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Finanças

Em recuperação, Light sobe mais de 250% na bolsa desde mínima em 2023

Distribuidora de energia reportou balanço de resultados em teleconferência.

Em 2023, as ações da Light (LIGT3), distribuidora de energia em recuperação judicial, chegaram a acumular alta de 408%, do seu pior momento ao topo. Os papeis atingiram sua menor cotação em 5 de abril (R$ 1,92), e a maior em 29 de junho (R$ 9,77). Desde que caiu ao menor nível do ano até a cotação intradia desta sexta-feira (11), de R$ 6,81, a alta ainda era expressiva: 254%.

Isso significa que um investidor que tivesse aportado R$ 5.000 quando a companhia atingiu a menor cotação do ano, teria nesta sexta-feira (11) alcançado o montante de R$ 12.700. Um lucro bruto de R$ 7.700 em apenas quatro meses.

Linhas de transmissão de energia elétrica
Linhas de transmissão de energia elétrica REUTERS/Ueslei Marcelino

No entanto, como “adivinhar” que uma empresa em recuperação judicial poderia aumentar o lucro dos seus investidores? A questão é que analistas apontam para os riscos de se investir em uma companhia em crise, como é o caso da Light.

‘Recalculando’ a rota

Na manhã desta sexta, a companhia apresentou os resultados do 2º trimestre do ano em teleconferência. E entre os destaques apontados por Octávio Pereira Lopes, CEO da Light, estão o ajuste na rota, que vem sendo feito pela companhia desde o final do ano passado.

Após a divulgação dos dados, apesar da alta acumulada nos últimos meses, as ações LIGT3 caíam mais de 5% por volta de 14h30 desta sexta.

O foco na gestão gerou uma redução de R$ 257,3 milhões de custos e despesas no 1º semestre, o que representa queda de 25,7% do Totex (gasto de capital medido pelo Capex, mais custos de despesa medidos pelo PMSO).

Os ajustes de despesas operacionais e investimentos mais do que dobraram a geração de caixa consolidada (Ebitda – Capex), para R$ 591,4 milhões no 1º semestre do ano,
contra R$ 226,9 milhões no 1º semestre de 2022.

O montante seria maior caso a distribuidora não tivesse devolvido R$ 896,9 milhões ao consumidores via tarifa no 1º semestre do ano, enquanto compensou pouco menos da metade (R$ 401,3 milhões) em créditos de PIS/Cofins. Segundo a companhia, essa diferença
representou um consumo de caixa de R$ 495,6 milhões.

Ainda assim, o lucro líquido da distribuidora de energia no semestre foi de R$ 216,5 milhões, representando uma melhora de R$ 402,6 milhões na comparação anual, quando foi registrado prejuízo de R$ 186,1 milhões.

Custo da dívida

A menor cotação do dólar em junho deste ano e a queda da inflação medida pelo IPCA no mesmo período contribuíram para a redução do custo financeiro das dívidas da companhia atreladas a esses indexadores.

Porém, a empresa ressaltou que suas dívidas estão com exigibilidade suspensa desde o ajuizamento da Tutela Cautelar antecedente em 10 de abril de 2023. A própria companhia pediu essa suspensão temporária e das cláusulas que previam o vencimento antecipado de dívidas ou sua amortização acelerada. E foi nesse período que as ações da companhia começaram a acelerar em bolsa, ganhando tração a partir de 20 de abril.

Nesse período, foi eleito um novo conselho, além da gestora WNT Capital – ligada ao investidor bilionário, Nelson Tanure – comprar ações LIGT3 no começo de maio, passando a deter 10,02% do capital social da companhia. Depois, foi feito mais um aporte, elevando o percentual para 15%, e depois outro, o que elevou para 21,8%, segundo fato relevante da companhia.

Tanure, além de ser o maior acionista da Light, é também reconhecido no mercado por investir e reestruturar empresas que passam por crises, a exemplo da Oi (OIBR3), também em recuperação judicial.

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