O Ibovespa fechou em leve alta nesta quarta-feira (11), refletindo certa cautela antes de feriado no Brasil, quando estão previstos dados de inflação nos Estados Unidos que podem ajudar a calibrar as expectativas de agentes financeiros para os próximos passos do Federal Reserve. O dólar, por sua vez, fechou em baixa ante o real, pela quarta sessão consecutiva e novamente sob a influência do exterior.
No dia, o Ibovespa avançou 0,27%, aos 117.051 pontos. O dólar recuou 0,14%, a R$ 5,0709.
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Cenário externo
Autoridades do Federal Reserve, incluindo o vice-chair Philip Jefferson, indicaram na segunda-feira que o aumento dos rendimentos dos Treasuries de longo prazo, que influenciam diretamente os custos de financiamento para famílias e empresas, poderia desviar o Fed de novos aumentos em sua taxa básica de curto prazo.
A incerteza em torno da trajetória da economia dos Estados Unidos, incluindo dificuldades em estimar o estado dos mercados financeiros, potenciais choques nos preços do petróleo e o impacto das greves sindicais, levaram autoridades do Federal Reserve a adotar uma postura cautelosa em sua reunião no mês passado, à medida que prosseguia o debate sobre se seriam necessários novos aumentos na taxa básica do banco central, de acordo com a ata do encontro de 19 a 20 de setembro, divulgada nesta quarta-feira.
“A grande maioria dos participantes continuou a julgar a trajetória futura da economia como altamente incerta”, afirmou a ata de uma reunião em que o banco central dos EUA concordou em manter as taxas estáveis, mesmo quando uma maioria de 12 a 7 indicou em novas projeções que mais um ajuste para cima poderá ser necessário até ao final do ano para garantir que a inflação regresse ao objetivo de 2% da Fed.
Investidores ainda mostravam alguma cautela em relação ao conflito no Oriente Médio. Israel bombardeou Gaza durante a noite, antes de um possível ataque terrestre contra o Hamas, em retaliação à invasão de atiradores do grupo islâmico palestino no sábado.
“Se o Irã se envolver e entrar na guerra, o petróleo vai ganhar muita força e o dólar e ouro vão ganhar muito valor. Até então o mercado está acreditando que isso não vai acontecer, mas não é risco a se descartar”, avaliou Izac.
Cenário interno
No Brasil, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,26% em setembro, após alta de 0,23% no mês anterior, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (11). O grupo alimentação influenciou no resultado do indicador.
No acumulado de 12 meses até setembro, o indicador que mede a inflação oficial no país teve alta de 5,19%, contra alta 4,61% do mês anterior.
“Entendemos que a leitura do IPCA de setembro foi mais positiva que a leitura do IPCA-15 e mantém a narrativa de desinflação gradual em comparação às divulgações anteriores de inflação. Para fins de política monetária, o dado de hoje reforça a manutenção do ritmo de corte de juros de 0,50 ponto percentual por reunião”, disse em nota o time de estratégia macro do BTG Pactual.
Muitos participantes no mercado têm pontuado que, se o Copom continuar cortando os juros no ritmo atual, a Selic – atualmente em 12,75%, após dois cortes de 0,50 ponto percentual – ainda continuará em patamar suficientemente restritivo para apoiar a atratividade do real por um bom tempo.
Juros mais altos do Brasil tornam a moeda local interessante para uso em estratégias de “carry trade”, que consistem na tomada de empréstimo em país de juro baixo e aplicação desse dinheiro em um mercado mais rentável, de forma que se lucra com o diferencial de taxas.
Bolsas mundiais
Wall Street
Os principais índices de Wall Street fecharam em alta após a sessão agitada desta quarta-feira, depois que a divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve mostrou cautela entre as autoridades de política monetária, o que ajudou a alimentar as esperanças dos investidores de que os juros permaneceriam estáveis.
De acordo com dados preliminares, o S&P 500 ganhou 0,43%, para 4.376,80 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq avançou 0,71%, para 13.659,68 pontos. O Dow Jones subiu 0,17%, para 33.796,57 pontos.
Europa
As ações europeias fecharam em alta leve nesta quarta-feira, com o salto das ações da Novo Nordisk após uma atualização positiva sobre seu medicamento para diabetes Ozempic, embora quedas nos papéis da Fresenius Medical e da gigante francesa do luxo LVMH tenham limitado os ganhos.
- Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 0,11%, a 7.620,03 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 0,24%, a 15.460,01 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 0,44%, a 7.131,21 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 0,36%, a 28.419,06 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou variação positiva de 0,09%, a 9.360,40 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 1,41%, a 6.142,55 pontos.
Ásia e Oceania
As ações da China fecharam em alta nesta quarta-feira, acompanhando os mercados globais após tom mais brando de autoridades do Federal Reserve, enquanto notícias de que Pequim está preparando um novo estímulo para ajudar a atingir a meta oficial de crescimento deste ano impulsionaram o sentimento.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,60%, a 31.936 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 1,29%, a 17.893 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 0,12%, a 3.078 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 0,28%, a 3.667 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 1,98%, a 2.450 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou alta de 0,92%, a 16.672 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,19%, a 3.192 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,68%, a 7.088 pontos.
(*Com informações da Reuters.)
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