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Finanças

Existe fórmula para ‘bater o mercado’? Estudo baseado em teoria de Joel Greenblatt dá pistas

Levantamento da Economatica na fórmula de Greenblatt aponta para as ações mais descontadas e com maior potencial de retorno.

A pergunta de “milhões” entre iniciantes – e até veteranos – é se existe uma receita pronta para “bater o mercado”, quando o investidor busca superar o retorno de um benchmark como o Ibovespa, o Certificado de Depósito Interbancário (CDI) ou o Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários (IFIX). Um estudo da Economatica antecipado ao InvestNews dá pistas sobre isso.

O levantamento usa como base um conceito criado pelo investidor e gestor de fundo hedge Joel Greenblatt, que propôs uma fórmula simples combinada com a ciência. A estratégia se baseia em um sistema de pontuação e classificação para identificar empresas lucrativas e de alta rentabilidade de capital – mas que sejam negociadas com desconto.

Logo, a “Fórmula Mágica de Greenblatt” aponta para dois indicadores essenciais: o Retorno Sobre o Capital Investido (ROIC) e o EV/EBIT – métrica que compara o valor da empresa (Enterprise Value, EV) com seu lucro antes de juros e impostos (Earnings Before Interest and Taxes, EBIT).

Joel Greenblatt. Crédito: Chris Goodney/Bloomberg *** Local Caption *** Joel Greenblatt

Para obter o ROIC, é preciso dividir o lucro operacional líquido de impostos pelo capital investido total, que inclui dívidas e patrimônio líquido. Um ROIC alto é geralmente interpretado como sinal de que a empresa está utilizando seu capital de maneira eficaz para gerar lucros.

E, segundo a Economatica, a Kepler Weber (KEPL3) obteve a melhor nota. A empresa apresentou um ROIC de 38,9% no último resultado, o que aponta para a eficiência de sua operação.

“Empresas como CSN Mineração (CSNA3) e Petrobras (PETR4) também se destacam por sua eficiência e têm se beneficiado de um mercado de commodities favorável, estando entre as mais rentáveis em termos de ROIC nos últimos cinco anos”, aponta a Economatica. Odontoprev (ODPV3), Cury (CURY3) e Metal Leve (LEVE3) também se destacam, com ROICs médios superiores a 28%.

Já quando se olha o EV/EBIT, indicador que oferece uma visão mais abrangente do valor da empresa do que simplesmente seu valor de mercado, quanto menor ele for, significa que o preço da ação está descontado frente ao lucro operacional gerado.

“Tecla Sap”: o EV leva em conta o valor de mercado total da empresa, adicionando as dívidas e subtraindo o caixa; já o EBIT é uma medida da capacidade de geração de lucro operacional da empresa, excluindo os efeitos das decisões de estrutura de capital e impostos. Mas este não é um indicador válido para todos os setores.

Sendo assim, a Allos (companhia criada da fusão entre as gigantes Aliansce Sonae e brMalls) tem a primeira posição do levantamento, negociada a 2,6 vezes o seu EBIT, seguida por Gerdau (GGBR4) e Petrobras, ambas avaliadas em cerca de 3,5 vezes o EV/EBIT.

Tendo as pontuações das companhias, as que apresentarem simultaneamente um EV/EBIT baixo e um ROIC alto, tende a indicar que o preço de mercado da empresa está baixo em comparação a seu lucro operacional – o que tende a entregar bons retornos no futuro. Sendo assim, a Kepler Weber (KEPL3) é destaque, com  boa pontuação em ambos indicadores.

Metal Leve (LEVE3) e Petrobras (PETR4) também apresentam ROICs elevados. Veja lista completa abaixo:

Para avaliar o conceito de Greenblat, a Economatica construiu uma carteira fictícia baseada na estratégia, utilizando dados entre 2020 a 2023. Foram escolhidas as 10 empresas com as melhores pontuações combinadas de ROIC e EV/EBIT, distribuídas em pesos iguais para garantir uma comparação igualitária. Foram excluídas companhias de utilidades públicas, bancos e seguradoras.

Desde o início da simulação, em 31 de março de 2020, a carteira acumulou uma valorização de 90%, superando o Ibovespa, que registrou 74% de alta no mesmo período. O ápice dessa performance ocorreu no início do segundo trimestre de 2021, quando a carteira atingiu crescimento de cerca de 140%, contra os 80% do índice.

Segundo a Economatica, o estudo aponta como a manipulação e replicação de dados podem ser eficazes ao se utilizar uma metodologia já estabelecida.

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