e, por meio de avatares, fazer interações umas com as outras.
O termo se popularizou após o Facebook (FBOK34) anunciar que mudou seu nome para Meta, com o objetivo de focar seus negócios neste universo.
A proposta do metaverso é que os usuários façam quaisquer outras atividades comuns do mundo habitual, como estudar, trabalhar, investir, fazer compras ou ir para festas.
Também vale esclarecer que o ambiente não se trata especificamente de uma única plataforma tecnológica para ter acesso a tudo isso. Na verdade, tem a ver com uma mudança de comportamento das pessoas, de modo que elas busquem ter mais experiências tridimensionais.
Como investir no metaverso?
Apesar desse universo digital ainda ser algo recente, já existem diversos tipos de investimentos relacionados a ele. Confira a seguir:
Criptomoedas
As criptomoedas por si só já são uma categoria de investimento, mas também são o primeiro passo para aplicar no metaverso. Isso porque é preciso possuí-las para adquirir itens nesse ambiente.
Alguns exemplos de criptomoedas utilizadas em metaversos são:
- Decentreland (MANA);
- The Sandbox (SAND);
- Enjin Coin (ENJIN);
- Yield Guild Games (YGG).
Para comprá-las só é preciso abrir uma conta em uma exchange – que é uma espécie de corretora de valores, mas que só atende criptomoedas.
NFTs
Depois de adquirir as criptomoedas, os interessados podem investir em NFTs, que são representações digitais de ativos financeiros registrados em uma rede blockchain e que fazem parte de um metaverso.
Atualmente, já existem terrenos virtuais sendo comercializados como NFTs nesses espaços. No fim do ano passado, por exemplo, um terreno no metaverso Decentreland foi vendido por 618 mil MANA, o equivalente a US$ 2,5 milhões na época.
Outros itens de jogos também são exemplos de NFTs que são negociados em ambientes metaversos.
ETFs
Os ETFs, Exchange Trade Founds, traduzidos como fundos de índices negociados em bolsa, são como fundos de investimentos compostos por ativos que seguem um índice de referência. E, recentemente, foi comunicado o lançamento do NFTS11, que, pela primeira vez na B3, é um produto que investe nas principais criptomoedas do setor de mídia e entretenimento localizadas nas maiores plataformas de metaversos.
O ETF segue o índice MVIS CryptoCompare Media & Entertainment Leaders, administrado pela MV Index Solutions (MVIS). As principais criptomoedas listadas no indicador são a Decentraland, The Sandbox, Axie Infinity Shards, Gala, Basic Attention Token, Chiliz e Enjin Coin.
Para fazer esse investimento, a taxa de administração cobrada é de 0,75% ao ano, e o valor de aquisição deste produto é de R$ 100/cota. Além de que, como o NFTS11 é tributado como um ETF de renda variável, há pagamento de 15% sobre o ganho de capital na venda das cotas, e se a operação for de day trade a alíquota é de 20%.
Fundos de investimento
Outra opção de aplicação no metaverso é através de fundos de investimento – que são uma carteira de investimentos de alguma modalidade, como ações ou renda fixa.
Normalmente, os fundos de investimento em metaverso têm uma carteira composta por ações de empresas que se relacionam com o tema.
Atualmente, é possível encontrar no mercado o fundo Trend Metaverso FIA BDR Nível I, da XP, que visa replicar o índice Bloomberg Metaverse Index, composto por cerca de 30 ações globais que se relacionam com o tema metaverso por meio de investimento.
Outra opção é o fundo Vitreo Metaverso, da corretora Vitreo, que investe exclusivamente em ativos de empresas que têm o metaverso como core business.
Quanto custa investir no metaverso?
Os valores de investimento em ambientes metaversos variam, pois tudo depende de qual ativo o investidor deseja adquirir. No caso de NFTs, cada produto tem um preço.
Já para a aplicação em ETFs ou fundos de investimento, só é necessário que o investidor verifique qual é a cota mínima de aplicação e as taxas envolvidas.
É arriscado fazer investimentos no metaverso?
