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Finanças

Dólar recua após 12 altas e Bolsa cai mais de 4%, abaixo dos 100 mil pontos

Piora nos casos de coronavírus elevou os temores do mercado e resultou em fortes perdas para as bolsas do mundo todo.

bolsa

Os temores com a expansão do coronavírus voltaram ao mercado nesta sexta-feira (6). As bolsas no exterior despencaram e novos casos da doença indicaram que a crise não será atenuada em pouco tempo. A sinalização de um possível corte da Selic na próxima reunião do Copom ainda pressionou o real, mas a nova ação do Banco Central, despejando contratos de swap cambial no mercado, estabilizou a cotação.

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O dólar comercial fechou vendido por R$ 4,6344, em queda de 0,35%. Na semana, a moeda fortaleceu 3,42%, após ter alcançado R$ 4,66 na última sessão

Já o principal índice da bolsa, o Ibovespa, teve queda de 4,14% aos 97.996 pontos pouco antes do fechamento. A última vez que a Bolsa operou abaixo dos 100 mil pontos foi em 8 de outubro de 2019. Na semana, o índice desvalorizou 5,93%.

A desvalorização das bolsas europeias e dos índices futuros norte-americanos superou 3% em alguns casos, e o petróleo também não deu trégua, cedendo em torno de 4%, enquanto o minério caiu 2,57% na China.

O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em queda de 3,67%, em 366,80 pontos. Na semana, o índice recuou 2,36%.

Os contratos futuros do ouro fecharam em alta e subiram mais de 6% na semana, em meio à busca por segurança desencadeada pelo avanço do coronavírus. Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro para abril avançou 0,260%, em US$ 1.672,40 a onça-troy, com o maior ganho semanal desde 28 de outubro de 2011.

O espalhamento do coronavírus em países como Itália, Alemanha e Reino Unido compromete cada vez mais a perspectiva econômica. No Brasil, foram confirmados os primeiros casos de transmissão local e a ampliação da contagem da doença pelo Ministério da Saúde. Esse quadro reforça mais as expectativas de cortes agressivos na taxa do juro norte-americano. Agora, já fala-se em redução de 0,75 ponto porcentual.

A onda de reduções nas estimativas para o crescimento econômico mundial segue a todo vapor. Além disso, deve abrir caminho para diminuição nas expectativas para o Ibovespa, que ainda tem pela frente um cenário político tumultuado diante do impasse entre Planalto e Congresso, podendo atrapalhar as reformas.

Destaques da Bolsa

A aversão ao risco levou a B3 a uma forte desvalorização. Apesar disso, as maiores quedas ficaram entre as empresas do setor aéreo que sofre com encurtamento de demanda.

Pela manhã, as ações da Azul (AZUL4) caíram 11,58%, negociadas a R$ 33,90, enquanto as ações da Gol (GOLL4) tiveram queda de 10,90%, negociadas a R$ 18,40.

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Puxam para baixo ainda mais o Ibovespa as ações da Petrobras (PETR4) e da Vale (VALE3). Respectivamente, as quedas eram de 7,63% e 6,17%, por volta do mesmo horário.

CVC (CVCB3) e IRB Brasil (IRBR3) eram as únicas ações em alta da Bolsa. A empresa de turismo anunciou troca no comando administrativo e recebeu elevação de status pelo J.P. Morgan, subindo 4,85%. O grupo ressegurador mostrou uma recuperação técnica após a forte queda dos dias anteriores.

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Economia americana

Ontem, os mercados norte-americanas reagiram ao aumento de casos de coronavírus no Estados Unidos. O índice Dow Jones fechou em queda de 3,58%, em 26.121,28 pontos; o Nasdaq caiu 3,10%, a 9.728,60 pontos; e o S&P 500 tombou 3,39%, a 3.023,94 pontos.

Apesar disso, novos dados sobre emprego deram algum ânimo. O Departamento do Trabalho do governo americano apontou a criação de 273 mil empregos em fevereiro. A taxa de desemprego, por sua vez, caiu de 3,6% em janeiro para 3,5% em fevereiro.

Ásia

Na Ásia, apesar da boa semana, hoje os índices voltaram a cair. A maior baixa foi no índice Nikkei do Japão, queda de 2,72% em Tóquio, a 20.749,75 pontos. Na China continental, as perdas dos mercados acionários foram relativamente mais contidas. O Xangai Composto teve baixa de 1,21%, a 3.034,51 pontos.

*Com Estadão Conteúdo

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