O Goldman Sachs está de volta ao papel de formador de mercado líder para fundos negociados em bolsa (ETFs), após um hiato de oito anos. Assim, o banco retoma sua presença em um setor financeiro agora dominado por empresas de negociação de ações de alta performance.

O Goldman Sachs volta ao mercado com o ETF CG US Large Growth (CGGG). O CG US Large Growth ETF é um fundo que investe 80% do patrimônio líquido em ações ordinárias e outros títulos de renda variável de empresas em crescimento nos Estados Unidos. O fundo foi lançado pelo Capital Group no final de junho.

Este é o primeiro retorno público do Goldman Sachs a uma atividade nos EUA, da qual ele se retirou em 2017. A mudança é uma resposta à crescente demanda dos clientes, de acordo com uma pessoa familiarizada com o assunto que pediu para não ser identificada. A empresa não quis comentar.

O papel do Goldman Sachs

Os formadores de mercado líderes são essenciais para a análise de ETFs, cotando preços de compra e venda e, em alguns casos, ajudando a semear novos fundos.

A designação de liderança sinaliza o compromisso com o fornecimento de liquidez, normalmente exigindo capital e suporte comercial.

A saída do Goldman Sachs em 2017 fez com que o banco renunciasse à liderança em centenas de fundos que antes apoiava, em meio a mudanças regulatórias pós-crise que levaram alguns bancos a abandonarem o mercado, informou a Bloomberg News na época. Esse vácuo foi rapidamente preenchido por empresas focadas em velocidade, como Jane Street, Susquehanna e Citadel Securities, que agora ancoram o mercado secundário de ETFs.

Hoje, Jane Street detém o controle do LMM em mais de 800 ETFs listados na NYSE Arca, Cboe e Nasdaq, enquanto a Citadel cobre mais de 450. A Virtu comanda mais de 700 e a Susquehanna, mais de 600, mostram dados das bolsas compilados pela Bloomberg Intelligence.

“Quando se analisa as receitas de empresas como Jane Street e Citadel, fica claro o quão lucrativo esse setor é”, disse Athanasios Psarofagis, analista da Bloomberg Intelligence. “O segmento mais lucrativo do ecossistema de ETFs tende a não ser os produtos em si, mas a infraestrutura ao seu redor, como formação de mercado, serviços e operações. É um campo competitivo, sem dúvida, mas se eu fosse um grande banco, seria onde eu apostaria mais.”

O Capital Group, emissor por trás do CGGG, destacou a crescente atividade no setor de ETFs.

“Estamos sempre buscando parcerias com provedores de liquidez de alta qualidade e, com tanta atividade e crescimento esperado na categoria de ETFs, é ótimo ver o Goldman Sachs na função de principal formador de mercado para o CGGG”, disse Scott Szever, chefe de produtos de ETFs e mercados de capitais do Capital Group.