Como as opções de investimentos no metaverso fazem parte da modalidade de renda variável, pode-se dizer que essas aplicações são mais arriscadas. A volatilidade dos ativos digitais coloca o investidor em posição de ter rápidos lucros ou prejuízos, caso ele decida vender os ativos.
Para Thiago Valadares, sócio-diretor da NFMarket Agency, “o risco do metaverso é você investir e não vingar, porque quem escolhe o metaverso é um público, não é o investidor. É um negócio que se chama ‘efeito de rede’. Precisa ter as pessoas lá”.
“A dica seria olhar para vários metaversos, entender que é um ecossistema. Então, se você tem cinco ‘fichas’, é melhor você colocar uma ficha em cada uma dessas cinco principais [plataformas de metaverso] do que cinco em uma”, aconselha Valadares.
O metaverso é avanço ou ultrapassa as necessidades?
Para Felipe Veloso, economista e fundador da Cripto Mestre, isso tudo é um avanço gigantesco. “Nos metaversos do futuro, nós teremos um realismo tão grande que conseguiremos viver e sentir momentos que não conseguiríamos no mundo real”.
“Imagine visitar várias praias em um metaverso, de modo que você sinta até o cheiro e a temperatura antes de decidir onde vai passar as suas férias no mundo real. Imagine um profissional de uma área técnica de risco poder treinar e praticar suas habilidades em um metaverso sem ter que gastar tantos recursos com treinos reais. Imagine poder ter várias versões de você em diferentes metaversos, a ponto de que você possa explorar todos os seus sonhos reprimidos. Isso é uma revolução que pode fazer o mundo mais produtivo e possibilitar que as pessoas vivam o que nunca viveriam”, comenta.
Na mesma linha, o sócio-diretor da NFMarket Agency, explica que “nós não precisávamos de um smartphone, nós não precisávamos fazer video call, nós não precisávamos de um monte de coisas. Uma vez que a tecnologia vai aumentando, nós vamos criando necessidades”. Portanto, a realidade do metaverso deve se tornar algo útil no dia a dia de todos.
Investimentos tradicionais ou aplicações diretas no ambiente virtual?
Para Veloso, a escolha entre investimentos tradicionais relacionados à tecnologia ou aplicações diretas no ambiente virtual “depende do tempo que a pessoa tem para entender o metaverso”.
“Um entendedor do assunto pode fazer excelentes investimentos comprando terrenos e propriedades em metaversos que no futuro podem valer muito mais, ou comprar tokens que serão utilizados em metaversos. Porém, para as pessoas que não planejam se tornar entendedores, é menos arriscado investir em fundos”, acrescenta o economista.
Por outro lado, Valadares traz outro ponto de vista. Ele comenta que não acredita “que as pessoas têm que olhar para o metaverso só como algo onde elas vão ganhar dinheiro. Elas têm que entender que o metaverso é o próximo passo da internet”.
“Eu acredito que você tem que analisar, seja como empreendedor ou investidor, é que a web 3.0 chegou para ficar e são os próximos dez anos da internet”, sinaliza o sócio-diretor da NFMarket Agency.
O que empresas têm feito no metaverso?
Atualmente, diversas empresas têm estudado e desenvolvido projetos que têm relação com o tema. Tanto que, recentemente, segundo a Reuters, Mark Zuckerberg, presidente da Meta, afirmou que a empresa está trabalhando em uma nova classe de modelos de inteligência artificial que vai permitir a geração de mundos virtuais com base em descrições feitas através da fala das pessoas.
O que era, anos atrás, uma utopia futurista agora pode se tornar uma realidade?
Mas, não só isso. Também conforme noticiado pela Reuters, o HSBC comprou um terreno virtual dentro do jogo online The Sandbox por uma quantia não revelada, sendo a primeira grande incursão do banco no metaverso.
O HSBC disse que espera poder “criar experiências de marca inovadoras para clientes novos e existentes” no mundo virtual.
Vale lembrar que terrenos virtuais ou qualquer outra modalidade de NFTs estão disponíveis para a compra tanto de pessoas jurídicas quanto físicas.
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