O Ibovespa, principal indicador da bolsa de valores brasileira, fechou em alta nesta quinta-feira (26), em sessão de ajustes apoiados pelo alívio na curva futura de juros e com Vale fornecendo um apoio adicional após anúncio de dividendos e recompra de ações. O dólar, por sua vez, caiu ante o real.
No dia, o Ibovespa avançou 1,73%, aos 114.777. Já o dólar recuou 0,23%, negociado a R$ 4,9896.
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Cenário interno
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, desacelerou ligeiramente a alta em outubro, com nova deflação dos alimentos compensando em parte o salto pontual nas passagens aéreas, informou nesta quinta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O IPCA-15 avançou 0,21% neste mês, arrefecendo ante o avanço de 0,35% visto em setembro, e ficando praticamente em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,20%.
De acordo com o IBGE, o resultado deste mês foi bastante influenciado pela alta nos preços das passagens aéreas, que dispararam 23,75% e tiveram o maior impacto individual no índice geral, de 0,16 ponto percentual.
Em comentário, o economista André Perfeito destacou que, apesar de dados benignos, mantém sua perspectiva de Selic terminal em 2024 acima do consenso de mercado.
“O que pode e deve elevar as projeções dos economistas têm menos a ver com as condições de inflação propriamente e antes com dois fatores outros, a saber: elevação dos juros longos nos EUA e dinâmica fiscal local”, destaca Perfeito.
Na mesma linha, Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, avaliou que, qualitativamente, a abertura do índice foi benigna, mas que, isoladamente, parece precoce para avalizar uma intensificação do ritmo de corte de juros.
Cenário externo
A economia dos EUA apresentou o maior crescimento em quase dois anos no terceiro trimestre, conforme salários mais altos em um mercado de trabalho apertado ajudaram a impulsionar os gastos dos consumidores, desafiando novamente alertas sobre uma possível recessão que persistem desde 2022.
O Produto Interno Bruto cresceu a uma taxa anualizada de 4,9% no terceiro trimestre, maior alta desde o quarto trimestre de 2021, informou o escritório de análises econômicas do Departamento de Comércio em sua estimativa preliminar para o período. Economistas consultados pela Reuters previram que o PIB cresceria a uma taxa de 4,3%.
As estimativas variaram de 2,5% a 6,0%, um intervalo amplo que reflete o fato de que dados como pedidos de bens duráveis de setembro, saldo comercial e números dos estoques no atacado e no varejo terem sido publicados ao mesmo tempo que o relatório do PIB.
já o núcleo do índice de preços PCE – que tem movimentado os ativos nas divulgações mais recentes – subiu 2,4% no terceiro trimestre, ante expectativa de alta de 2,5%. O índice cheio do PCE avançou 2,9%.
No mercado de Treasuries, os números do PCE ofuscaram os do PIB e fizeram os yields recuar de forma firme, com reflexos no mercado brasileiro de juros. Esta queda dos rendimentos dos Treasuries abriu espaço para a baixa — ainda que limitada – do dólar ante o real.
“O (rendimento do) Treasury ficou tranquilo, e este é o fator que tem mexido mais nos mercados. Isso acabou dando tranquilidade (ao mercado de câmbio) aqui também”, comentou Felipe Garcia, chefe da mesa de operações do C6 Bank.
Bolsas mundiais
Wall Street
O mercado acionário norte-americano fechou em baixa nesta quinta-feira, pressionado por papéis de megacapitalização de tecnologia, enquanto investidores digeriam uma série de balanços trimestrais mistos e sinais de resiliência econômica dos Estados Unidos que podem incentivar o Federal Reserve a manter a taxa de juros em um nível restritivo por mais tempo do que o esperado.
O Dow Jones caiu 0,76%, para 32.784,3 pontos. O S&P 500 perdeu 1,18%, para 4.137,23 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq recuou 1,76%, para 12.595,61 pontos.
Europa
As ações europeias reduziram as perdas iniciais nesta quinta-feira, depois que o Banco Central Europeu (BCE) manteve suas taxas de juros estáveis, conforme o esperado, enquanto balanços corporativos pessimistas, inclusive do Standard Chartered, pesaram sobre o índice de referência.
O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em queda de 0,48%, a 433,20 pontos, com as montadoras de automóveis na liderança das quedas.
- Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 0,81%, a 7.354,57 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 1,08%, a 14.731,05 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 0,38%, a 6.888,96 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 0,29%, a 27.507,90 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 0,24%, a 8.962,80 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 2,23%, a 6.184,88 pontos.
Ásia e Oceania
As ações chinesas fecharam em ligeira alta nesta quinta-feira, enquanto as ações de Hong Kong caíram, com o mercado lutando para se recuperar após as medidas das autoridades para impulsionar a recuperação em meio ao fraco sentimento dos investidores.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei caiu 2,14%, a 30.601,78 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 0,24%, a 17.044 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 0,48%, a 2.988 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 0,28%, a 3.514 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 2,71%, a 2.299 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 1,74%, a 16.073 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,24%, a 3.071 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 0,61%, a 6.812 pontos.
(*Com informações da Reuters.)
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