Apesar do cenário macro conturbado, com inflação crescente, aumento dos juros, bolsa em baixa, uma categoria proporcionou bons rendimentos para quem se manteve fiel a ela: os fundos multimercados.
Os melhores fundos com boa relação risco retorno rentabilizaram entre 24% a 43% nos últimos 36 meses, segundo a Morningstar. No entanto, em parte deste período, muitos investidores migraram em busca de refúgio em ativos conservadores. O que explica o porquê de os multimercados terem registrados mais saques do que aportes neste ano.
Segundo a Anbima, órgão regulador dos fundos de investimento, em todos os meses de 2022 foram registrados mais resgates que novos depósitos. O mês de agosto foi o “menos pior” do ano nesse sentido, mas ainda assim seguiu no negativo em R$ 11,1 bilhões. As retiradas totalizam R$ 73,8 bilhões em 2022.
Os fundos de ações também seguem uma situação parecida, mas os resgates líquidos foram menores que os registrados pelos multimercados: R$ 5,5 bilhões em agosto e R$ 54,7 bilhões no acumulado deste ano.
Apesar deste cenário, boa parte dos fundos multimercado que ganharam dinheiro neste ano apostaram na alta de juros para conter a inflação nos Estados Unidos. E isso foi devido os gestores estarem acostumados com o cenário inflacionário brasileiro. Agora, este profissionais precisam fazer novas apostas para continuar a sua trajetória.
O Cafeína pediu um levantamento para a Morningstar de quais os multimercados classificados com 5 estrelas pela casa de análise e com o maior ganho extra em comparação ao CDI nos últimos três anos. O período escolhido foi devido a essa classe de ativo não poder ser analisada no curto prazo além de ser um período que abrange um cenário macro bem diferente do atual.
Entre os cinco fundos multimercados que atendem a estes quesitos, estão: 051 SPA Vista Multiestratégia; Vista Multiestratégia FIC FIM; ESTH Theta FIM; ESTH Theta FIC FIM e SPX Raptor. No acumulado de três anos, eles tiveram um retorno excedente entre 22,75% do CDI a 3,24%. Já o retorno total anualizado foi entre 43,6% e 24,44%.
Neste Cafeína, Samy Dana e Dony De Nuccio analisam os cinco multimercados e o cenário para a modalidade.
Veja também
- Gestoras brasileiras alimentam volatilidade em mercados da América Latina
- Fundos ganham com EUA e se afastam do real em meio à aversão ao risco
- Olhar menos atento de estrangeiros deve dar mais força ao real em 2024
- Fundos de investimento ainda sofrem com resgates — e gestores também
- Onde investem os maiores fundos do mundo?