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Finanças

De ChatGPT a crise bancária: os destaques da reunião da Berkshire, em Omaha

Waren Buffett e Charles Munger responderam uma série de perguntas na reunião anual da Berkshire Hathaway em uma arena lotada de Omaha, no Estado do Nebraska.

Na aguardada reunião anual da Berkshire Hathaway (BERK34), holding administrada pelo bilionário Warren Buffett, o empresário afirmou que acredita que a inteligência artificial poderá mudar o mundo de várias maneiras, mas não vai superar a inteligência humana.

“Novas coisas chegando não tiram as oportunidades”, disse Buffett, que teve a chance de experimentar o ChatGPT quando seu amigo pessoal, Bill Gates, mostrou a ele há alguns meses. “Pessoalmente, sou cético com parte do `hype’ que está acontecendo em inteligência artificial “, completou o vice-presidente da Berkshire Hathaway, Charlie Munger.

REUTERS/Scott Morgan

No encontro, Buffett reiterou também seu otimismo de longo prazo sobre as perspectivas para a América, mesmo com as divisões políticas de hoje. “O problema agora é que o partidarismo se moveu mais para o tribalismo e no tribalismo você nem ouve o outro lado”, disse ele. Para o bilionário, os Estados Unidos se beneficiarão de um relacionamento comercial aberto com a China e, portanto, os dois países devem ter cuidado para não exacerbar as tensões entre eles.

Buffett foi questionado sobre a turbulência do setor bancário norte-americano nos últimos meses. Ele disse concordar com a decisão dos reguladores de proteger depósitos bancários, incluindo o do Silicon Valley Bank, que faliu em março. Se não tivessem feito isso, “teria sido catastrófico”, disse.

Buffett e Munger ficaram o sábado inteiro respondendo a perguntas na reunião anual da Berkshire Hathaway em uma arena lotada de Omaha, no Estado do Nebraska. Fora da arena, os pilotos da NetJets da Berkshire protestaram contra a falta de um novo contrato e grupos pró-vida carregavam cartazes declarando “os bilhões de Buffett matam milhões” para se opor às doações do conglomerado a grupos de direitos ao aborto.

Balanço da holding

A Berkshire Hathaway divulgou antes da reunião anual de acionistas da Berkshire em Omaha que faturou US$ 35,5 bilhões no primeiro trimestre, mais de seis vezes os US$ 5,58 bilhões do ano passado, refletindo ganhos de ações ordinárias como as da Apple Inc., enquanto maiores rendimentos vindos de investimentos e a recuperação da seguradora de carros Geico impulsionaram os resultados operacionais.

Buffett disse que os ganhos operacionais da Berkshire excluindo investimentos são uma medida melhor do desempenho da empresa. Por essa métrica, a operação da empresa cresceu quase 13%, para US$ 8,065 bilhões, acima dos US$ 7,16 bilhões do ano anterior.

Ele ainda afirmou aos acionistas que espera que os lucros operacionais da Berkshire continuem a crescer neste ano, embora a economia esteja desacelerando e muitos de seus negócios vendam menos em 2023. Ele disse que a Berkshire lucrará com o aumento das taxas de juros em suas participações e destacou que o mercado de seguros parece “bom” este ano.

A Berkshire também acelerou as recompras de suas próprias ações, com compras de US$ 4,4 bilhões, enquanto reduziu seus investimentos em outras ações, como a Chevron Corp.

O lucro operacional trimestral aumentou em 13%, para US$ 8,07 bilhões, ou cerca de US$ 5,561 por ação Classe A, contra US$ 7,16 bilhões registrados um ano antes.

Influência da Apple

Warren Buffett também disse em reunião que a Apple é um negócio melhor do que qualquer outro do portfólio da Berkshire Hathaway .

“A Apple é diferente dos outros negócios que possuímos. Acontece que é um negócio melhor”.

warren buffett

A Berkshire revelou uma participação de US$ 1 bilhão na Apple em maio de 2016, e em março de 2023 aumentou essa participação para US$ 151 bilhões, respondendo por 46% de seu portfólio de ações de US$ 328 bilhões.

Buffett há muito elogia o presidente-executivo da Apple, Tim Cook, e vê a companhia mais como uma empresa de produtos de consumo com um produto dominante, o iPhone, que as pessoas desejam e precisam.

A Berkshire tinha recentemente uma participação de 5,6% na Apple (o equivalente a US$ 151 bilhões) e Buffett disse que poderá comprar mais.

Com Reuters e Estadão

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