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Finanças

Desemprego em alta, feriado e prejuízo do Bradesco fazem Bolsa cair 3,2%

Durante a semana a alta acumulada foi de 6,87%

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Feriado chegando e após ter uma semana com pregões fechando em alta, os investidores estão cautelosos com o desempenho das ações e querem realizar os ganhos. Somado a isso, o cenário externo com o PIB dos EUA e o aumento do desemprego no Brasil, que fez 1,2 milhões de vítimas nos últimos três meses, deixou a bolsa de valores de ponta-cabeça.

O Ibovespa, principal índice da B3, fechou em queda de 3,20% aos 80.505 pontos. A queda, mostra que a bolsa teve um dia ruim, em meio a uma semana boa. Com o feriado aumentando o medo dos investidores. Durante a semana a alta acumulada foi de 6,87%. Em abril, o Ibovespa teve ganhos de 10,25%.

Na contramão, o dólar comercial fechou em alta de 1,55%, cotado a R$ 5,438. Na máxima do dia, a moeda americana chegou a R$ 5,454.

Entre as mais negociadas do dia, as ações do Bradesco (BBDC4), despencaram 7,22%, após resultado do lucro no primeiro trimestre onde o banco recuou 39,8%. O lucro líquido recorrente foi de R$ 3,753 bilhões, com uma provisão de R$ 2,7 bi para solucionar perdas com a inadimplência em tempos de Covid-19. Os investidores ficaram desapontados.

A Vale (VALE3) também não se deu muito bom e caiu 4%. Entre as mais negociadas recuaram também o Itau Unibanco (ITUB4), e a Via Varejo (VVAR3). Já a Petobras (PETR4), apesar de um cenário de melhoria para o petróleo internacional teve uma sessão volátil fechando em queda de 0,82%.

Destaques da Bolsa

Com alta do dólar, algumas empresas foram beneficiadas, é o caso da Marfrig (MRFG3), que subiu 2,64%, cotada a R$ 12,84. Esta foi a maior alta do dia. Avançaram também Suzano (SUZB3) e Klabin (KLB11), 1,78% e 1,48%, respectivamente. As companhias são reconhecidas pela sua receita dolarizada. Os papéis do BB Seguridade (BBSE3) subiram 2,12%.

Entre as maiores baixas do Ibovespa estava o Bradesco (BBDC4). Os papéis do banco despencaram 7,22%, cotados a R$ 19,15, após resultado do último trimestre. O lucro líquido recorrente encolheu 39,8%, em meio à pandemia, o que empurrou a cifra no período para R$ 3,753 bilhões. O presidente do banco, Octávio de Lazari, disse que ainda não é possível saber a extensão da crise provocada pelo novo coronavírus, mas afirmou que a crise será pior que 2008 e 2015-2016 para a inadimplência. Disse ainda que o banco manterá a provisão para prorrogar parcelas dos financiamentos.

Caíram também empresas do setor aéreo como Smiles (SMLS3), que recuou 8,87%, negociada a R$ 14,28, maior queda do dia. E a Gol (GOLL4), que perdeu 7,05%. Ainda entre as maiores quedas estava o Shopping Iguatemi (IGTA3), com baixa de 7,68%.

Cenário externo

Segundo informou o Gabinete Europeu de Estatística (Eurostat), o efeito da pandemia do novo coronavírus na economia da zona do euro foi um encolhimento de 3,8% no primeiro trimestre de 2020. Seguindo as expectativas, o Banco Central Europeu (BCE) manteve as suas taxas de referência inalteradas, com a taxa de depósitos estável em -0,5%, a de refinanciamento em 0% e a de empréstimos em 0,25%.

A economia dos Estados Unidos também sofreu impactos, com os pedidos de auxílio-desemprego chegando a 3,84 milhões. A renda pessoal dos americanos recuou 2% em março e o consumo caiu 7,5%.

No Brasil

No cenário nacional a crise política ainda permanece instável com Bolsonaro brigando com o STF pela nomeação de Alexandre Ramagem para diretor da Polícia Federal. “quem manda sou eu, e eu quero o Ramagem lá”, foram as palavras do mandatário.

Pelo benefício da economia brasileira, ainda fragmentada, Guedes e Maia ensaiam uma reaproximação. Enquanto o número de desempregados cresce, 1,2 milhões no último trimestre, segundo dados do IBGE.