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Finanças

Com otimismo nos EUA, Ibovespa fecha em forte alta de 2,90%; dólar cai

Investidores ficam na espera de possível veto de Bolsonaro a reajuste de salário dos servidores públicos

bolsa covid

O Ibovespa, principal índice da B3, fechou em forte alta de 2,90% aos 87.946 pontos nesta quarta-feira (27). Os investidores foram puxados pelo otimismo nos EUA, após muitas pessoas saírem comprando com a melhora do desempenho das bolsas americanas, que foram puxadas por ações dos bancos, entre estes o JP Morgan que subiu acima de 4% com notícias de reabertura econômica. Motivou a alta da Bolsa também o ânimo no exterior com reaberturas econômicas na Europa, ainda que os ganhos sejam limitados pela situação política interna e externa, com aumento da tensão EUA e China.

As boas notícias contrariaram as perspectivas do FED, que anunciava que o futuro ainda é incerto com alta do desemprego, especialmente em setores como hotelaria e lazer.

Já o dólar continuou caindo com o forte apetite por ativos de risco no exterior. O dólar comercial fechou em queda de 1,44%, cotado a R$ 5,283. Na máxima do dia, a moeda americana chegou a R$ 5,344.

Durante o dia o dólar chegou a apresentar certa volatilidade com o mal-estar do investidor com a nova operação da Polícia Federal (PF) focando em bolsonaristas, relativa ao inquérito sobre fake news que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).

No cenário interno, o investidor ainda tem expectativa de que o presidente Bolsonaro vete o reajuste de salário para servidores públicos.

Entre as cinco ações mais negociadas do dia toda subiram: a Vale (VALE3) que avançou 2,93% em meio a duas notícias ruins, as restrições na oferta de minério e uma ação da Justiça de Minas Gerais exigindo que a mineradora de garantias de R$ 7,932 bilhões pelo desastre de Brumadinho. A Vale anunciou em fato relevante que deve apresentar defesa. Apesar das notícias o mercado não precificou o impacto.

Subiu também a Petrobras (PETR4), com alta de 1,32%. Os papéis da petroleira foram resilientes em meio as incertezas do embate comercial EUA e China e a queda do preço do petróleo no exterior. Ainda entre as mais negociadas avançaram as varejistas Magazine Luiza (MGLU3) e Via Varejo (VVAR3), com alta de 4,47% e 5,27%, respectivamente. E os papéis do Banco Itaú (ITUB4), que subiram 3,13%.

Destaques da Bolsa

Com a expectativa de possíveis embarques de ação para a China em breve, as ações das siderúrgicas dispararam fechando acima de 10%. As ações da Usiminas (USIM5), Siderúrgica Nacional (CSNA3) tiveram alta de 16,33% e 10,79%. Já os papéis ordinários (GOAU4) e preferenciais (GGB4) da Gerdau avançaram 11,76% e 10,96%.

Entre os destaques positivos do dia subiu também a CVC (CVCB3), que fechou em alta de 12,96%.

Entre os destaques negativos caíram as ações da Tovts (TOTS3), que recuaram 1,69% e as ações da B2W (BTOW3), com queda de 1,47%.

Bolsas europeias

As bolsas da Europa fecharam em alta nesta quarta-feira, 27, após a Comissão Europeia divulgar um plano de 750 bilhões de euros destinado à recuperação econômica do bloco, em meio à crise provocada pelo coronavírus. O índice Stoxx 600 encerrou com ganho de 0,24%, a 349,75 pontos.

O bom humor predominou nos negócios desde o início do dia, repercutindo o anúncio do programa “Próxima Geração”, que incluirá 500 bilhões de euros em repasses diretos e 250 bilhões de euros em empréstimos. O pacote ainda precisa ser aprovado pelo Parlamento europeu, mas o ministro das Finanças da Alemanha, Olaf Scholz, expressou otimismo de que os países do bloco chegarão a um acordo.

As discussões sobre a saída do Reino Unido da União Europeia continuam a repercutir no país. Nesta quarta, um porta-voz do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, reiterou o compromisso do governo com o prazo de 31 de dezembro deste ano para o fim do período de transição do Brexit.

EUA x China

Ontem, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que discutirá a aplicação de possíveis sanções à China nos próximos dias e que fará um anúncio a respeito até o fim da semana, após Pequim ameaçar na semana passada impor uma nova lei de segurança nacional em Hong Kong.

Se a China for adiante com seu plano para Hong Kong, os EUA poderão adotar controles sobre transações e congelar ativos de autoridades e empresas chinesas, segundo fontes da “Bloomberg”.

Bolsas de Nova York

As bolsas de Nova York fecharam com ganhos nesta quarta, 27, fortalecendo-se nos minutos finais, em novo pregão marcado por altos e baixos nos índices acionários. A expectativa de reabertura econômica continuou a apoiar o quadro, embora sem euforia, com investidores também atentos às tensões entre Estados Unidos e China e às ameaças do presidente americano, Donald Trump, ao Twitter.

O índice Dow Jones subiu 2,21%, a 25.548,27 pontos, o S&P 500 avançou 1,48%, a 3.036,13 pontos, e o Nasdaq registrou alta de 0,77%, a 9.412,36 pontos.

Entre as ações em foco, Boeing foi um exemplo da volatilidade. Após a notícia de que a companhia demitirá mais de 6 mil funcionários nesta semana nos EUA por causa da crise com a pandemia, o papel oscilou, chegou a cair, mas terminou o dia em alta de 3,31%.

Twitter, por sua vez, recuou 2,76%, após Trump ameaçar regular ou fechar plataformas de mídia social. Ontem, o Twiter colocou uma nota de checagem de fatos em uma mensagem publicada por Trump sobre supostas fraudes eleitorais nos EUA, o que irritou o presidente. As ações do Facebook também recuaram (-1,32%).

A Stifel comenta em relatório que o humor tem sido apoiado pelo noticiário com a reabertura e também com o potencial desenvolvimento de uma vacina para coronavírus. Diretor do Instituto de Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, Anthony Fauci, disse ser possível haver uma vacina contra a Covid-19 até o fim deste ano, embora outras autoridades de saúde mostrem bem mais cautela. Sobre a reabertura, o Livro Bege mostrou que há certo pessimismo entre empresários sobre seu ritmo.

*Com Estadão Conteúdo

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